segunda-feira, 24 de abril de 2023

OS ANALECTOS - LIVRO VII

 

Confucionismo. www.https//rt.br. OS ANALECTOS – LIVRO VII. 1. O Mestre disse: “Eu transmito, mas não inovo; sou verdadeiro no que digo e devotado à Antiguidade. Arrisco me comparar ao nosso Velho P’eng”. [75] 2. O Mestre disse: “Silenciosamente depositar conhecimento na minha mente, aprender sem perder a curiosidade, ensinar sem cansar: isso não me apresenta dificuldade alguma”. 3. O Mestre disse: “Estas são as coisas que me causam preocupação: não conseguir cultivar a virtude, não conseguir ir mais fundo naquilo que aprendi, incapacidade de, quando me é dito o que é certo, tomar uma atitude e incapacidade de me reformar quando apresento defeitos”. 4. Durante seus momentos de lazer, o Mestre permanecia altivo, embora relaxado. 5. O Mestre disse: “Como caí montanha abaixo! Faz tanto tempo desde que sonhei com o duque de Chou”. 6. O Mestre disse: “Aplico meu coração no caminho, baseio-me na virtude, confio na benevolência para apoio e encontro entretenimento nas artes”. 7. O Mestre disse: “Nunca neguei instrução para ninguém que, por vontade própria, tenha me dado um pacote de carne seca de presente”. 8. O Mestre disse: “Nunca explico nada para alguém que não esqueça do mundo ao tentar entender um problema ou que não entre em um frenesi ao tentar se expressar por palavras. “Se mostro um dos cantos de um quadrado para alguém e essa pessoa não consegue encontrar os outros três, não mostro uma segunda vez.” 9. Ao fazer uma refeição na presença de alguém que estivesse de luto, o Mestre nunca comia toda sua porção. 10. O Mestre nunca cantava se, naquele dia, tivesse chorado. 11. O Mestre disse para Yen Yüan: “Apenas você e eu temos a habilidade de aparecer quando requisitados e de desaparecer quando deixados de lado”. Tzu-lu disse: “Se você estivesse liderando os Três Exércitos, quem levaria consigo?”. O Mestre disse: “Eu não levaria comigo ninguém que tentasse lutar com um tigre usando apenas as próprias mãos ou cruzar o rio [76] a nado e morrer na tentativa sem mostrar arrependimento. Se eu levasse alguém, teria que ser um homem que, ao se defrontar com uma missão, tivesse medo do fracasso e que, ao mesmo tempo que gostasse de fazer planos, fosse capaz de executá-los com sucesso”. 12. O Mestre disse: “Se a riqueza fosse um objetivo decente, eu, para obtê-la, estaria disposto até mesmo a trabalhar como zelador do lado de fora do mercado, com um chicote na mão. Se não é, devo seguir minhas próprias preferências”. 13. Jejum, guerra e doença eram coisas que o Mestre tratava com cuidado. 14. O Mestre ouviu o shao [77] em Ch’i e por três meses não sentiu o gosto das refeições que comia. Ele disse: “Jamais sonhei que as alegrias da música pudessem chegar a tais alturas”. 15. Jan Yu disse: “O Mestre está do lado do senhor de Wei?”. [78] Tzu-kung disse: “Bem, vou perguntar a ele”. Ele entrou e disse: “Que tipo de homens eram Po Yi e Shu Ch’i?”. “Eram excelentes anciãos.” “Tinham alguma queixa?” “Procuravam a benevolência e a encontraram. Então, por que teriam qualquer queixa?” Quando Tzu-kung saiu, ele disse: “O Mestre não está do lado dele”. 16. O Mestre disse: “Ao comer arroz comum e ao beber água, ao utilizar o próprio cotovelo como apoio, a alegria será encontrada. Riqueza e status conquistados por meios imorais têm tanto a ver comigo quanto as nuvens que passam”. 17. O Mestre disse: “Concedam-me mais alguns anos para que eu possa estudar até os cinquenta, e então estarei livre de maiores erros”. 18. As coisas para as quais o Mestre usava a pronúncia correta: as Odes, o Livro da História e a realização das cerimônias rituais. Em todos esses casos ele usava a pronúncia correta. 19. O governador do She perguntou a Tzu-lu sobre Confúcio. Tzu-lu não respondeu. O Mestre disse: “Por que você não falou simplesmente o seguinte: ele é o tipo de homem que esquece de comer quando está distraído com um problema, que é tão alegre que esquece suas preocupações e que não percebe a aproximação da velhice?”. 20. O Mestre disse: “Não nasci com conhecimento, mas, por gostar do que é antigo, apressei-me em buscá-lo”. 21. Os assuntos sobre os quais o Mestre não discorria eram milagres, violência, desordem e espíritos. 22. O Mestre disse: “Sou fadado a, mesmo enquanto caminho na companhia de dois homens quaisquer, aprender com eles. Imito as qualidades de um; os defeitos do outro, corrijo-os em mim mesmo”. 23. O Mestre disse: “O Céu é o autor da virtude que há em mim. O que pode Huan T’ui fazer comigo?”. [79] 24. O Mestre disse: “Meus amigos, acham que sou misterioso? Não há nada que eu esconda de vocês. Não há nada que eu não compartilhe com vocês, meus amigos. Eis como sou”. 25. O Mestre ensina quatro matérias: cultura, conduta moral, fazer o melhor possível e ser coerente com aquilo que se diz. 26. O Mestre disse: “Não tenho qualquer esperança de encontrar um sábio. Ficaria contente se encontrasse um cavalheiro”. O Mestre disse: “Não tenho qualquer esperança de encontrar um homem bom. Eu ficaria contente se encontrasse alguém constante. [80] É difícil considerar constante um homem que diz ter quando lhe falta, que diz estar cheio quando está vazio e estar confortável quando está em circunstâncias difíceis”. 27. O Mestre usava uma linha de pesca, mas não uma rede; ele sabia usar o arco, mas não atirava em pássaros que cantassem. 28. O Mestre disse: “Existem, presumivelmente, homens que inovam sem possuir conhecimento, mas essa é uma falha que não tenho. Faço amplo uso de meus ouvidos e sigo o que é bom daquilo que ouvi; faço amplo uso dos meus olhos e retenho na minha mente o que vi. [81] Isso constitui o melhor substituto para o conhecimento inato”. [82] 29. Era difícil ensinar algo ao povo de Hu Hsiang. Um menino foi recebido pelo Mestre, e os discípulos ficaram perplexos. O Mestre disse: “Aprovação à vinda dele não significa aprovação quando ele não está aqui. Por que deveríamos ser tão preciosistas? Quando um homem vem a nós após ter se purificado, aprovamos sua purificação, mas não podemos chancelar seu passado”. [83] 30. O Mestre disse: “A benevolência é realmente algo tão distante? Tão logo a desejo e ela está aqui”. 31. Ch’en Ssu-pai perguntou se o duque Chao era versado nos ritos. Confúcio disse: “Sim”. Depois de Confúcio ir embora, Ch’en Ssu-pai, curvando-se para Wu-ma Ch’i, convidou este para se aproximar e disse: “Ouvi dizer que um cavalheiro não demonstra parcialidade. E mesmo assim o seu Mestre é parcial? O senhor tomou como esposa uma filha de Wu, que é do mesmo clã que ele [84] , mas ele permite que ela seja chamada Wu Meng Tzu [85] . Se esse senhor é versado nos ritos, quem não é?”. Quando Wu-ma Ch’i relatou-lhe isso, o Mestre disse: “Sou um homem de sorte. Sempre que cometo um erro, as outras pessoas percebem”. [86] 32. Quando o Mestre estava cantando na companhia de outros homens e gostava da música de um companheiro, ele sempre pedia para ouvi-la mais uma vez antes de tomar parte no coro. 33. O Mestre disse: “Quanto a fazer esforços irrestritos, sou igual aos outros homens, mas quanto a viver de acordo com os preceitos de um cavalheiro, não obtive, ainda, sucesso algum”. 34. O Mestre disse: “Como posso me considerar um sábio ou um homem benevolente? Talvez possa ser dito sobre mim que aprendo sem esmorecer e que ensino sem me cansar”. [87] Jung-hsi Hua disse: “Isso é, precisamente, aquilo que nós, discípulos, somos incapazes de aprender com o seu exemplo”. 35. O Mestre estava gravemente doente. Tzu-lu pediu permissão para fazer uma oração. O Mestre disse: “Isso foi feito alguma vez?”. Tzu-lu disse: “Sim, foi. A oração foi a seguinte: rogo aos espíritos do mundo inferior e do mundo superior”. O Mestre disse: “Nesse caso, há tempos venho oferecendo minhas orações”. 36. O Mestre disse: “Extravagância significa ostentação; frugalidade significa desalinho. Eu preferiria ser um maltrapilho a um ostentador”. 37. O Mestre disse: “O cavalheiro tem a mente tranquila, enquanto o homem vulgar está sempre tomado de ansiedade”. 38. O Mestre é cordial embora severo, inspira autoridade sem ser bravo e é respeitoso ao mesmo tempo em que é tranquilo. www.https//rt.br. Abraço. Davi

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