Espiritismo.
www.febnet.org.br. Livro O Céu e o
Inferno. Capítulo II. Texto de Allan Kardec (1804-1869). O INFERNO I. Intuição das penas
futuras • O inferno cristão imitado do inferno pagão • Os limbos • Quadro do
inferno pagão • Esboço do inferno cristão Intuição das penas futuras 1. Desde
todas as épocas o homem acreditou, por intuição, que a vida futura seria feliz
ou infeliz, conforme o bem ou o mal praticado neste mundo. A ideia que ele faz,
porém, dessa vida, está em relação com o seu desenvolvimento, senso moral e
noções mais ou menos justas do bem e do mal. As penas e recompensas são o
reflexo dos instintos predominantes. Os povos guerreiros fazem consistir a
suprema felicidade nas honras conferidas à bravura; os caçadores, na abundância
da caça; os sensuais, nas delícias da voluptuosidade. Dominado pela matéria, o
homem não pode compreender senão imperfeitamente a espiritualidade, imaginando
para as penas e gozos futuros um quadro mais material que espiritual;
afigura-se que deve comer e beber no outro mundo, porém, melhor que na Terra. Mais
tarde já se encontra nas crenças sobre a vida futura um misto de espiritualismo
e materialismo: a beatitude contemplativa concorrendo com o inferno das
torturas físicas. 2. Não podendo compreender senão o que vê, o homem primitivo
naturalmente moldou o seu futuro pelo presente; para compreender outros tipos,
além dos que tinha à vista, ser-lhe-ia preciso um desenvolvimento intelectual
que só o tempo deveria completar. Também o quadro por ele ideado sobre as penas
futuras não é senão o reflexo dos males da humanidade, em mais vasta proporção,
reunindo-lhe todas as torturas, suplícios e aflições que achou na Terra. Nos
climas abrasadores imaginou um inferno de fogo, e nas regiões boreais um inferno
de gelo. Não estando ainda desenvolvido o sentido que mais tarde o levaria a
compreender o mundo espiritual, não podia conceber senão penas materiais; e
assim, com pequenas diferenças de forma, os infernos de todas as religiões se
assemelham. O inferno cristão imitado do inferno pagão 3. O inferno pagão,
descrito e dramatizado pelos poetas, foi o modelo mais grandioso do gênero, e
perpetuou-se no seio dos cristãos, onde, por sua vez, houve poetas e cantores.
Comparando-os, encontram-se neles — salvo os nomes e variantes de detalhe —
numerosas analogias; ambos têm o fogo material por base de tormentos, como
símbolo dos sofrimentos mais atrozes. Mas coisa singular! Os cristãos
exageraram em muitos pontos o inferno dos pagãos. Se estes tinham o tonel das
Danaides, a roda de Íxion, o rochedo de Sísifo, eram estes suplícios
individuais; os cristãos, ao contrário, têm para todos, sem distinção, as
caldeiras ferventes cujos tampos os anjos levantam para ver as contorções dos
supliciados; e Deus, sem piedade, ouve-lhes os gemidos por toda a eternidade.
Jamais os pagãos descreveram os habitantes dos Campos Elíseos deleitando a
vista nos suplícios do Tártaro. 4. Os
cristãos têm, como os pagãos, o seu rei dos infernos — Satã — com a diferença,
porém, de que Plutão se limitava a governar o sombrio império, que lhe coubera
em partilha, sem ser mau; retinha em seus domínios os que haviam praticado o
mal, porque essa era a sua missão, mas não induzia os homens ao pecado para
desfrutar, tripudiar dos seus sofrimentos. Satã, no entanto, recruta vítimas
por toda parte e regozija-se ao atormentá-las com uma legião de demônios
armados de forcado a revolvê-las no fogo. Já se tem discutido seriamente sobre
a natureza desse fogo que queima, mas não consome as vítimas. Tem-se mesmo
perguntado se seria um fogo de betume. O inferno cristão nada cede, pois, ao
inferno pagão. 5. As mesmas considerações que, entre os antigos, tinham feito
localizar o reino da felicidade, fizeram circunscrever igualmente o lugar dos
suplícios. Tendo-se colocado o primeiro nas regiões superiores, era natural
reservar ao segundo os lugares inferiores, isto é, o centro da Terra, para onde
se acreditava servirem de entradas certas cavidades sombrias, de aspecto
terrível. Os cristãos também colocaram aí, por muito tempo, a habitação dos
condenados. A este respeito, frisemos ainda outra analogia: O inferno dos
pagãos continha de um lado os Campos Elíseos e do outro o Tártaro; o Olimpo,
morada dos deuses e dos homens divinizados, ficava nas regiões superiores.
Segundo a letra do Evangelho, Jesus desceu aos infernos, isto é, aos lugares
baixos para deles tirar as almas dos justos que lhe aguardavam a vinda. Os
infernos não eram, portanto, um lugar unicamente de suplício: estavam, tal como
para os pagãos, nos lugares baixos. A morada dos anjos, assim como o Olimpo,
era nos lugares elevados. Colocaram-na para além do céu estelar, que se
reputava limitado. 6. Esta mistura de ideias cristãs e pagãs nada tem de
surpreendente. Jesus não podia de um só golpe destruir inveteradas crenças,
faltando aos homens conhecimentos necessários para conceber a infinidade do
Espaço e o número infinito dos mundos; a Terra para eles era o centro do
universo; não lhe conheciam a forma nem a estruturas internas; tudo se limitava
ao seu ponto de vista: as noções do futuro não podiam ir além dos seus conhecimentos.
Jesus encontrava-se, pois, na impossibilidade de os iniciar no verdadeiro
estado das coisas, mas não querendo, por outro lado, com sua autoridade,
sancionar preconceitos, absteve-se de os retificar, deixando ao tempo essa
missão. Ele limitou-se a falar vagamente da vida bem-aventurada, dos castigos
reservados aos culpados, sem referir-se jamais nos seus ensinos a castigos e
suplícios corporais, que constituíram para os cristãos um artigo de fé. Eis aí
como as ideias do inferno pagão se perpetuaram até os nossos dias. E foi
preciso a difusão das modernas luzes, o desenvolvimento geral da inteligência
humana para se lhe fazer justiça. Como, porém, nada de positivo houvesse substituído
as ideias recebidas, ao longo período de uma crença cega sucedeu,
transitoriamente, o período de incredulidade a que vem pôr termo a Nova
Revelação. Era preciso demolir para reconstruir, visto como é mais fácil
insinuar ideias justas aos que em nada creem, sentindo que algo lhes falta, do
que fazê-lo aos que possuem uma ideia robusta, ainda que absurda. 7.
Localizados o Céu e o inferno, as seitas cristãs foram levadas a não admitir
para as almas senão duas situações extremas: a felicidade perfeita e o
sofrimento absoluto. O purgatório é apenas uma posição intermediária e
passageira, ao sair da qual as almas passam, sem transição, à mansão dos
justos. Outra não pode ser a hipótese, dada a crença na sorte definitiva da
alma após a morte. Se não há mais de duas habitações, a dos eleitos e a dos
condenados, não se podem admitir muitos graus em cada uma sem admitir a
possibilidade de os franquear e, conseguintemente, o progresso. Ora, se há
progresso, não há sorte definitiva, e se há sorte definitiva, não há progresso.
Jesus resolveu a questão quando disse: “Há muitas moradas na casa de meu Pai.” (João
14,2) Os limbos. 8. É verdade que a Igreja admite uma posição especial em casos
particulares. As crianças falecidas em tenra idade, sem fazer mal algum, não
podem ser condenadas ao fogo eterno, mas também, não tendo feito bem, não lhes
assiste direito à felicidade suprema. Ficam nos limbos, diz-nos a Igreja, nessa
situação jamais definida, na qual, se não sofrem, também não gozam da
bem-aventurança. Esta, sendo tal sorte irrevogavelmente fixada, fica-lhes
defesa para sempre. Tal privação importa, assim, um suplício eterno e tanto
mais imerecido, quanto é certo não ter dependido dessas almas que as coisas
assim sucedessem. O mesmo se dá quanto ao selvagem que, não tendo recebido a
graça do batismo e as luzes da Religião, peca por ignorância, entregue aos
instintos naturais. Certo, este não tem a responsabilidade e o mérito cabíveis
ao que procede com conhecimento de causa. A simples lógica repele uma tal doutrina
em nome da Justiça de Deus, que se contém integralmente nestas palavras do
Cristo: “A cada um, segundo as suas obras.” Obras, sim, boas ou más, porém
praticadas voluntária e livremente, únicas que comportam responsabilidade.
Neste caso não podem estar a criança, o selvagem e tampouco aquele que não foi
esclarecido. Quadro do inferno pagão 9. O conhecimento do inferno pagão nos é
fornecido quase exclusivamente pela narrativa dos poetas. Homero e Virgílio
dele deram a mais completa descrição, devendo, contudo, levar-se em conta as
necessidades poéticas impostas à forma. A descrição de Fénelon, no Aventuras de
Telêmaco, posto que haurida na mesma fonte quanto às crenças fundamentais, tem
a simplicidade mais concisa da prosa. Descrevendo o aspecto lúgubre dos
lugares, preocupa-se, principalmente, em realçar o gênero de sofrimento dos
culpados, estendendo-se sobre a sorte dos maus reis com vista à instrução do
seu régio discípulo. Por muito popular que seja esta obra, nem todos têm
presente à memória a sua descrição, ou não meditaram sobre ela de modo a
estabelecer comparação, e assim acreditamos de utilidade reproduzir os tópicos
que mais diretamente interessam ao nosso assunto, isto é, os que se referem
especialmente às penas individuais. 10. “Ao entrar, Telêmaco ouve gemidos de
uma sombra inconsolável: — Qual é — pergunta-lhe — a vossa desgraça? Quem
fostes na Terra? — Nabofarzan — responde a sombra —, rei da soberba Babilônia.
Ao ouvir meu nome tremiam todos os povos do Oriente; fazia-me adorar pelos babilônios
num templo todo de mármore, representado por uma estátua de ouro, a cujos pés
se queimavam noite e dia os preciosos perfumes da Etiópia; jamais alguém ousou
contradizer-me sem de pronto ser punido; inventavam-se dia a dia prazeres novos
para tornar-me a vida mais e mais deliciosa. “Moço e robusto, quantos,
infelizmente! Quantos prazeres me restavam ainda por usufruir no trono! Mas
certa mulher, que eu amava e que me não correspondia, fez-me sentir claramente
que eu não era um deus: envenenou-me, e (...) nada mais sou. As minhas cinzas
foram ontem encerradas com pompa em urna de ouro: choraram, arrancaram cabelos,
pretenderam fingidos atirar-se às chamas da minha fogueira, a fim de morrerem
comigo, vão ainda gemer junto do túmulo das minhas cinzas, mas ninguém me
deplora; a minha memória horroriza a própria família, enquanto aqui embaixo
sofro já horríveis suplícios.” Telêmaco, compungido ante esse espetáculo,
diz-lhe: — Éreis vós verdadeiramente feliz durante o vosso reinado? Sentíeis
porventura essa paz suave sem a qual o coração se conserva opresso e abatido em
meio das delícias? — Não — respondeu o babilônio —, não sei mesmo o que quereis
dizer. Os sábios exaltam essa paz como bem único; quanto à raiva, nunca a
senti, meu coração agitava-se continuamente por novos desejos de temor e de
esperança. Procurava aturdir-me com o abalo das próprias paixões, tendo o
cuidado de entreter essa embriaguez para torná-la permanente, contínua; o menor
intervalo de razão, de calma, ser-me-ia muito amargo. Eis a paz que fruí;
qualquer outra parece-me antes uma fábula, um sonho. São esses os bens que
choro. Assim falando, o babilônio chorava qual homem pusilânime, enervado pelas
prosperidades, desabituado de suportar resignadamente uma desgraça. Havia junto
dele alguns escravos mortos em homenagem honrosa aos seus funerais. Mercúrio os
entregara a Caronte com o seu rei, outorgando-lhes poder absoluto sobre esse
rei, a quem tinham servido na Terra. Essas sombras de escravos não temiam a
sombra de Nabofarzan, que retinham encadeada, infligindo as mais cruéis
afrontas. Dizia-lhe uma: — Não éramos nós homens iguais a ti? Insensato que
eras, julgavas-te um deus, a ponto de esqueceres a tua origem comum a todos os
homens. Outra, para insultá-lo, dizia: — Tinhas razão em não querer que por
homem te houvessem, porque na verdade eras um monstro desumano. Ainda outra: —
Então?! Onde estão agora os teus aduladores? Nada mais tens a dar, desgraçado! Nem
mesmo o mal podes fazer mais; eis-te reduzido a escravo dos teus escravos. A
justiça dos deuses tarda, mas não falha. A estas frases duras Nabofarzan se
rojava por terra, arrancando os cabelos em acesso de raiva e desespero, mas
Caronte instigava os escravos: — Arrastem-no pela corrente, levantem-no contra
a vontade. Não possa ele consolar-se escondendo a sua vergonha: preciso é que
todas as sombras do Estige testemunhem como justificativa aos deuses, que por
tanto tempo toleraram o reinado terreno deste ímpio. E ele avista logo, bem
perto de si, o negro Tártaro evolando escuro e espesso fumo, cujo cheiro
mefítico daria a morte se se espalhasse pela morada dos vivos. Esse fumo
envolvia um rio de fogo, um turbilhão de chamas, cujo ruído, semelhante às
torrentes mais caudalosas quando se despenham de altos rochedos em profundos
abismos, concorria para que nada se ouvisse nesses lugares tenebrosos.
Telêmaco, secretamente animado por Minerva, entra sem medo nesse báratro. Viu
primeiramente um grande número de homens que tinham vivido nas mais humildes
condições, punidos por haverem procurado riquezas por meio de fraudes, traições
e crueldade. Aí notou muitos ímpios hipócritas que, simulando amar a Religião,
dela se tinham servido como de um belo pretexto para satisfazerem ambições e
zombarem dos crédulos: os que haviam abusado até da própria Virtude, o maior
dom dos deuses, eram punidos como os mais celerados de todos os homens. Os
filhos que haviam degolado seus pais; as esposas que mancharam as mãos no
sangue dos maridos; os traidores que venderam a pátria, violando todos os juramentos,
sofriam, apesar de tudo, penas menores que aqueles hipócritas. Os três juízes
infernais assim o queriam, por esta razão: os hipócritas não se contentam com
ser maus como os demais ímpios, porém, querem passar por bons e concorrem por
sua falsa virtude para a descrença e corrupção da verdade. Os deuses, por eles
zombados e desprezados perante os homens, empregam com prazer todo o seu
poderio para se vingarem de tais insultos. Perto destes, outros homens
aparecem, que vulgarmente se julgam isentos de culpa, mas que os deuses
perseguem desapiedadamente: são os ingratos, os mentirosos, os aduladores que
louvaram o vício, os críticos perversos que procuraram enodoar a mais pura
virtude; enfim aqueles que, julgando temerariamente das coisas, sem as conhecer
a fundo, prejudicaram por isso a reputação dos inocentes. Telêmaco, vendo os
três juízes sentados a condenarem um homem, ousou perguntar-lhes quais os seus
crimes. O condenado, tomando a palavra, de pronto exclamava: — Nunca fiz mal
algum; todo o meu prazer era praticar o bem: fui sempre generoso, justo,
liberal e compassivo; que se pode, pois, exprobrar-me? Minos então lhe disse: —
Nenhuma acusação se te faz quanto aos homens, porém a estes menos não devias
que aos deuses? Que justiça, pois, é essa de que te vanglorias? Para com os
homens, que nada são, não faltaste jamais a qualquer dever; foste virtuoso, é
certo, mas só atribuíste essa virtude a ti próprio, esquecendo os deuses que te
deram, tudo porque querias gozar do fruto da tua virtude encerrado em ti mesmo:
foste a tua divindade. Mas os deuses, que tudo fizeram, e o fizeram para si,
não podem renunciar aos seus direitos; e, pois, que quiseste pertencer-te e não
a eles, entregar-te-ão a ti mesmo, esquecidos de ti como deles te esqueceste.
Procura agora, se podes, o consolo em teu próprio coração. Eis-te agora para
sempre separado dos homens, aos quais querias agradar; eis-te só contigo, tu
que eras o teu ídolo: fica sabendo que não há verdadeira virtude sem respeito e
amor aos deuses, a quem tudo é devido. A tua falsa virtude, que por muitos anos
deslumbrou os ingênuos, vai ser confundida. Não julgando os homens o vício e a
virtude senão pelo que lhes agrada ou os incomoda, são cegos quanto ao bem e
quanto ao mal. Aqui, uma luz divina derroga seus julgamentos artificiais,
condenando muita vez o que eles admiram, e outras vezes justificando o que
condenam. A estas palavras, o filósofo, como que ferido por um raio, mal podia
suster-se. O deleite que tivera outrora em rever a sua moderação, a coragem, as
inclinações generosas, transformavam-se em desespero. A visão do próprio
coração inimigo dos deuses, promove-lhe suplícios; vê, e não pode deixar de se
ver; vê a vaidade dos preconceitos humanos, aos quais buscava lisonjear em
todas as suas ações. Opera-se uma revolução radical em todo o seu íntimo, como
se lhe revolvessem todas as entranhas; reconhece-se outro; não encontra apoio
no coração; a consciência, cujo testemunho tão agradável lhe fora, revolta-se
contra ele, incriminando-lhe amargamente o desvario, a ilusão de todas as suas
virtudes, que não tiveram por princípio e por fim o culto da divindade, e ei-lo
perturbado, consternado, preso da vergonha, do remorso, do desespero. As Fúrias
não o atormentam, bastando-lhes o terem-na entregado a si próprio, para que
expie pelo coração a vingança dos deuses desprezados. Procurando a treva não
pode encontrá-la, porquanto inoportuna luz o segue por toda parte; de todos os
lados os raios penetrantes da verdade vingam a verdade que ele desdenhou
seguir. Tudo que amava se lhe torna odioso como fonte dos seus males
infindáveis. Murmura consigo: Ó insensato! Não conheci, pois, nem os deuses,
nem os homens, nem a mim mesmo, porque jamais amei o verdadeiro e único bem;
todos os meus passos foram tresloucados; a minha sabedoria não passava de
loucura; a minha virtude mais não era que o orgulho impiedoso e cego: eu era
enfim o meu ídolo! Finalmente reconheceu Telêmaco os reis condenados por abuso
de poder. De um lado, vingadora Fúria apresentava-lhes um espelho a refletir a
monstruosidade dos seus vícios: aí viam, sem poder desviar os olhos, a vaidade
grosseira e ávida de ridículos louvores; a crueldade para com aqueles a quem
deveriam ter feito felizes; o temor da verdade, a insensibilidade para com as
virtudes, a predileção pelos cobardes e aduladores, a falta de aplicação, a
inércia, a indolência; a desconfiança ilimitada; o fausto e a magnificência
excessivos calcados sobre a ruína dos povos; a ambição de glórias vãs à custa
do sangue dos concidadãos; a fereza, enfim, que procura a cada dia novas
delícias nas lágrimas e no desespero de tantos infelizes. www.febnet.org.br. Livro O Céu e o Inferno.
Abraço. Davi.
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