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do Mosaico. ELEIÇÃO PRESIDENCIAL BRASILEIRA DE 2022. O maior problema que
enfrentamos na eleição presidencial desse ano é a polarização. O extremo da direita se confrontando com o da
esquerda deixa pouca margem a uma opção de consenso. Capaz de aglutinar os
eleitores descontentes com essa situação de mesmice política. O primeiro turno
será em 02 de outubro. O segundo turno se houver em 30 de outubro. De um lado o
candidato da situação que tenta se reeleger. Com seu estereótipo de
confrontador de minorias e situações desfavoráveis a sua crença. Tenta engolfar
e dissimular opiniões contrárias. Tem características de conservador, reacionário e tradicionalista. Agrada os cristãos evangélicos com seu discurso pela família,
educação no lar, narrativas fantásticas que inventa diariamente. “A época mais
aguda da Pandemia do Coronavírus negou a eficácia das vacinas. Insistia em não
usar a máscara. Falou da existência de uma “ditadura branca” no Brasil. Sabe-se
lá o que isso possa ser. Em suas provocações inverte a equação se colocando na
posição de vítima. Falou dum tal “ante golpe” com a clara intenção de se
colocar nessa postura. Acusa o Tribunal Superior Eleitoral de desmonetizar os
canais bolsonaristas no YouTube que emitem, em muitos casos, notícias falsas. Debochou da presença dos
observadores internacionais que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) convidará
para averiguar a lisura das eleições. Disse: “Podem colocar um milhão de
observadores nas eleições. Vão observar o quê?” O Presidente também falou da
existência duma “sala secreta” de apuração dos votos na Corte. Numa entrevista em 02 de junho o Presidente Bolsonaro voltou a atacar as urnas eletrônicas. Repetiu acusações de fraude nas eleições de 2018 vencidas por ele. Falou não existir tipificação para fake news e desafiou o TSE a cassar sua candidatura. "Vai cassar meu registro? Duvido que tenha coragem de cassar meu registro. Não estou desafiando ninguém. Mas duvido que tenha coragem de cassar", Concluiu. Também disse:
“Jacques Vagner (PT) conversando com embaixadores de outros países, para dizer
como Lula vai tomar posse. Já definiram as eleições. Que negócio é esse? Tá
definido quem é o Presidente? Questionou”. Fora da agenda oficial do Palácio do Planalto, em Brasília, o Presidente Bolsonaro se encontrou com a deputada alemã Beatrix von Storch. Uma das lideranças do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha. Neta de um ex ministro das Finanças da Alemanha durante o regime nazista de Adolf Hitler. A deputada divulgou as fotos em 20/07/2021. Ela também se encontrou com deputados bolsonaristas do Congresso Nacional. O que o atual mandatário da nação
vai inventar ainda até o pleito de outubro? Isso mostra seu temor e medo da
quase certeza que não sairá vencedor. Ele acha que os militares tomarão partido
pela sua causa de rejeição aos resultados na urna eletrônica, caso não seja o
ganhador. Considero essa hipótese improvável. Pois, isso custaria uma ruptura
do processo constitucional. Um levante que imporia uma ditadura militar ao país
de consequência as mais danosas em todos os sentidos. As Forças Armadas
conscientes de seu papel constitucional, conforme o artigo 142 da CF
(Constituição Federal). “As Forças Armadas, constituída pela Marinha, Exército
e Aeronáutica; destinam-se a defesa da pátria, à garantia dos poderes
constitucionais (Legislativo, Executivo e Judiciário). E por iniciativa de
qualquer destes, da lei e dá ordem”. Ela não embarcaria numa aventura
desestabilizadora e supremacista como essa. Forjando um completo retrocesso
institucional econômico, social e político. Todavia, grande parcela das Forças
Armadas, notadamente o alto comando está politizada. Inclui-se também as Forças
Auxiliares – polícia militar e civil. A prova disso é um documento intitulado
Projeto de Nação. Caso o atual Presidente seja reeleito poderá ser implantado
já no início de seu governo. www.congressoemfoco.uol.com.
“Concluído em fevereiro e lançado semana passada pelo Vice-Presidente Hamilton
Mourão. Projeta o país com a manutenção do bolsonarismo pelos próximos 13 anos.
O Projeto de Nação – Brasil em 2035 foi elaborado pelos militares dos
Institutos General Vilas Boa, Sagres e Federalistas. Trata de temas como:
integração da Amazônia, cobrança de mensalidades em Universidades Federais e no
SUS (Sistema Único de Saúde). O propósito das sugestões, segundo os autores, é
legar um Brasil melhor a nossos filhos e netos. O texto de 93 páginas divide-se
em 7 eixos temáticos: geopolítica mundial, governança nacional, desenvolvimento
nacional, ciência, tecnologia e educação. Saúde, segurança e defesa nacional. Apontado pelos militares, na publicação, como
principal ameaça ao Brasil na política externa, o chamado movimento globalista,
é descrito como um conjunto de forças, cujo objetivo é determinar, dirigir e
controlar as relações entre as nações e entre os próprios cidadãos. Por meio de
posições, atitudes, intervenções e imposições de caráter autoritário. Porém
disfarçado como socialmente correto e necessário. No item referente a Amazônia,
os militares propõem flexibilização nas legislações referentes à exploração de
minérios, bem como a regulamentação da participação de capital estrangeiro
nessas atividades. O documento diz ser preciso remover as restrições da
legislação indígena e ambiental, que se conclua serem radicais nas áreas do
agronegócio e dá mineração. O projeto foi coordenado pelo general Luiz Eduardo
Rocha Paiva, ex-presidente do grupo Terrorismo Nunca Mais (Ternuma). A ONG do
coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (1932-2015). O primeiro militar
brasileiro condenado por tortura e personagem constantemente elogiado pelo
Presidente Jair Bolsonaro e por Hamilton Mourão”. www.congressoemfoco.uol.com. Esse
projeto me lembrou a declaração do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles
quando disse em 22/04/2020 numa reunião ministerial: “Precisa ter um esforço
nosso aqui, enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de
cobertura de imprensa. Porque só se fala de covid, e ir passando a boiada e
mudando todo o regramento (ambiental) e simplificando normas”. Esse Projeto de Nação, se implantado,
destruiria completamente a Floresta Amazônica em menos de uma década. O
“calcanhar de Aquiles” do atual governo é a questão ambiental. Os três anos
anteriores, foram devastadores em relação ao bioma nacional – Cerrado, Mata
Atlântica, Pantanal, Pampa, Caatinga e Floresta Amazônica. Perdemos
consideráveis áreas principalmente da floresta amazônica. Grilagem de terra,
demarcações ilegais, garimpagem, invasão de áreas indígenas. Desmatamento para
o agronegócio, resultando no desequilíbrio ecológico. Agindo negativamente no
clima do planeta. Secas e excesso de chuvas em algumas regiões do mundo.
Tornados e tempestades extremas em outras. Degelo nas principais cordilheiras.
Aquecimento global. Níveis dos oceanos subindo e brevemente varrendo do mapa
inúmeras cidades costeiras e alguns países. Pouco interesse dos órgãos federal,
estadual e municipal brasileiros em observar, coordenar, fiscalizar, punir e
impedir os atuais desmandos. Órgãos como IBAMA, ICMBio e INPE (processamento de
imagens) que trabalham para cuisdar da floresta estão sucateados. Perderam grande parte de seus recursos financeiros na atual gestão. O MP federal e
estadual tem feito seu papel na investigação, execução e medida de segurança. A
PF e o Exército atuam quando convocados. Falta funcionários e recursos nesses
órgãos chaves. Mesmo o gigantismo da área da Amazônia brasileira que é de 4,2
milhões de quilômetros quadrados, não pode justificar o “desamparo” da região.
Com esse tal Projeto de Nação elaborado
pela ala militar dos simpatizantes do atual governo. Fica impossível cumprir as
metas e protocolos assinados na COP 26 realizada em 31 de outubro a 12 de
novembro de 2021. 26ª Conferência das Nações Unidas sobre o Clima. A população desfavorecida no Brasil continuam abaixo da linha da pobreza. A miséria extrema hoje, chega a patamares ainda não vistos no país. 33 milhões de pessoas estão passando fome, segundo recente pesquisa de institutos oficiais. 125 milhões de nossos irmãos vivem em situação de insegurança alimentar. 184 mil brasileiros vivem nas ruas do país em condições sub humanas, segundo dados recentes. 68% deles são negros tamanha a discriminação dessa classe social entre nós. Apenas a misericórdia divina usando homens e mulheres de bem. Que amam o próximo de fato e verdade. Um governos com políticas públicas e sociais que priorizam as camadas mais baixas da sociedade. Poderão mudar esta deprimente situação. PT
(Partido dos Trabalhadores) governou o Brasil 13 anos – Lula e Dilma. Deixando
o poder em 31/08/2016 com o impeachment da Presidenta. Isso com avanços sociais
e econômica debilitada. Na economia. “O rompimento do fundamento na economia no
governo Dilma, associada a uma política heterodoxa. Com congelamento de preços
da luz, água, tarifas públicas, combustíveis. Associado ao descontrole das
contas públicas. Levou o país a um total desastre”. O índice de medição da
miséria. “O Brasil é um dos campeões da desigualdade no mundo, e nesse período,
houve uma melhora. Houve uma acentuada redução da pobreza. Uma emergência de
classes, rendas mais altas e melhoria de vida com acesso a bens de consumo.
Salário-mínimo. “A política de valorização do salário-mínimo, com aumento real,
ou seja, acima da inflação, assegurou o crescimento da renda dos
trabalhadores”. Reservas internacionais. “Foi um ponto forte da economia
petista. São uma espécie de poupança que blinda a economia, garantindo ao país
honrar seus compromissos com os credores internacionais. Barrando riscos de
disparada da dívida pública”. O produto interno bruto. “Teve um enorme
retrocesso no governo PT, chegando a um percentual negativo de -3,8% no período
da Dilma. Inflação. Nos últimos anos do governo esteve totalmente descontrolada
ganhando vida própria e não parando de subir”. Corrupção. Marcou a gestão petista.
Mensalão. Escândalo que denunciou compra de votos de deputados com dinheiro
público desviado com ajuda do ex tesoureiro do PT. Renúncia de Palocci. Acusado
de liderar um esquema de corrupção que cobrava mesadas de até R$ 50.000 mensais
de empresas prestadoras de serviços a uma prefeitura. Lava-Jato. Desvio de
recurso da Petrobras. Segundo o TCU (Tribunal de Contas da União) foram
desviados da Petrobras cerca de R$ 25 bilhões de reais entre 2004 e 2012.
Milhões de reais foram pagos como propina aos intermediários dos negócios
ilícitos. Chancelados por altas autoridade do governo PT na época. A compra
duma refinaria de petróleo em Pasadena – Califórnia – USA, pelo governo Dilma.
Conforme auditoria da CGU, (Controladoria Geral da União) rendeu prejuízo aos cofres
públicos de US$ 659,4 milhões de dólares. O custo da aquisição a época foi de
US$ 1,2 bilhões de dólares. 27 vezes a mais que a empresa belga Astra Oil teve
que desembolsar. Lula, atual candidato a eleição ficou preso 580 dias na
carceragem da Polícia Federal em Curitiba – PR. Sendo solto em 8 de novembro de
2019. Investigações do Justiça Federal e Ministério Público concluíram sua
culpabilidade em alguns processos. Porém, várias dessas ações judiciais, hoje,
através de recursos de seu advogado estão sendo revisados pelo Supremo Tribunal
Federal. E algumas sentenças anuladas pela Corte. Nos motivos elencados está a
parcialidade do juiz e do procurador da República na condução dos processos
contra o ex Presidente. Essas duas autoridades a época, Sérgio Moro e Deltan
Dallagnol, abandonaram seus cargos públicos para concorrerem as eleições
majoritárias brasileiras de 2022. Os demais candidatos a Presidente do Brasil
João Dória – desistiu da disputa, Ciro Gomes, Simone Tebet, Eduardo Leite –
desistiu da discuta, André Janones, Felipe D’ávila, Vera Lúcia e outros. Até
agora, não deram sinais que poderão alcançar os dois principais candidatos.
Segundo recentes pesquisas, não chegando nem a 10% individualmente. O
ex-presidente Lula tem 43% e o atual Presidente Bolsonaro tem 36% da intenção
de votos do eleitorado conforme pesquisas de intenção. Como estamos a quatro
mês da eleição. Só um fato extremamente bombástico ou incidental pode mudar
essa projeção. A chamada terceira via não vingou. Queriam aglutinar um nome
entre os partidos de oposição para enfrentar os dois que lideram. “Faltou
candidatos com identidade e valores claramente diferentes dos dois principais
concorrentes. Não houve projeto coletivo ou partidário para formá-la ou
estruturá-la sócio politicamente”. Também interesses partidários aleatórios e
individualidades egoístas minaram esse projeto. Assim o país ficou refém destes
dois nomes. A terceira via poderia decolar se houvesse consenso desde o início
do ano com definições claras de um candidato. A eleição não está definida.
Mesmo Lula liderando a intenção de votos desde o início, a rejeição dele e seu
principal oponente entre os eleitores habilitados a votar é grande. Se nenhum
dos dois candidatos conseguirem 50% mais 1 – na maioria dos votos absolutos
válidos, ou seja, mais da metade dos eleitores – teremos o segundo turno. Nessa
condição fica quase impossível prever o ganhador. Que alcançará seu objetivo
com uma margem muitíssimo pequena de diferença para o seu adversário. A última
eleição presidencial, 2018, teve forte influência da internet. Ficou claro,
naquele ano, que os simpatizantes do atual Presidente são mais afinados as
modernas tecnologias de informação. As redes sociais: Instagram, Telegram,
Facebook, Twitter, YouTube e WhatsApp fizeram um trabalho decisivo. Robôs e
grupos sociais turbinaram as campanhas. Proliferando notícias falsas que
enganaram milhões de eleitores. Direcionando os na hora do voto. Desse modo, desconfie de toda mensagem recebida pelas redes sociais. Pesquise a veracidade dos fatos não repassando os suspeitos - falsos. Muitas mensagens colocam na boca de candidatos aquilo que não falaram. A inteligência artificial consegue fazer isso. Invertendo a ordem dos fatos deixam o dano se espalhar mundo afora. Tomando os cuidados necessários contribuiremos para uma eleição limpa e inquestionável. Agora, o
Tribunal Superior Eleitoral responsável pelo pleito, imporá restrições legais e
ferramentas digitais investigativas contra a massificação de informações
temerárias e tendenciosas. Isso trará maior legitimidade e fidedignidade na
apuração dos votos. Que terá total lisura e integridade. Sem possibilidade de dúvidas quanto ao resultado das urnas eletrônicas. É isso. Que votemos
consciente escolhendo o candidato pela razão e não pela emoção. Sabendo como
disse o Conde Joseph Marie de Maistre (1753-1821) “Cada povo tem o governo que
merece”. Abraço. Davi
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