Espiritualidade. www.oshobrasil.com.br. Texto de Rajneesh Chandra Mohan Jain - Osho - (1931-1990). Tradução Sw
Bodhi Champak. VOCÊ É REALMENTE VOCÊ MESMO. Querido Osho, Quando estou só e leio seus
livros ou ouço suas fitas, eu me sinto imensamente feliz, choro e danço
sozinho. Mas eu não consigo expressar meus sentimentos na presença dos outros,
embora eu queira muito fazer isso. Por favor, diga-me o que fazer. “Kishor Bharti, este é um dos
problemas humanos básicos, porque toda a nossa educação cria uma divisão na
nossa própria mente. Você tem que mostrar uma face para a sociedade, para a
multidão, para o mundo – ela não precisa ser a sua face verdadeira; na verdade
ela não deve ser a sua face verdadeira. Você tem que mostrar a
face que as pessoas gostam, que as pessoas apreciam, que seja aceitável para
elas – para suas ideologias e suas tradições – e a sua face original, você tem
que guardá-la para si mesmo. Essa divisão o torna muito desconectado
porque a maior parte do tempo você está na multidão, encontrando pessoas, se
relacionando com pessoas – muito raramente você está só. Naturalmente, as
máscaras se tornam muito mais parte de você do que a sua própria natureza. E a
sociedade cria um medo em todo mundo: o medo da rejeição, o medo de que alguém
possa rir de você, o medo de perder a respeitabilidade, o medo do que as
pessoas dirão. Você tem que se ajustar a todo tipo de pessoas cegas e
inconscientes. Até agora, esta tem sido a nossa tradição básica em todo o
mundo: não se permite a ninguém ser ele próprio. E é por causa disso que o
problema surge – este é um problema de todo mundo. Você está perguntando,
‘Quando estou só e leio seus livros ou ouço suas fitas, eu me sinto
imensamente feliz, choro e danço sozinho. Mas eu não consigo expressar meus
sentimentos na presença dos outros, embora eu queira muito fazer isso. Por
favor, diga-me o que fazer’. No momento em que o outro está na sua frente,
você está pouco preocupado consigo mesmo; você está mais preocupado é com a
opinião que ele terá a seu respeito. Quando você está só no seu banheiro, você
se torna quase igual a uma criança – algumas vezes você faz caretas diante do
espelho. Mas se você de repente percebe que está sendo observado pelo buraco da
fechadura, até mesmo por uma criancinha, imediatamente você muda: você volta
novamente ao seu velho e comum ego – sério, sóbrio, como as pessoas esperam que
você seja. E a coisa mais incrível é que você tem medo daquelas pessoas e
elas têm medo de você – todo mundo tem medo de todo mundo. Não se permite a
ninguém seus sentimentos, sua realidade, sua autenticidade – mas todo mundo
quer isso, porque é um ato muito suicida continuar reprimindo a sua face
original. Você não está vivendo; ao contrário, você está simplesmente
representando. E porque todo mundo está observando, os seus prolongados séculos
de inconsciência o puxam para trás: não se expresse, não saia das máscaras de
sua personalidade. Todo mundo está se escondendo atrás de alguma coisa falsa –
isso machuca. Ser desonesto e hipócrita consigo mesmo é a pior punição
que você pode se dar. E você não vai fazer algo prejudicial a quem quer
que seja – você simplesmente quer chorar e suas lágrimas serão de alegria; você
quer dançar e isto não é pecado, nem é crime. Você simplesmente quer
compartilhar a sua felicidade – você está sendo generoso. Apesar disso, o medo
é de que as pessoas possam não aceitar a sua felicidade. Alguém pode dizer que
ela é falsa, que você está apenas representando, podem dizer que você está
hipnotizado. Uma coisa estranha é que se você está miserável, ninguém lhe
diz coisa alguma, você está perfeitamente encaixado. Mas onde todo mundo é
miserável, você fica fora de sintonia com a multidão se, de repente, começar a
dançar. Você quer expressar a sua alegria, mas não é corajoso o suficiente
para estar só... Mas, na verdade, quem vai se importar? No máximo, talvez as
pessoas pensem que você está um pouco maluco, e uma vez que elas aceitem que
você está um pouco maluco, então não há do que ter medo. O que há de errado em
ser chamado de maluco? O mundo tem conhecido tantas pessoas malucas bonitas...
Na verdade, todas as grandes pessoas no mundo têm sido um pouco malucas –
malucas aos olhos da multidão. Elas expressaram suas maluquices porque
elas não eram miseráveis, eles não estavam na ansiedade, não tinham medo da
morte, não se preocupavam com trivialidades. Elas estavam vivendo cada momento
com totalidade e intensidade, e por causa dessa totalidade e intensidade, suas
vidas se tornaram lindas flores – cheias de fragrância, amor, vida e riso. Mas isto certamente machuca milhões de
pessoas que estão ao seu redor. Elas não podem aceitar a idéia de que você
alcançou alguma coisa que elas perderam. Elas tentarão de toda maneira tornar
você miserável, para destruir a sua dança, para tirar a sua alegria – de modo
que você possa voltar novamente ao rebanho. É preciso reunir coragem. E se as
pessoas disserem que você está maluco, curta a idéia. Diga a elas, ‘Vocês estão
certos; neste mundo somente as pessoas malucas podem ser felizes e alegres. Eu
escolhi a loucura com alegria, com felicidade, com dança; vocês têm escolhido a
sanidade com miséria, angústia e inferno – nossas escolhas são diferentes. Seja
são e permaneça miserável; mas deixe-me só na minha loucura. Não se sintam
ofendidos; eu não estou me sentindo ofendido por vocês – tantas pessoas sãs no
mundo e eu não estou me sentindo ofendido.’ Isto é
apenas uma questão de pouco tempo. Uma vez que eles o aceitem como sendo
maluco, logo deixarão de se preocupar com você; então você poderá entrar na luz
completa com seu ser original – você pode abandonar todas as suas
falsidades. Eu era um estudante da universidade... Eu não escolhi a
universidade por ela em si, mas por causa de um professor que era muito vivo,
muito cheio de amor e sem medo do mundo. Eu escolhi o professor e ele estava
naquela universidade. Ele convidou-me a entrar na universidade em que ele
lecionava... E ele disse que facilitaria tudo que fosse possível para
mim. Ele me amava imensamente porque todos os anos eu costumava ir àquela
universidade para uma competição de debates entre universidades; por quatro
anos consecutivos eu fui o vencedor. No primeiro ano ele era um dos juízes. Ele
chamou-me de lado e disse, ‘Eu não posso dizer isto para as outras pessoas, mas
eu também não consigo guardar só para mim. Eu só posso dizer isto para você: eu
lhe dei a pontuação de noventa e nove por cento no debate, e eu sinto muito
porque eu queria ter-lhe dado cem por cento. Mas, eu não tive coragem, porque
as pessoas poderiam pensar que eu estava comprometido, que eu estava
favorecendo. Eu fiquei com medo. Mas, perdoe-me por ter tirado um por cento da
pontuação que era sua. ’Todo ano ele era um dos juízes e no quarto ano, quando
eu me graduei, ele me convidou para entrar na universidade para minha
pós-graduação. Eu lhe disse. ‘ Eu estou vindo aqui apenas por sua causa.’ No primeiro
dia ele levou-me ao vice-reitor e no caminho me disse, ‘Não entre em qualquer
discussão – porque este homem, o velho vice-reitor, é muito teimoso e é preciso
ser muito diplomático com ele.’ Eu disse, ‘Você pode ser diplomático com ele,
eu simplesmente vou ser eu mesmo.’ Ele disse, ‘O que você quer dizer?’ Eu
disse, ‘Ser diplomático significa ser uma outra pessoa, diplomacia é um outro
nome para hipocrisia. Seja você diplomático – eu simplesmente serei eu mesmo. E
o pior que pode acontecer será, no máximo, ele não me garantir o dinheiro para
os dois anos de estudo, e também pode não me garantir outras facilidades - mas
só por tais facilidades, eu não posso ser desonesto comigo mesmo.’ Ele disse,
‘Pelo menos você pode permanecer em silêncio? Não dizer coisa alguma? Eu
conversarei com ele no seu lugar.’ Eu disse, ‘Eu não posso prometer, pois se
ele disser alguma coisa estúpida, eu não vou resistir à tentação de lhe dizer
que ele é estúpido.’ Ele disse, ‘Eu nunca tinha notado que você é uma pessoa
tão difícil.’ Eu disse, ‘É bom saber desde o início. Este é o primeiro dia;
ainda há tempo: você pode simplesmente me dizer e eu vou embora.’ ‘Não,’ ele
disse, ‘vamos tentar.’ Ele levou-me ao vice-reitor. Eu sempre vivi do meu
próprio jeito, e o vice-reitor tinha sido professor em Oxford, viveu quase toda
a sua vida na Inglaterra e quase se tornou um verdadeiro inglês. Ele disse algo
a respeito da minha barba, que eu estava deixando crescer. ‘Por que você não faz
a sua barba?’ Meu professor ficou com medo de que este fosse o começo do
fim. Eu disse, ‘Você está formulando uma pergunta errada; na verdade eu
deveria lhe perguntar porque você faz a sua barba – porque eu não estou fazendo
a minha crescer; ela cresce por si mesma. A sua pergunta é sem sentido – Você
poderia me perguntar porque eu não cortei os meus dedos, ou perguntar alguma
outra coisa. É natural que um homem deva ter a sua barba, você está sendo
antinatural. Você tem que me responder – por que você faz a sua barba?’ Meu
pobre professor, que estava sentado ao meu lado, começou a me cutucar com o
cotovelo. Eu tive que lhe dizer, ‘Pare de me cutucar. Não me interessam todas
as facilidades para as quais você me trouxe aqui diante do vice-reitor neste
momento. Minha única preocupação é que ele deve aceitar que formulou uma
pergunta errada.’ Por um momento, fez-se um grande silêncio e o velho homem
disse, ‘Na verdade, você está logicamente correto. E neste momento eu não tenho
resposta alguma, porque ninguém jamais questionou isso em minha vida. – eu
nunca pensei a respeito.’ Eu lhe disse, ‘Esta é a sua barba e você a tem
cortado e se barbeado talvez por cinquenta anos, sem mesmo pensar sobre o que
estava fazendo.’ Então eu disse, ‘OK, você pode ter o seu tempo. Eu virei aqui
todos os dias, às onze horas, quando a secretaria abre; você poderá me
encontrar em frente à secretaria. Você tem que encontrar uma resposta.’ Mas meu
professor disse, ‘Nós não viemos aqui para discutir sobre barba! A questão aqui
é o seu estudo complementar, a sua pós-graduação e ele é o homem que pode
decidir’. Eu disse, ‘Eu não estou preocupado com isso. Neste presente
momento, a minha única preocupação é fazê-lo perceber que ele viveu uma vida
inconsciente.’ O velho homem disse, ‘Da barba você chegou a ‘uma vida
inconsciente’? Ele perguntou ao meu professor, ‘Quais são as exigências? Eu vou
lhe garantir uma escolaridade por dois anos.’ Hospedagem gratuita, alimentação
gratuita, ele assinou tudo e disse, ‘Só não fique parado diante da minha porta
todos os dias! Se você precisar de alguma coisa simplesmente venha e me diga,
eu prometo que não vou lhe perguntar nada – foi uma falha minha. ’Então eu
disse, ‘Está decidido? Uma vez que você me formulou uma pergunta, aquilo se
tornou a minha prioridade para aquele momento, qualquer coisa que eu tiver que
sacrificar, eu sacrificarei.’ Ele disse, ‘Eu prometo e o
seu professor é testemunha.’ Mas era difícil para ele – e seria difícil para
qualquer um, porque eu costumava usar um robe sem botão algum, de modo que meu
peito ficava exposto... E na vez seguinte, eu fui até ele porque eu queria
permissão para levar tantos livros quanto eu quisesse da biblioteca para a
minha sala, e a regra que era apenas um livro de cada vez não deveria ser
aplicada a mim. Ele disse, ‘Nós podemos conversar a respeito disso, mas
onde estão os seus botões?’ Eu disse, ‘Você está procurando problemas; você se esqueceu de sua
promessa. Na verdade, eu deveria perguntar novamente, por que num país quente como a
Índia - e nós estamos no verão - você está transpirando e ainda está usando
essa gola fechada e esse sobretudo? Eu não uso botões porque quero que meu
peito receba a brisa fresca. Isto é algo errado?’ Ele disse, ‘Isto não é
errado.’ Eu disse, ‘Algo imoral? Algo contra as regras da universidade?Por que
você deveria se preocupar com isso? O peito é meu e eu quero que ele receba
brisa, o tanto que for possível. Ele disse, ‘Eu esqueci minha promessa. Você
tem a permissão para levar quantos livros queira. Eu nem mesmo vou perguntar
porque você quer tantos livros, pois eu não quero entrar em nenhuma discussão.
Uma coisa está decidida: é melhor não discutir com você.’ A primeira reunião em
que eu compareci, na qual ele iria falar, era no aniversário de Goutama Buda.
Ele era um grande orador e também um bom ator. Quando ele estava falando sobre
Goutama Buda, as lágrimas rolaram de seus olhos e ele disse, ‘Eu sempre senti
que se eu vivesse no tempo de Goutama Buda, eu teria ido sentar-me aos seus pés
para aprender a arte de alcançar mais consciência, de se tornar iluminado.’ Eu
estava sentado no meio e me levantei. Quando me viu de pé, ele disse, ‘Eu disse
algo errado?’ Eu disse, ‘Você não apenas disse algo errado, você está se
comportando muito falsamente. Pelo menos diante de seus alunos você não deveria
faltar com a sinceridade. O que você disse não tem significado para você, as
suas lágrimas são falsas.’ Todos os professores da universidade estavam
presentes assim como toda a comunidade de alunos. Todos ficaram chocados por eu
ter dito ao vice-reitor, ‘Você faltou com a sinceridade.’ Eu disse, ‘Você já
ouviu o nome Ramana Maharshi?’ Ele disse, ‘Sim, eu já ouvi.’ ‘Você foi
alguma vez sentar-se aos seus pés? – porque ele é do mesmo calibre e da mesma
consciência que Goutama Buda. E eu posso dizer com autoridade que mesmo no tempo
de Goutama Buda você não iria até ele. Este século também tem pessoas
iluminadas. Você tem que retirar suas palavras.’ As pessoas costumavam achar
que ele era uma pessoa muito teimosa... Mas talvez ele nunca tenha encontrado
alguém tão autenticamente sincero que pudesse trazer ao público a sua face
original. Ele chorou, suas lágrimas rolaram, e disse, ‘Talvez você esteja certo
– eu não teria ido. Isto foi apenas uma retórica e nada mais; foram palavras
sem significado. Em toda esta reunião talvez você seja a única pessoa que está
ouvindo – não apenas as palavras, mas também o significado por trás
delas. ‘Eu gostaria que você jantasse comigo hoje à noite, porque eu
gostaria de discutir um pouco mais. Eu nunca encontrei alguém em toda a minha vida
que trouxesse a minha face original diante da multidão. E algo é muito estranho
– eu não fiquei bravo com você, eu simplesmente sinto uma tristeza profunda por
mim mesmo. Por que eu não consigo ser verdadeiro? Jamais alguém mostrou isso a
mim.’ Todas as pessoas no mundo querem ser verdadeiras, pois só por serem
verdadeiras, isso já lhes traz muita alegria e uma abundância de felicidade.
Por que alguém deveria ser falso? Você precisa ter coragem para chegar a um
insight um pouco mais profundo: Por que você tem medo? O que o mundo pode fazer
com você? As pessoas podem rir de você; isso fará bem para elas – rir é sempre
medicinal, é saudável. As pessoas podem pensar que você é louco... Você não vai
ficar louco só porque elas pensam que você está louco. E se você é autêntico
quanto à sua alegria, suas lágrimas, sua dança – mais cedo ou mais tarde
aparecerão pessoas que compreenderão você, que poderão começar a se juntar à
sua caravana. Eu mesmo comecei sozinho no caminho, e depois as pessoas foram
chegando e isso se tornou uma caravana do tamanho do mundo. E eu não convidei
ninguém; eu apenas fazia aquilo que sentia que estava vindo de meu
coração. A minha responsabilidade é com o meu coração, não com as outras
pessoas no mundo. Assim, a sua responsabilidade é apenas com o seu próprio ser.
Não vá contra ele, porque ir contra ele é cometer suicídio, é destruir a si
próprio. E qual é o ganho? Mesmo se as pessoas lhe derem respeito e acharem que
você é sóbrio, respeitável, honorável, essas coisas não irão nutrir o seu ser.
Elas não irão lhe dar qualquer insight a mais sobre a vida e sua imensa beleza.
E, além disso, todo mundo está tão preocupado com seus próprios problemas, quem
irá se procupar se você está rindo e dançando? Quem tem tempo para isto? É
apenas a sua mente que está pensando que todo o mundo está pensando a seu
respeito. A minha própria experiência é: todo mundo está muito cheio, muito
preocupado com a correria de pensamentos sobre si mesmo, sua vida, seus
problemas. Você acha que alguém tem tempo até mesmo para olhar para você ou
pensar a seu respeito? Um médico judeu para outro colega: ‘Ao longo de
todo o dia, eu escuto histórias de dor e sofrimento: ‘Doutor, minhas costas (...)
.Doutor, meu estômago (...). Doutor, minha esposa.’ Eu lhe digo que isso é
terrível. Diga-me, Sam, como você consegue aparentar serenidade depois de um
dia escutando os problemas do mundo?’ O segundo médico: ‘Quem escuta? Você não
deve se preocupar, de jeito algum. Todos estão preocupados com seu próprio
mundo, eles não têm tempo nem energia para se preocupar com você. E mesmo se
eles tiverem alguma opinião, isso é problema deles. Você está sozinho no mundo:
sozinho você veio ao mundo, sozinho está aqui e sozinho deixará este mundo.
Todas as opiniões deles ficarão para trás; somente os seus sentimentos
originais, as suas experiências autênticas irão com você, mesmo depois da
morte. Nem mesmo a morte poderá lhe tirar a dança, as suas lágrimas de alegria,
a sua pureza na solitude, o seu silêncio, a sua serenidade, o seu êxtase.
Aquilo que a morte não pode tirar de você é o único tesouro verdadeiro; e
aquilo que pode ser tirado pelas outras pessoas não é um tesouro, é apenas
tolice. Quantos milhões de pessoas viveram antes de você neste planeta? Você
nem mesmo sabe o nome delas; se elas viveram ou não, não faz qualquer
diferença. Existiram santos e pecadores, existiram pessoas muito respeitáveis e
todo tipo de excêntricos e malucos, mas todos eles desapareceram – nem mesmo um
rastro permaneceu sobre a terra. A sua única preocupação deve ser em
cuidar e proteger aquelas qualidades que você pode levar consigo quando a morte
destruir o seu corpo e a sua mente, porque essas qualidades serão as suas
únicas companhias. Elas são os únicos valores verdadeiros e as pessoas que as
alcança – somente elas - vivem; as outras fingem que vivem. Numa noite escura, a KGB bateu
na porta do Yussel Finkelstein. Yussel abriu a porta. O homem da KGB bradou, ‘O
Yussel Finkelstein vive aqui?’ ‘Não,’ respondeu Yussel, de pé com seu pijama
esfarrapado. ‘Não? Então qual é o seu nome?’ ‘Yussel Finkelstein.’ O homem
da KGB jogou-o ao chão e disse, ‘Você não disse que não vivia aqui?’ Yussel
responde, ‘E você chama isso vida?’ Só viver nem sempre é viver. Olhe para a sua vida.
Você pode dizer que ela é uma benção? Você pode dizer que ela é um presente da
existência? Você gostaria que essa vida lhe fosse dada repetidas vezes? Ela
está tão vazia. Por causa de seu vazio, as suas preces são vazias. Você não
consegue preencher suas preces com gratidão. Gratidão, por que? Você nada mais
está fazendo senão representando papéis em uma novela, você não está sendo você
mesmo. Eu me lembro (...).
Uma mulher jovem e muito bonita foi ver o grande pintor Picasso. E lá ela viu
uma fotografia de Picasso pendurada na parede. Ela lhe perguntou, ‘É sua a
fotografia? Aquele é você?’ Pablo Picasso (1881-1973) disse, ‘Não.’A mulher
disse, ‘Estranho. Parece exatamente como você. Você tem um irmão gêmeo? Ele é
totalmente igual.’ Picasso disse, ‘Ele pode ser como eu, mas ele não está vivo.
E se ele fosse eu, já teria saltado da moldura para lhe dar um beijo.
Certamente não sou eu.’ Você é realmente você mesmo? Ou está apenas
fingindo ser alguém que a multidão ao seu redor queria que você fosse? Para
mim, um buscador da verdade deveria começar por abandonar tudo o que é falso
nele, porque o falso não pode buscar a verdade. O falso é a barreira entre você
e a verdade. Se tudo o que é falso for abandonado, você não precisa buscar pela
verdade – a verdade virá até você. Na verdade, quando eu digo, ‘A verdade virá
até você’, isto são apenas palavras. Quando tudo o que é falso é abandonado,
você é a verdade. Nada vem e nada vai. Não existe jornada. OSHO - The Hidden Splendor -
Cap. 15. Tradução: Sw.
Bodhi Champak. www.oshobrasil.com.br.
Abraço. Davi
Nenhum comentário:
Postar um comentário