sexta-feira, 11 de abril de 2025

A BATALHA ENTRE O BEM E O MAL

Zoroastrismo. O Livro das Religiões. Por Editora Globo. A BATALHA ENTRE O BEM E O MAL. Parte II. O Mal e a Escolha Humana. Segundo o Zoroastrismo, todos nós nascemos bons. A presença malévola de Ahriman explica por que nos sentimos tentados a fazer coisas erradas. Explica também como o mal pode existir na presença de um deus bom. Os textos zoroastristas afirmam: “O que é completo e perfeito em sua bondade não pode produzir o mal. Se pudesse, não seria perfeito. Se Deus é perfeito em bondade e conhecimento, a ignorância e o mal não podem vir dele”. Ou seja, Ahura Mazda não pode ser responsável pela presença do mal no mundo, a fonte do mal é Ahriman. O fato de que Ahura Masda deu livre-arbítrio à humanidade significa que todo momento da existência de um indivíduo requer uma escolha entre o que é certo e o que é errado. Nossa responsabilidade é escolher o bem em detrimento do mal. Esse foco numa escolha moral faz do zoroastrismo uma religião em que a responsabilidade pessoal e a moralidade constituem fatores supremos. Não só em termos conceituais, mas também na prática diária. As virtudes humanas importantes para Ahura Mazda incluem sinceridade, lealdade, tolerância, capacidade de perdoar, respeito aos idosos e cumprimento de promessas. Elementos como: raiva, arrogância, sede de vingança, palavrões e cobiça são condenados – e não somente nesta vida. Dois filhos um bom e um mau. No zurvanismo, uma extinta ramificação do zoroastrismo, Ahura Mazda não é o único criador. Ele e Ahriman são os filhos de um deus anterior, Zurvan –“Tempo”. Essa doutrina surgiu do argumento de que, se Mazda e Ahriman eram espíritos gêmeos, como dizem os textos, eles deviam ter um progenitor. Zurvan, um deus andrógino neutro, sacrifica mil anos de sua vida para ter um filho, mas começa a duvidar de seu poder de procriar. O malvado Ahriman nasce de sua dúvida, e Ahura Mazda nasce de seu otimismo. Zurvan vaticina que seu primogênito governará o mundo, e por isso Ahriman sai primeiro, declarando ser Ahura Mazda. Mas Zurvan não se deixa enganar e cai em prantos por ter criado tamanha abominação: “Meu filho é luminoso e perfumado, e você é tenebroso e fedorento”. Mardan Farrukh. A dessemelhança entre bem e mal, luz e escuridão, não é uma questão funcional, mas substancial. Sua natureza não se combina e é mutuamente destrutiva. Oração Ahunavar. Estabeleça o poder dos atos baseados numa vida de bons propósitos, para Mazda e o senhor, sacerdote dos pobres. Julgamento e salvação. Os zoroastristas acreditam que as pessoas serão julgadas em dois momentos após a morte quando morrerem e no dia do Juízo Final, no tempo do fim. Os dois julgamentos focarão, respectivamente, a moralidade de pensamento do indivíduo e a moralidade de suas ações. Em ambos os casos, falhas morais são punidas com inferno. Essas punições, porém, não são eternas. Elas terminam quando o indivíduo corrige sua falha moral no além. A partir de então, ele pode ir morar com Ahura Mazda no paraíso. Os zoroastristas reúnem-se para rezar juntos. Essa religião bastante moral é sintetizada pela antiga expressão avéstica: “Humata, Hukhta, Hvarshta” – Bons pensamentos, boas palavras e boas ações. De acordo com os ensinamentos zoroastristas, quando o fim dos tempos se aproximar, Saoshyant – o Salvador – aparecerá para renovar o mundo. Ajudando Ahura Mazda a destruir  Ahriman. As pessoas se tornarão puras e deixarão de consumir carne e, depois, leite, vegetais e água, até não precisarem de mais nada. Quando todos tiverem escolhido o bem em vez do mal, não haverá mais pecado. Então Az, o demônio feminino da luxúria criado por Ahriman, passará fome e se voltará contra seu criador. Ahura Mazda expulsará Ahriman da criação pelo mesmo buraco que Ahriman fez quando entrou no mundo. Será nesse momento que o tempo terminará. Saoshyant, então, ressuscitará os mortos, que passarão por um rio de metal fundido para queimar os pecados. Segundo o zoroastrismo, o mundo terá um novo início, mas dessa vez será perene e imaculado. O uso do fogo e do metal fundido como elementos purificadores no Juízo Final reflete a importância do fogo no zoroastrismo como símbolo de santidade. O fogo é visto como o mais puro dos elementos. Ahura Mazda é fortemente associado ao fogo e ao Sol. Por esse motivo, os templos zoroastristas mantem sempre um fogo queimando, simbolizando o poder eterno das divindades. Algumas piras de templos ficaram acesas por séculos. Seguidores trazem oferendas de madeira, o único combustível utilizado, que os sacerdotes do fogo colocam na fogueira. Os visitantes são ungidos com cinzas. A eterna luta. A ideia zoroastrista de forças opostas, o bem e o mal, é uma expressão do que a filosofia chama de “dualismo”. Outra religião persa dualista o maniqueísmo, foi fundada pelo profeta Mani no século III d.C. Mani dizia que sua “religião de luz” completava os ensinamentos de Zoroastro, Buda e Cristo. Assim com Zoroastro, Mani via o mundo como uma eterna luta entre as forças do bem e do mal, luz e escuridão. Essa visão exerceu grande influência nos pensadores cristãos e nos cultos cristãos heréticos medievais. Como o dos paulicianos na Armênia, o dos bogomilos na Bulgária e o dos cátaros na França. Abraço. Davi.

 

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