www.metropolis.com.br. ELEIÇÕES
PRESIDENCIAIS BRASILEIRAS. Texto do jornalista Ricardo Noblat. 13/09. Agora é
tarde, Bolsonaro, Inez é morta. Depois do showsmícios militarizados e do
coração de Dom Pedro que não bateu por ele. O Presidente vai ao funeral da
rainha da Inglaterra atrás de votos. Do alto de sua vasta experiência como
presidente do Ibope, hoje Ipec, Carlos Augusto Montenegro. 68 anos de idade,
vaticinou na semana passada: “A campanha demorou quase dois anos. Mas acabou.
Falta o eleitor pôr o voto na urna”. Referia-se a campanha para Presidente da
República travada por Lula e Bolsonaro. Que oficialmente começou apenas em
meados de agosto último e extraoficialmente desde que o Supremo Tribunal
Federal em março do ano passado tornou Lula elegível. Embora não tenha dito na
ocasião, a amigos Montenegro confidencia que Lula sucederá a Bolsonaro. Quanto
a eleições para os governos dos estados, só agora elas começarão a esquentar.
Para o senado só se decidirão nos últimos dez dias. Faltam menos de três
semanas, para a abertura das urnas eletrônicas. Que se dependesse de Bolsonaro
teriam sido trocadas pelo voto impresso. Na prática duas semanas, de vez que na
última, a levar em conta a história, nada acontece de relevante. Bolsonaro
jogou seu último ruidoso trunfo na mesa ao trazer de Portugal o coração de Dom
Pedro I (1798-1834). A pretexto de celebrar o bicentenário da Independência do
Brasil. Ao contrário do que imaginava, o coração não voltou a bater por ele.
Seus showmícios militarizados de 07 de setembro, dia da independência, atraíram
64 mil pessoas no Rio de Janeiro. Menos de 40 mil em São Paulo. E longe de 100
mil em Brasília. A justiça eleitoral proibiu o uso das imagens. E duas
pesquisas consecutivas do Ipec, uma da semana passada e outra desta. Atestam
que a onda bolsonarista morreu antes de chegar a praia. Não foi um tsunami foi
uma marolinha. Tanto barulho por tão pouco. Para se eleger no primeiro turno 02
de outubro, sem disputar o segundo, 30 de outubro. Um candidato precisa ter 50%
dos votos válidos – excluídos nulos, brancos e indecisos – mais um voto. Lula
tinha 50% na semana passada. Agora 51%. Oscilar para cima é sempre melhor que
oscilar para baixo. Bolsonaro preparar-se para colocar em cena um novo plano:
Comparecer aos funerais da rainha Elizabeth II (1926-1922) em Londres – Reino
Unido. Também a abertura em Nova Iorque – EUA de mais uma Assembleia Geral da
ONU. Quem sabe os brasileiros não o socorrem depois de vê-lo em Londres entre
os maiores líderes mundiais, e depois de ouvi-lo falar em Nova Iorque ... Dizem
que seu isolamento internacional é brutal. Bolsonaro quer provar que isso é
mentira dos adversários”. www.metropolis.com.br.
Editor
do Mosaico. O Presidente declarou ontem a um grupo de podcasts evangélicos,
12/09, quanto as eleições presidenciais. “Se essa for a vontade de Deus, eu
continuo. Se não for, a gente passa a faixa, e vou me recolher. Por que com a
minha idade, 67 anos, não tenho mais nada a fazer aqui na terra. Se acabar
minha passagem pela política em 31 de dezembro desse ano”. Explicando a
expressão “Inez está morta”, no início do texto, significa não adianta mais ou
não há mais nada a fazer. A figura foi criada pelo escritor Luiz Vaz de Camões
(1524-1580), no famoso épico Os Lusíadas. Inez de Castro, representa bem o
atual momento político nacional. Ela foi amante de Dom Pedro e depois de morta
tentaram coroa-la rainha de Portugal. Assim a frase: “Agora é tarde Bolsonaro,
Inez está morta”. Voltando ao nosso quadro atual. Entramos na reta final para o
início das eleições, faltam 12 dias. Percebemos, já, o desfecho de quem se
tornará o próximo Presidente da República. Não focamos apenas nas pesquisas de
intenção de votos. Mas principalmente nos fatos recentes de contexto histórico
com implicações eleitorais – a independência do Brasil e a vinda do coração de
Dom Pedro I para Brasília. Essa apropriação indevida para turbinar a campanha
da reeleição as vésperas do pleito. Não surtiu efeito desejado entre os
eleitores indecisos e descontentes com seus candidatos. Tentou-se criar uma
atmosfera fantástica com os fatos, porém, separado, do real propósito que
retratam, emancipação e liberdade do Brasil. Infelizmente foi mais um palanque
eleitoral que uma comemoração aos seus seguidores e simpatizantes. Perdendo-se
na configuração do verdadeiro aspecto tradicional, histórico e político da
celebração. Um erro estratégico que muito provavelmente custará ao atual
Presidente, a oportunidade de disputar o segundo turno. Dando ao concorrente,
que lidera as pesquisas, a chance de ganhar a eleição já no primeiro turno em
02 de outubro. Uma previsão bem razoável nesse momento. Esse fato foi confirmado hoje, 19/09. A recente pesquisa de intenção de votos divulgado hoje pelo IPEC, antigo IBOPE, para Presidente da República. Trouxe boas notícias ao candidato Lula. Os números reforçam a chance de derrotar Bolsonaro ainda no 1º turno. Lula segue liderando a disputa pela Presidência da República com 47% das intenções de voto. Enquanto Bolsonaro estável com 31%. Considerando apenas os votos válidos Lula teria 52% dos votos. Forte indicativo de possível vitória no 1º turno. O governo atual foi vítima de seus próprios
tropeços. Também mostrou incapacidade de produzir projeto de nação. Seguem mais
fatos que corroboram essa ideia. A contingência da pandemia da Covid-19, 2020 e
2021, foi um entrave ao vigente governo. A maioria dos brasileiros reprova a
maneira que foi conduzida a gestão pública da saúde nesse período. O Presidente
adquiriu medicamentos sem comprovação científica ao combate do vírus.
Incentivando a que pessoas usassem. Demorou na compra de vacinas. Disse ser a
contaminação com o vírus uma gripezinha. Menosprezou as mais de 660 mil mortes
no pais em decorrência do surto mundial. Resistiu a que o país não fizesse o
lockdown – restrições de pessoas e confinamento social – para conter flagelo. Os Estados corajosamente
tomaram essa decisão. Desestimulou o uso de mascaras, ao não usá-las, para
reduzir o contágio. Não há registros que Bolsonaro tomou a vacina até agora.
Insinuou várias vezes um golpe, com apoio dos militares, se não for reeleito.
Politizou questões jurídicas e administrativas com os demais poderes superior:
Judiciário e Congresso Nacional. Até agora, não declarou confiança nem
segurança na Urna Eletrônica. Sempre duvidando e questionamento o sistema.
Todavia desde 1996 é eleito por esse processo. Por fim esse governo tem
representado uma ameaça a floresta amazônica e demais biomas ambientais em
nosso país. Favorecendo mineradoras, grileiros, madeireiros e agronegócios –
sem critérios de pesquisa científica. Grande parte sem, autorização e punição
pelos órgãos governamentais competentes.
Sucateamento dos órgãos de proteção ambiental IBAMA, ICMBIO e INCRA.
Principalmente agora, eventos climáticos extremos ocorrendo em todo o planeta. Com o aumento do aquecimento global e suas implicações nos
climas, oceanos, mares e continentes. Desprezo, desassistência e descaso as
minorias indígenas. Guardiãs originárias do meio ambiente – fauna e flora. Além
de rios, nascentes e culturas primitivas. Vivemos o limiar duma catástrofe
planetária incomparável e surpreendentemente destrutiva. Caso os governos mundiais não tomem providências
para reduzir as emissões de carbono, poluição as mais variadas e conter
urgentemente o desmatamento mundial. Nossas florestas nativas representam 30%
da vegetação da terra. Se a destruirmos será o fim. Creiam. No suposto objetivo de homenagear o povo inglês e sua monarquia em 18 e 19 de setembro. A visita de Bolsonaro a Londres, apesar da formalidade do funeral da rainha Elizabeth II. Tem sido mais um ato de campanha eleitoral que uma visita oficial. Percebi o
Presidente conformado com a derrota em suas palavras no podcats. Espero que
aceite o resultado das urnas, pensando sensatamente para o bem do Brasil e em
prol da manutenção de nossa democracia. Conquistada com muita luta, trabalho e
perseverança. Contudo, ele já demonstrou, em várias ocasiões seu destempero
emocional. Falas golpistas ameaçadoras são prova disso. Fiquemos atentos. Deus
abençoe o Brasil e toda sua gente. Abraço. Davi.
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