Islamismo. Manual para o Novo Muçulmano. Por Jamaal Zarabozo (1951 - ). A RELIGIÃO DO ISLÃ. Parte X. Assim, por exemplo, o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) aboliu todos os contratos em que se cobravam juros, em um discurso em Makkah, onde havia um grande número de recém-convertidos. Portanto, se tais contratos foram fechados antes de se adotar o Islam, o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) deixou claro o aspecto proibido do contrato. Definitivamente, uma vez que a pessoa adota o Islam, a partir deste momento, não deve aceitar nenhuma riqueza que seja obtida através de meios proibidos, não se importando se o contrato tiver sido firmado antes ou depois de sua conversão. A pessoa deve crer que este dinheiro é proibido e, portanto, não deve desejar recebê-lo, nem se beneficiar dele. Dada a natureza atual dos contratos, pode ser que não seja possível anulá-lo. Caso a pessoa se veja obrigada a receber o dinheiro, deve se desfazer dele. (Muitas mesquitas têm contas bancárias para receber o dinheiro obtido por meios ilícitos, mas que a pessoa se viu obrigada a receber. Como, por exemplo, juros sobre depósitos. Então, esse dinheiro pode ser utilizado de formas específicas tal como recomendação dos sábios.) Matrimônios prévios ao Islam Não há dúvidas de que o Islam confirma os casamentos realizados fora do Islam ou antes da pessoa abraçar a religião. Há diversas evidências desse fato. Por exemplo, na Surah al Masad, Allah se refere à esposa de Abu Lahab, o tio do Profeta que se opôs a ele com veemência, igual à esposa do Faraó. Vários companheiros do Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) nasceram antes da chegada do Islam e eram considerados filhos legítimos de seus pais. Certamente, o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) nunca ordenou aos companheiros casados que voltassem a casar sob as condições que o Islam impõe. De fato, o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) nem sequer perguntava quais eram os detalhes de seus contratos matrimoniais, como por exemplo, se houve ou não testemunhas. Obviamente, as relações consideradas ilegítimas para as religiões anteriores ou a lei sob a qual vivia o convertido, também são consideradas ilegítimas no Islam. Por exemplo, o filho ilegítimo antes de se adotar o Islam continua a sê-lo após a conversão. Por outro lado, todos os filhos nascidos através de um matrimônio legítimo, prévio ao Islam, serão considerados legítimos e os filhos continuarão sendo filhos legítimos do convertido. Uma exceção a este princípio geral de afirmação dos matrimônios prévios ao Islam é quando os esposos estão dentro dos graus proibidos de parentesco. Por exemplo, na antiga Pérsia, os irmãos podiam se casar. Esse matrimônio seria considerado nulo se qualquer um dos cônjuges se convertesse ao Islam. Afora isso, em uma situação em poligamia, se um homem tem mais de quatro esposas, ao abraçar o Islam, deve separar-se de algumas delas para não extrapolar ao limite máximo permitido. Também cabe mencionar outros temas importantes relacionados com a conversão ao Islam. Se um homem e sua esposa adotam o Islam aproximadamente na mesma época, então, seu matrimônio permanece intacto e não haverá necessidade de fazer mais nada. Se um homem casado com uma mulher judia ou cristã adota o Islam, o matrimônio também permanece intacto e não é necessário nada além. Esses casos são claros e não envolvem maiores problemas. Os casos problemáticos são os seguintes: (1) Um homem convertido casado com uma mulher que não é cristã ou judia e não aceita o Islam; (2) uma mulher convertida casada com um homem não muçulmano. Os versículos do Qur’an relativos a estes temas são os seguintes: “Ó fiéis, quando se vos apresentarem as fugitivas fiéis, examinai-as, muito embora Deus conheça a sua fé melhor do que ninguém; porém, se as julgardes fiéis, não as restituais aos incrédulos, porquanto elas não lhes cabem por direito, nem eles a elas; porém, restituí o que eles gastaram (com os seus dotes). Não sereis recriminados se as desposardes, contanto que as doteis; porém, não vos apegueis à tutela das incrédulas, mas exigi a restituição do que gastastes no seu dote; e que (os incrédulos), por sua vez, exijam o que gastaram. Tal é o Juízo de Deus, com que vos julga, porque Deus é Sapiente, Prudentíssimo.” (60:10). “Não desposareis as idólatras até que elas se convertam, porque uma escrava fiel é preferível a uma idólatra, ainda que esta vos apraza. Tampouco consintais no matrimônio das vossas filhas com os idólatras, até que estes se tenham convertido, porque um escravo fiel é preferível a um livre idólatra, ainda que este vos apraza. Eles arrastam-vos para o fogo infernal; em troca, Deus, com Sua benevolência, convoca-vos ao Paraíso e ao perdão e elucida os Seus versículos aos humanos, para que Dele recordem.” (2:221). Trocar o nome ao se converter muçulmano É uma prática bastante comum que os convertidos mudem seus nomes ao abraçarem o Islam. Às vezes isso é feito para que o convertido se sinta mais próximo e apegado à comunidade islâmica. A pergunta lógica que surge é: Essa mudança de nome é um requisito, é algo recomendado ou é simplesmente permitido? Sobre este ponto, Abdul Aziz Ibn Baaz respondeu o seguinte: “Informo-lhes que não existe evidência na Lei Islâmica que exija àquele que se converte ao Islam mude seu nome para um nome islâmico. [A exceção é quando] Existe uma razão islâmica que assim requeira a mudança. Por exemplo, se uma pessoa tem um nome que indica adoração a outra coisa que não Allah, como “servo de Jesus”; ou se a pessoa tem um nome que não é bom e existam outros nomes melhores, como o nome “Áspero”, que poderia ser modificado para “Amável”. O caso é similar com qualquer outro nome que não seja considerado apropriado. Sem dúvidas, é obrigatório mudar o nome se este indica adoração a qualquer coisa que não Allah. Em respeito a outros nomes [desagradáveis], é preferível e recomendado mudá-los. Na segunda categoria, encontram-se aqueles nomes reconhecidos como cristãos e que ao serem mencionados dão a impressão que a pessoa é cristã. Nesses casos, a mudança do nome é boa.” Bilal Philips acrescenta um pouco mais sobre este mesmo tema: “Os novos convertidos, que não conhecem o sistema islâmico de nomes, algumas vezes adotam nomes árabes com o caótico estilo europeu... De fato, os de ascendência africana, às vezes, apagam o sobrenome, pois afirmam que estes nomes são remanescentes da escravidão. Quer dizer, seus ancestrais que foram escravos normalmente adotavam o sobrenome de seus senhores e assim, transmitia-se de geração para geração. Portanto, uma pessoa chamada, por exemplo, Clive Baron Williams e que o nome de seu pai era George Herbert Williams, ao converter-se ao Islam, muda seu nome para, por exemplo, Faisal Umar Nkruma Mahdi. Sem dúvidas, seu nome, segundo o sistema islâmico de nomes, deveria ser Faisal George Williams. Se “Williams” era ou não o sobrenome do antigo dono da plantação onde seus antepassados trabalhavam, não tem importância alguma. Como o nome de seu pai era George Williams, segundo o sistema islâmico de nomes, ele é filho de George Williams... esta prática de novos muçulmanos: apagar o sobrenome, cria muitos ressentimentos entre seus familiares não muçulmanos, o que poderia ser evitado muito facilmente se o sistema islâmico de nomes tivesse sido adotado. Na verdade, o novo muçulmano não tem obrigação de mudar seu “nome cristão” a menos que contenha algum significado não islâmico. Assim, o nome Clive, que em inglês significa “habitante da montanha”, não precisa ser mudado. Ao contrário, o nome Dennis, variante de “Dionísio” (deus grego do vinho e da fertilidade, lembrado e cultuado em orgias ritualísticas), deveria ser mudado por outro... Sem dúvidas, é totalmente aceitável que um muçulmano, recém-convertido ou não, mude seu primeiro nome. Era habitual que o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) mudasse os nomes das pessoas se estes eram negativos ou não islâmicos. Uma das esposas do profeta se chamava, originalmente, Barrah (piedosa) e ele mudou para Zainab, pois Allah revelou no Qur’an: “Não vos ensoberbeceis, pois Allah conhece bem os piedosos” (53:32). Certamente, o Mensageiro de Allah nunca mudaria o nome de família, por menos islâmicos que fossem... Portanto, pode-se concluir que mudar o sobrenome é contra a lei e o espírito da Lei Islâmica. Devem manter o nome e o sobrenome do pai e, se o pai é desconhecido, o nome e sobrenome da mãe devem seguir o primeiro nome do muçulmano convertido.” Os Frutos da Conversão ao Islam Já foram mencionadas muitas das características mais importantes do Islam. Antes de finalizar este capítulo, quero ressaltar alguns dos frutos importantes que a pessoa recebe ao se converter ao Islam. É importante afirmar que todos os benefícios do Islam correspondem ao ser humano. Allah enviou Sua orientação apenas para o benefício das pessoas. Allah, por Si mesmo, não necessita da adoração dos seres humanos. Ele está isento de qualquer necessidade, mas em Sua Misericórdia, mostrou à humanidade o modo correto de se comportar para assim ter Sua aprovação. Por isso, Allah diz: “Quem se encaminha, o faz em seu benefício; quem se desvia, o faz em seu prejuízo, e nenhum pecador arcará com a culpa alheia...” (17:15). Além disso: os que resistem ao Islam não fazem mais que prejudicar a si mesmos. Allah disse: “Deus em nada defrauda os homens; porém, os homens se condenam a si mesmos.” (10:44). Conhecer a Allah, o Deus, Senhor e Criador. O maior benefício de se converter muçulmano e crescer no Islam é que a pessoa pode conhecer verdadeiramente a Allah. O crente conhece a Allah, não em um sentido impreciso, vazio e filosófico, senão que O conhece em detalhes através de Seus Nomes e Atributos, cujo conhecimento Allah, com Sua graça, explicou no Qur’an e na Sunnah. Cada um dos Seus nomes deveria aumentar o amor do crente por Allah, assim como o temor, acompanhando de uma maior proximidade a Ele através desses sublimes atributos, mediante a realização dos atos de retidão. Ibn Taimiyah disse: “todo aquele que conheça os nomes de Allah e seus significados e creia neles, terá uma fé mais completa que aquele que não os conhece e simplesmente crê neles de uma forma geral.” Ibn Saadi disse também: “Cada vez que aumenta o conhecimento que uma pessoa tem dos belos nomes e atributos de Allah, também aumenta sua fé e a sua certeza se fortalece.” Se a pessoa tem um bom conhecimento dos nomes e atributos de Allah, abre-se para ela a porta da compreensão do que sucede na criação. Isto foi expresso maravilhosamente por Ibn Qaiim quando disse: “Todo aquele que conheça a Allah, conhece todo o resto. Todo aquele que é ignorante de seu Senhor é ainda mais ignorante de tudo que não é Ele.” O efeito deste conhecimento deveria ser tão grande que uma verdadeira compreensão desses nomes e uma vida de acordo com suas implicações deveriam guiar diretamente à complacência de Allah e Seu Paraíso. O Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) disse claramente ao povo muçulmano: “Allah tem noventa e nove nomes, cem menos um, aquele que os aprenda e memorize entrará no Paraíso.” (Bukhari e Muslim). O Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) descreveu o tipo de transformação que acontece quando a pessoa realmente conhece a Allah e, portanto, prova do doce sabor da fé. O Profeta disse: “[Existem] Três características que se uma pessoa possui terá provado o doce sabor da fé: quando Allah e Seu Mensageiro são mais amados para ele que qualquer outra coisa; quando ama a alguém e só o ama por Allah; e quando detesta retornar à incredulidade da mesma maneira que odiaria ser lançado no Fogo.” (Bukhari e Muslim). Há, além disso, outro aspecto muito importante e fascinante. Trata-se de um aspecto ignorado por alguns ainda que Allah o tenha mencionado em diversos pontos do Qur’an. O Islam gera no ser humano um tipo de relação especial com seu Deus e Criador. É uma relação que, tal como é descrita por Allah, leva a pessoa a estar satisfeita com seu Senhor. Em outras palavras, a pessoa desenvolve um apreço por Allah. Allah se aproxima dela. Ela fica satisfeita com Allah porque começa a entender a beleza, excelência e perfeição do Criador e tudo o que Ele quer. Deixa de ser meramente submissão. Àquele que merece tal submissão e obediência e se transforma em apreciação a quem é Allah, o que Ele tem decretado e ordenado e o que Ele fará com os seres humanos. A pessoa se conscientiza que somente com Allah alcançará a complacência absoluta. Assim, o Islam permite à pessoa entender e apreciar seu Senhor e Criador, de tal maneira que se torna muito feliz com seu Senhor, o que, por sua vez, o leva a querer agradar a Ele. Allah disse: “Quanto aos primeiros (muçulmanos), dentre os migrantes e os socorredores (Ansar) do Mensageiro, que imitaram o glorioso exemplo daqueles, Deus se comprazerá com eles e eles se comprazerão n’Ele; e lhes destinou jardins, abaixo dos quais correm os rios, onde morarão eternamente. Tal é o magnífico benefício.” (9:100). “Deus dirá: Este é o dia em que a lealdade dos verazes ser-lhes-á profícua. Terão jardins, abaixo dos quais correm rios, onde morarão eternamente. Deus se comprazerá com eles e eles se comprazerão n’Ele. Tal será o magnífico benefício!” (5:119). Ver também 58:22 e 98:8. A verdadeira felicidade “...Quando vos chegar de Mim a orientação, aqueles que seguirem a Minha orientação não serão presas do temor, nem se atribularão.” (2:38). “Disse: Descei ambos do Paraíso! Sereis inimigos uns dos outros. Porém, logo vos chegará a Minha orientação e quem seguir a Minha orientação, jamais se desviará, nem será desventurado. Em troca, quem desdenhar a Minha Mensagem, levará uma mísera vida, e, cego, congregá-lo-emos no Dia da Ressurreição. Dirá: Ó Senhor meu, por que me congregastes cego, quando eu tinha antes uma boa visão? E (Deus lhe) dirá: Isto é porque te chegaram os Nossos versículos e tu os esqueceste; a mesma maneira, serás hoje esquecido!” (20:123-126). Deus é o criador do ser humano. Afora isso, o que a alma busca é conhecê-Lo e ter uma relação com Ele. Assim, sem esta relação, sua vida estará cheia de penas e pesares. Por outro lado, conhecer Allah e estabelecer com Ele uma relação apropriada lhe proporcionará a verdadeira felicidade. Ao longo da história, os sábios e homens piedosos tentam expressar a alegria e felicidade que entram no coração ao conhecer a seu Senhor. Um famoso sábio do Islam, Ibn Taimiyah, tentou expressar o contentamento que sentiu a partir de sua fé em Allah e boas obras. Disse uma vez: “Neste mundo existe um Paraíso e os que entram nele não poderão entrar no Paraíso da próxima vida.” Também disse: “Que podem me causar meus inimigos? Certamente, meu paraíso e meu jardim estão aqui em meu peito.” Ibn Qaiim, o aluno mais próximo de Ibn Taimiyah e que o visitava freqüentemente na prisão, disse: “Allah sabe que nunca conheci alguém que tivesse uma vida melhor que a dele. [Era assim] Apesar de que se encontrava em circunstâncias sufocantes e não tinha luxos nem comodidades. Ao contrário, ele se encontrava no extremo oposto. Ainda encarcerado, torturado e ameaçado tinha uma vida das mais prazerosas dentre todos os demais; possuía sentimentos leves, força em seu coração e era o mais feliz de todos. Podia-se notar em seu rosto a felicidade na qual vivia. Cada vez que tínhamos medo, más expectativas ou sentíamos que o mundo nos pressionava, recorríamos a ele e bastava vê-lo e ouvir suas palavras para que todos esses maus sentimentos se afastassem. Saíamos cheios de tranqüilidade, força, certeza e paz. Louvado seja Aquele que permite a Seu servo ser testemunha de Seu Paraíso antes de se encontrar com Ele.” Então, este sentimento tão belo, que parte da fé, não era exclusividade de Ibn Taimiyah. Ibn al Qaiim cita outro devoto muçulmano dizendo o seguinte: “Se os reis e os filhos dos reis soubessem a felicidade que vivemos, lutariam por ela com suas espadas... Os devotos deste mundo são desdenhados. Ser vão deste mundo sem haver provado o aspecto maravilhoso que há nele.” Quando lhe perguntaram qual era, respondeu: “O amor por Allah, conhecê-Lo e recordá-Lo... Há ocasiões em que digo: ‘se a gente do Paraíso vive desta maneira, então têm uma boa vida’.” Outro autor afirmou: “[Os frutos da purificação da alma] São os frutos perpétuos para todo o momento. O servo encontra seu sabor, vive sua doçura e se move entre seus prazeres. Cada vez que a pessoa sobe na escala da purificação, esses frutos aumentam de igual maneira.” Ibn Qaiim acrescentou: “Não pensem que as palavras de Allah: ‘Sabei que os piedosos estarão em deleite; Por outra, os ignóbeis, irão para a fogueira’ (82:13-14), limitam-se somente aos prazeres e os inferno da próxima vida. Na realidade, aplicam-se às três etapas [dos seres humanos], quer dizer, a vida neste mundo, a vida no al barzaq [depois da morte e antes da ressurreição, ou seja, no túmulo] e a vida na morada eterna. As almas purificadas vivem com prazer, enquanto as outras estão num inferno. Acaso o prazer não é o prazer do coração e o castigo, o castigo do coração? Que castigo pode ser mais duro que o medo, a preocupação, a ansiedade e a intranqüilidade que sofrem aqueles cujas almas não estão purificadas? [Que pode ser mais duro] Que afastar-se de Allah e da morada da próxima vida, aferrar-se a algo que não é Allah e estar desconectado d’Ele?” Ser justo consigo mesmo Associar companheiros a Allah é uma forma grave de pecado. Em particular, danifica a alma e a dignidade ao se submeter e adorar seres que não merecem, em absoluto, ser adorados. Allah disse no Qur, an, citando Luqman: “Recorda-te de quando Luqman disse ao seu filho, exortando-o : Ó filho meu, não atribuas parceiros a Deus, porque a idolatria é grave iniquidade.” (31:13). Também disse: “Ó fiéis, em verdade os idólatras são impuros...” (9:28). Trata-se de uma impureza espiritual que ilustra que a pessoa está denegrindo sua alma. Uma vez que se entende o conceito de monoteísmo puro e o mesmo é praticado pelo indivíduo, surge um tipo de nobreza (pela falta de um termo melhor) e um sentimento proposital que o acompanha em sua alma. A pessoa se dá conta que não deve se submeter, prostrar nem reverenciar nada, nem ninguém que não seja Allah. Não pode oferecer suas orações a ninguém, exceto Allah, nem tampouco pode pedir perdão a ninguém afora Allah. Não recorre a pessoas mortas que, na realidade, não eram mais do que simples seres humanos. Não se senta ao pé de figuras metálicas ou de madeira que outros seres humanos criaram. Não teme a nenhuma forma de espírito que deve ser acalmado através de sacrifícios. Essa pessoa baseará sua vida na crença de que há apenas um Deus. Todas essas práticas estão proibidas segundo o conceito do monoteísmo. Mas, vai além de uma mera proibição. O indivíduo entende plenamente que todos esses atos não são próprios de um ser humano, quem Allah criou com um fim nobre e especial. Todos esses atos são inferiores ao ser humano e é inconcebível que uma pessoa, em seu juízo perfeito, possa participar deles. Por que uma pessoa haveria de se prostrar e rezar para outro ser humano como ele, que necessita comer e beber para sobreviver? Como pode alguém afirmar que outro ser humano compartilha, nem que seja uma pequena porção, da divindade de Allah r portanto merece que todos os seres humanos se prostem para ele? Ser resgatado de o castigo de Allah Allah disse no Qur’an: “Toda a alma provará o sabor da morte e, no Dia da Ressurreição, sereis recompensado integralmente pelos vossos atos; quem for afastado do fogo infernal e introduzido no Paraíso, triunfará. Que é a vida terrena, senão um prazer ilusório?” (3:185). Certamente, todo ser humano enfrentará a realidade da morte. Depois da morte, cada pessoa terá que se apresentar, frente a seu Senhor e deverá prestar contas de todos os seus atos. Para muitos, suas crenças, atitudes e ações os levarão a apenas a um destino: o castigo e a ira de Allah. Salvar-se desse destino é um dos maiores objetivos que uma pessoa pode alcançar. No Dia da Ressurreição a diferença entre os que creram e os que deixaram de crer será enorme. Veja como Allah descreve o que acontecerá neste dia. Allah disse: “Ó humanos, temei a vosso Senhor, porque a convulsão da Hora será logo terrível. No dia em que a presenciardes, casa nutriente esquecerá o filho que amamenta; toda a gestante abortará; tu verás os homens como ébrios, embora não o estejam, porque o castigo de Deus será severíssimo.” (22: 1-2). “Pois, quando for tocada a trombeta, Esse dia será um dia nefasto, Insuportável para os incrédulos.” (74: 8-10). Os incrédulos, devido às suas atitudes nesta vida e suas intenções de se comportarem sempre segundo a forma de vida que levam, privar-se-ão de tudo de bom que haverá nesse Dia. Allah não os beneficiará de forma alguma e nem sequer os olhará com complacência e aprovação. Como disse Allah, em mais de uma ocasião, sobre os incrédulos. Página 103. Abraço. Davi
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