domingo, 30 de março de 2025

XII. O EVANGELHO DO BUDA

Budismo. XII. O EVANGELHO DO BUDA. Conclusão. Capítulo Um. Os três aspectos do Buda. Quando o Senhor Buda entrou no nirvana, os discípulos se reuniram em concílio para resolver o que deveria ser feito para manter-se pura a doutrina e não a corromper com heresias. Upali, levantando-se, disse: Nosso insigne Mestre costumava dizer: Ó discípulos! Depois de minha morte, respeitem a lei e obedeçam a ela, e que ela seja o Mestre de vocês. A lei é a lâmpada que brilha nas trevas para iluminar o caminho. Também é uma valiosa joia para cuja aquisição não se deve poupar esforço algum, mesmo que seja com o sacrifício da própria vida. Obedeçam à lei que eu revelei a vocês, e respeitem-na escrupulosamente como a mim próprio. Essas foram as palavras do Senhor Buda. E nessa lei que ele nos legou como riquíssima herança, temos agora o corpo visível do Tathágata. Devemos respeitá-la como sagrada, porque de nada servirá edificar pagodes (torres com múltiplas beiradas. Muitos foram construídos para fins religiosos) para as relíquias se não conservarmos o espírito dos ensinamentos do Mestre. Em seguida, Anurudha levantou-se e disse: Irmãos, devemos fixar bem em nossa mente a ideia de que Gautama Sidarta era a forma visível da Verdade. O excelso Sakiamuni é a encarnação da Verdade que nos ensinou, dizendo que a Verdade existia antes de ele vir ao mundo, e continuaria a existir depois que ele entrasse no nirvana. A Verdade está presente em todas as partes. É eterna. Devemos fixar bem em nossa mente que o Senhor Buda não nos ensinou uma lei circunstancial e subalterna, daquelas que prescrevem quando o tempo altera as circunstâncias em que foram promulgadas, mas a lei imutável e eterna. A Verdade não é arbitrária nem filha das opiniões dos homens, mas pode estar oculta, e será encontrada por quem a buscar com ardor. A Verdade está oculta para o cego de entendimento, mas quem possui a visão mental consegue vê-la. A Verdade é a ciência do Buda, e ficará como pedra de toque para distinguir as doutrinas falsas das verdadeiras. Aprendamos, pois, a Verdade, porque a Verdade é o Buda, nosso Mestre, o Instrutor e o Senhor nosso. Vocês sem dúvida falaram bem, irmãos, sem contradição, porque o Bem-aventurado tem três aspectos e cada um deles de igual importância para nós. Um deles o Dharmakaya, outro o Nirmanakaya e o outro o Sambogokaya. O Buda é a Verdade excelente, eterna, presente em todas as partes e imutável. Tal é o Sambogokaya, o estado de perfeita felicidade. O Buda é o Mestre que ama todos os seres e assume a forma daqueles que ele substitui. Tal é o Nirmanakaya, o corpo em que ele se apresenta. O Buda é o dispensador bendito da religião. É o espírito do Sangha e o sentido dos mandamentos que nos deixou sua palavra sagrada. Tal é o Dharmakaya, o corpo da excelsa Lei. Se o Buda não tivesse se manifestado a nós na pessoa de Gautama Sidarta, como poderíamos possuir as tradições sagradas de sua doutrina? E se as futuras gerações não possuírem essas tradições sagradas conservadas no Sangha (comunidade budista de leigos e religiosos), como estas conhecerão o insigne Sakyamuni? Nem nós nem ninguém conheceríamos a excelsa Verdade, porque aquele que tiver aberto os olhos espirituais, a descobrirá. Em seguida, os irmãos resolveram celebrar um concílio em Rajangriha, para expor as doutrinas puras do Bem-aventurado. Examinar e compilar as Escrituras Sagradas e fixar o cânone que servisse como instrução para as gerações futuras. Capítulo Dois. O fim do ser. Quando no círculo do Universo apareceram as formas tangíveis do Sol, da Terra e da Lua, a Verdade se movia no pó cósmico e iluminava o mundo com refulgente luz. No entanto, ainda não havia olho que a visse, nem ouvido que a ouvisse, nem espírito que pudesse compreender o seu sentido. Nem lugar algum nos imensos espaços da existência onde ela pudesse residir com todo o seu esplendor. No transcurso da evolução, as formas viventes foram desenvolvendo um após outro os sentidos de percepção, e então surgiram os pares de opostos; o Eu ou o mundo subjetivo, e o Não Eu ou mundo objetivo. Assim, as sensações nascidas da percepção deram origem ao prazer com a consequente dor, e houve amigos e inimigos, ódio e amor. Mas a Verdade não pode achar neste mundo de sensações uma morada onde residir com todo o seu esplendor. Depois, apareceu no reino humano a razão que deveria refrear os instintos da personalidade e valer-se das forças da natureza como meios para alcançar os seus propósitos de aperfeiçoamento e progresso no caminho da evolução. Entretanto, surgiu o conflito, a luta entre a natureza superior, ou a superioridade armada com a força da razão, e a natureza inferior, ou a personalidade que investe com o ímpeto formidável das paixões. O homem foi lobo do próprio homem e se mataram para satisfazer vãs concupiscência, sem que a Verdade pudesse encontrar nos domínios da razão um lugar onde residir com toda a sua glória, até que apareceu o Salvador, o Buda, o Mestre dos deuses. E o Buda estabeleceu a paz entre a razão e o sentimento, ensinando os povos a verem as coisas tais como são e a agirem em obediência à Verdade, que então encontrou lugar onde residir em todo o seu esplendor. O Buda, o Bendito, o Santo, o Perfeito, Ele revelou a Verdade e estabeleceu o seu reino neste mundo. Pois não havia lugar para a Verdade no espaço infinito. Não havia, não há e nem pode haver lugar para a Verdade na sensação, nem em seus prazeres e dores. Também não havia, não há e nem pode haver lugar para a Verdade no raciocínio, porque o raciocínio é arma de dois gumes, que tanto pode brandir o ódio com o amor. O raciocínio é o escabelo (piso sobrelevado para colocar assento)  da Verdade porque sem a razão não é possível alcançá-la, porém não é a residência da Verdade. O trono da Verdade é a justiça, e o amor o seu ornamento. A justiça é a morada da Verdade. Este é o Evangelho do Buda. Esta é a revelação do iluminado. Esta é a lei do Santo. Os que aceitam a Verdade e a praticam, refugiam-se no Buda, no Dharma e na Sangha. Ó Senhor Bendito! Ó potente libertador! O Senhor que nos ama, em seu nome e no Senhor nos refugiamos. Refugiamo-nos na sua lei e na sua regra. Receba-nos, ó Buda, no número de seus discípulos de hoje até o fim de nossos dias. Alivia, ó Santo Instrutor, compassivo e amoroso, a todos os seres, aos aflitos, aos oprimidos pela dor. Ilumina os obcecados e aumenta o nosso entendimento e a nossa santidade. A Verdade é o fim e o objetivo de toda a existência. Os mundos nascem para morada da Verdade. Quem não aspira à posse da Verdade perde o propósito da vida. Bem-aventurado quem repousa na Verdade, porque todas as coisas perecerão e a Verdade permanecerá para sempre. O mundo está construído pela Verdade, porém os maus pensamentos desnaturam o estado natural das coisas e criam o erro, filho petulante da ilusão. O erro pode assumir uma variedade de formas lisonjeiras, porém contém germes de destruição. A Verdade jamais varia. É imutável. Domina a morte. A ilusão, o erro e a mentira são abortos de Mara e tem vigoroso poder para enganar aos homens e extraviá-los do caminho da salvação. A ilusão, o erro e a mentira assemelham-se a um barco de madeira carcomida, e todos os que nele embarcarem estão condenados a naufragar. Muitos se apegam ao erro, e quando caem nas redes do egoísmo, da luxúria e dos desejos sinistros, lamentam sua infelicidade. Contudo, todo ser vivente aspira à Verdade, porque só a Verdade é capaz de curar nossos males e acalmar a nossa inquietude. A Verdade é a essência da Vida, porque a vida persiste depois da morte do corpo. A Verdade é eterna e subsistirá, embora desapareçam céus e Terra. Não há no mundo várias Verdades, porque ela é uma e a mesma Verdade em todo o tempo e lugar. A Verdade nos mostra o caminho da retidão. Felizes são os que seguem esse caminho. Capítulo três. Louvor dos Budas:


Maravilhoso e grandiosíssimo são todos os Budas. Não existe iguais no mundo. Eles nos ensinam o caminho da vida. Saudamos sua chegada com inebriado respeito. Todos os Budas ensinam a mesma verdade. A verdade encaminha os extraviados. A verdade é nossa esperança nosso sustentáculo. Recebemos felizes e agradecidos a sua luz, que nada pode extinguir. Todos os Budas são da mesma essência. A essência de todos os seres. A essência que santifica os laços entre todas as almas.  E temos fé na felicidade do supremo refúgio.

Aum! "Paz a todos os seres".

Livro O Evangelho de Buda – Vida e Doutrina de Sidarta Gautama – o Inspirador do Budismo. Abraço. Davi.

quarta-feira, 26 de março de 2025

II. O SIGNO ASCENDENTE

Astrologia. Texto de Ricardo Lindemann. O II. SIGNO ASCENDENTE. Capítulo Onze. O ascendente em câncer rege também os seios, as glândulas mamárias, o estômago e originalmente o próprio umbigo, por onde vinha essa nutrição da mãe para o filho; mais tarde então passa a ser substituído pelos seios, que a mãe oferece quando a criança está mamando, ingerindo o leite pelo esôfago e pelo estômago. No entanto, não é incomum que as pessoas com ascendente em Câncer tenham aflições, gastrites e problemas estomacais. É uma forma, às vezes, de se ter certeza, do horário de nascimento investigar se conferem as características do indivíduo com o signo ascendente calculado, também chamado de signo nascente. Ele é assim chamado porque se desprende da Terra no mesmo instante em que o corpo da criança está se desprendendo do corpo da mãe, correspondendo, por analogia, ao corpo físico que é sua região de influência. Portanto ele está se desprendendo no Horizonte, ascendendo à Terra ou nascendo, por analogia ao corpo da criança que nasce da mãe naquele mesmo instante. Muitas pessoas pensam, às vezes, que esses pontos de somatização são arbitrários, mas na verdade as doenças, de um modo geral, não são causais, mas seguem apenas certas leis da Natureza. O ascendente em Capricórnio, por exemplo, rege os joelhos em particular e a pele e os ossos em geral. Os joelhos são necessários para subir, para escalar. Símbolo da ambição para conquistar uma posição, é representado pela cabra montesa que sobe a montanha passo a passo até atingir o pico. Podemos observar que Capricórnio é bem mais seco, é um signo da Terra, mas austero, cumpridor do dever, é mais magro até na própria expressão do rosto, como a expressão de André na Última Ceia. Câncer já tem uma expressão mais gentil e simpática. Possui também uma imaginação poderosa e um forte instinto materno e paterno. Em Capricórnio teremos um ascendente mais determinado em atingir seus objetivos, mais prudente, com um certo sendo de seriedade, parecendo desde cedo ter mais idade do que as outras pessoas, porque é mais comportado e tem uma expressão de rosto mais séria. Chegamos então ao signo de Leão. No ascendente o signo de Leão dá uma expressão solar, muitas vezes os signos de fogo Áries, Leão e Sagitário, do sexo masculino, ficam carecas mais cedo porque, diz a tradição, o elemento fogo queima a raiz dos cabelos. Tiago Menor representa, no mural, o ascendente em Leão, também de testa ampla, de queixo bem-posicionado e olhar bem firme, com uma expressão de comando, como se diz, de um rei. Enquanto o signo oposto ao signo de Leão é o signo de Aquário. Aquário já tem um jeito mais errático, criativo, mas também mais difícil de se enquadrar dentro de qualquer sistema disciplinar. Assim o ascendente em Aquário, às vezes, tem dificuldade de alinhar o cabelo, de penteá-lo, porque o cabelo é mais rebelde, como aliás, evidentemente, o próprio ascendente em Aquário. Por conseguinte, nós temos no Leão a ideia do rei que quer exigir disciplina, governo, mas que ao mesmo tempo irradia amor humano, calor de vida e alegria de viver. Possui também um temperamento generoso, magnânimo, entusiasmado, organizador, embora às vezes interferente e dado a uma certa encenação. Enquanto o signo de Aquário já tem uma tendência mais a servir, mais humanitária, independente, cordial; no entanto, ele é um pouco excêntrico, rebelde, obstinado nas suas ideias inventivas, tendo um espírito mais renovador ou reformista. Nós podemos lembrar ainda que Leão rege o Coração e as costas, e Aquário rege as pernas, em particular, a canela, o tornozelo e as panturrilhas. Justamente o lugar que o bailarino desenvolve mais para saltar alto, significa que Aquário quer se desprender da Terra, quer se desprender da gravidade, quer ser livre para voar, pois é um signo de ar. E o coração é a parte que o Leão rege, e de certa forma também as costas, é o ponto onde nós exercemos talvez a irradiação da vida, mas também é o ponto em que pode haver uma certa sobrecarga se as emoções não fluírem adequadamente. Podemos ver perfeitamente no mural de Leonardo da Vinci (1452-1519) que o coração é o ponto de destaque em Tiago Menor. Em oposição, temos logo o Aquário, representado por Tiago Maior, já querendo quase se esconder no canto da mesa, com mais dificuldade para se enquadrar dentro da disciplina, da posição em que as pessoas estão sentadas. Em seguida encontramos o ascendente em Virgem, que é representado também por um signo de Terra, que tem mania de limpeza e de pureza, expressão essa característica do rosto de Virgo. Temos também aqui uma necessidade de trabalho, de sentir-se útil. Virgem tem o discernimento prático, analítico, que quer aproveitar todos os minutos, exageradamente minucioso, preocupado com os detalhes, às vezes é um pouco intranquilo. O ascendente em Virgem tem que aprender a “desligar-se” para dormir melhor, porque às vezes até perde o sono em função de algo que não está suficientemente limpo como ele gostaria, outem uma dobra no travesseiro ou no cobertor, que o incomoda, etc. Esse detalhe pode atrapalhar um pouco o signo de Virgem, que é o mais perfeccionista do Zodíaco, mas costuma ter habilidade manual, especialmente com coisas pequenas. Nós podemos ver essa preocupação com detalhes na própria expressão de São Tomé, olhando para o seu próprio dedo no mural da Última Ceia. Virgem rege os intestinos e o fígado, então essa área digestiva é um ponto que precisa de cuidado. Em oposição a essa parte estão os pés do signo de Peixes, e podemos até dizer que essa mania de limpeza que Virgem possui está relacionada ao intestino, que separa o nutriente do excedente e quer logo se se livrar ou jogar no lixo o que está sobrando. Já o signo de Peixes rege os pés que, por analogia, se sacrificam, pois estando de pés descalços, os pés ficam sujos para que o resto permaneça limpo, nos remetendo à ideia de sacrifício. Então, a expressão do signo de Peixes já é mais mística, mais transcendente, e no ascendente ela dá uma certa tendência à sonolência e um olhar mais difuso, que se concentra menos. Na figura pintada por Leonardo da Vinci, Bartolomeu parece não estar olhando especificamente para ponto nenhum, mas tem os olhos grandes e uma tendência humilde, compassiva, simpática, emotiva, impressionável, intuitiva, adaptável e gentil. Para quem queira aprofundar as 144 combinações possíveis entre o signo Solar (do mês) e o signo ascendente (da hora), eu recomendo o livro de Maria Eugênia de Castro – O Livro dos Signos – Editora Campus. Então, essas são basicamente as doze posições possíveis, e aproximadamente a cada duas horas, por exemplo, das 6 da manhã até as 8 da manhã, normalmente o signo ascendente coincide com o signo do mês ou signo solar. Evidentemente o oposto também é verdadeiro, das 6 da tarde até as 8 da noite, ou seja, das dezoito às vinte horas, aproximadamente, o signo do ascendente é aquele oposto ao signo solar ou do mês. Por exemplo, se a pessoa é de Áries, ou seja, tem o signo solar em Áries, nasceu às dezoito horas, terá provavelmente ascendente em Libra, se nasceu as 20 horas, terá ascendente em Escorpião; se nasceu às 22 horas, terá ascendente em Sagitário, e assim por diante. Como com o giro da Terra e do horizonte, se a pessoa nascer no mês seguinte, já terá o signo solar em Touro. Então, se ela nascer às 18 horas, aproximadamente, terá o Sol em Touro oposto ao ascendente em Escorpião, e assim por diante. Dessa forma ocorre a mudança no signo que se ergue no Horizonte Oriental. Dizia Plutarco (46-120): “O Sol dá aos homens a razão, a Lua as paixões e a Terra o corpo”. Então, esse seria o signo que pelo karma, pelo destino, por Nêmesis - mitologia grega - deusa da vingança e justiça distributiva, nós vamos receber, caracterizando a vibração do nosso corpo físico, sendo assim um possível ponto de somatização. No nosso Livro (livro do autor) A Tradição Sabedoria, acrescentamos no capítulo Cinco, que trata da Lei da Ação e Reação, uma entrevista do doutor Luiz Chiozza, Psiquiatra, Professor de Psicologia na Universidade de Salvador, em Buenos Aires – Argentina, que dizia basicamente o seguinte: “Hoje em dia suspeita-se que todas as doenças têm ligações profundas com o lado emocional. Estudando o enfermo e a enfermidade chega-se a conclusão de que sempre o tipo de doença tem ligação com determinado caráter psicológico. Então, a emoção que beneficia o surgimento do infarto do miocárdio sempre será diferente do fator emocional que conduz ao câncer”. Ou seja, essa tendência de temperamento do corpo, tende a produzir o ponto mais forte e o ponto mais fraco que seria o ponto de somatização do signo. “Não se adoece de tuberculose só por causa dos micróbios. Os micróbios atacaram esse enfermo porque um conjunto de fatores, entre os quais invariavelmente o fato emocional, favoreceram este ataque. Um familiar desse enfermo pode ter morrido na época que o micróbio o atacou, por exemplo. Vale lembrar que mesmo que tenhamos recebido um certo condicionante genético dos nossos pais, o fato é que temos uma predisposição por temperamento a sobrecarregar mais um órgão do que o outro. Por exemplo, o Leão sobrecarrega mais o coração, o signo de Câncer fecha mais o estômago, etc. Quando a pessoa se entristece, somatiza essa emoção reduzindo a atividade de seus pulmões, então os seus ápices pulmonares tendem a ficar menos oxigenados e o bacilo de Koch provavelmente encontrará condições mais favoráveis para se estabelecer. Portanto, há uma relação entre a pessoa triste, a depressão e a tuberculose, que era até considerada como uma doença romântica, no passado. Dessa forma, vemos como há pontos de somatização e como a astrologia trata isso também pelo signo ascendente ou signo da hora em que a pessoa nasceu, que é o primeiro signo que os outros percebem em nós, em nossa expressão e em nossos gestos, é o nosso cartão de visitas. As pessoas não percebem como nós nos vemos, ou seja, pelo nosso signo solar; ou como nós nos sentimos, ou seja, pelo signo lunar, que expressa os nossos sentimentos; mas os outros veem a nossa casca mais externa. Frequentemente as pessoas não reconhecem a si mesmas pelo signo ascendente, conforme os outros a veem, elas em geral acham que os outros deveriam vê-las de outra maneira. Esse é um dos grandes problemas dos relacionamentos humanos. Livro A Ciência da Astrologia e as Escolas de Mistérios. Abraço. Davi.


segunda-feira, 24 de março de 2025

RAMADAM - MÉRITO E BENEFÍCIO

Islamismo. OS CINCO PILARES DO ISLÃ. PRIMEIRO. RAMADAN – MÉRITO E BENEFÍCIO. Louvado seja Allah que ordenou os Seus servos a jejuarem. Invoco a paz e a graça de Allah para quem melhor praticou a oração e jejuou, nosso Profeta, Mohammad, para os seus familiares e para seus nobres companheiros. Estamos recebendo um hóspede caro, generoso; um hóspede diferente dos outros hóspedes, pois inclui em suas dobras a misericórdia e a indulgência, a libertação do Fogo do Inferno; um hóspede quando visita é bem-vindo pelos visitados, quando parte, os corações lamentam a sua partida antes do lamento dos olhos. É o mês abençoado de Ramadan. Ó Allah, faça-nos alcançar Ramadan e que se repita por muitos anos e por muito tempo. Bem-vindo seja o mês da satisfação, o mês do Alcorão, o mês de Ramadan. Allah, Ta’ála ordenou os Seus servos crentes jejuarem durante o mês sagrado de Ramadan. Disse, glorificado seja: “Ó crentes, está-vos preceituado o jejum como foi prescrito aos vossos antepassados, para que temais (a Allah).” (2:183). O Rassulullah (S) disse: “Quem jejuar durante o mês de Ramadan, obedecendo as suas limitações e se guardando contra o que é proibido todos os seus pecados anteriores serão perdoados.” (Tradição narrada por Bukhári e Musslim). O Jejum possui inumeráveis méritos e benefícios espirituais, físicas e sociais. Vamos citar algo disso em seguida: Alguns Méritos do Ramadan 1. Dentre os méritos do jejum é que Allah acrescentou a recompensa pelo jejum pela sua excelência. O Altíssimo disse no hadice Cudsi: “Todo ato do filho de Adão é dele, menos o jejum, ele pertence a Mim e eu recompenso por ele.” (hadice de consenso). Isso prova que a recompensa pelo jejum é enorme, sem prestação de contas, porque o jejum denota a sinceridade para com Allah, Ta’ála. O jejuador poderia quebrar o jejum ocultamente. Porém, o seu temor e a sinceridade para com Allah o veda fazê-lo. Por isso, merece a excelente recompensa. Allah, Ta’ála, disse no fidedigno hadice cudsi: “A pessoa abandona os desejos, o alimento e a bebida por Minha causa.” Esse é o motivo pelo qual Allah designou o jejum para Ele. 2. Dentre os méritos do jejum é que ele é um escudo. O jejum protege o jejuador, com a anuência de Allah, o Altíssimo, dos pecados e do cometimento do ilícito. O Profeta (S) disse: “O jejum constitui em escudo. Se a pessoa estiver jejuando, não deve censurar nem disputar com ninguém. Se alguém provocá-lo, que diga: estou em jejum.” (Narrado por Ahmad, Musslim e Nassá-i). 3. Dentre os méritos de Ramadan é ser uma das causas do atendimento da súplica. O Rassulullah (S) disse: “O jejuador, quando quebra o seu jejum, faz uma prece irrecusável. (narrada por Ibn Mája e Hákim). Allah, glorificado seja, disse: Quando Meus servos te perguntarem por Mim, dize-lhes que estou próximo e ouvirei o rogo do suplicante quando a Mim se dirigir.” (2:186). 4. Entre os méritos do jejum é que é motivo de penitência dos pecados. No Sahih de Musslim lemos que Abu Huraira (R) relatou que o Profeta (S) disse: “As cinco orações diárias, a oração da sexta-feira, até à seguinte, e o jejum do mês de Ramadan, até ao mês seguinte de Ramadan, são penitências das faltas cometidas durante o transcurso desse tempo, conquanto se evitem os pecados maiores.” (Musslim) Quando o Rassulullah (S) foi perguntado a respeito do jejum durante o dia de ‘Arafa, disse: “Expia o ano anterior e o resto do ano corrente.” Quando foi perguntado a respeito do jejum durante o dia de ‘Achurá (dia dez do mês de Muharram), disse: “Expia as faltas do ano anterior.” (Musslim). 5. Entre os méritos do jejum é que intercederá pelo jejuador no Dia da Ressurreição. O Imam Ahmad compilou o seguinte hadice em seu musnad atestado por Ahmad Chaker, e narrado por Abdullah Ibn Omar (R) de que o Profeta (S) disse: “O jejuum e o Alcorão intercederão. O jejum dirá: “Ó Senhor, vedaste-o de dormir. Por isso, permite que eu interceda por ele.” Disse: “ Irá permitir a intercessão.” 6. Dentre os méritos do jejum de que o jejuador tem duas satisfações. Ele fica satisfeito quando quebra o jejum pela satisfação de Allah, e fica satisfeito pela generosidade e misericórdia de Allah quando O encontra, estando satisfeito com ele. Ele encontra excelente recompensa junto a Allah, exaltado seja. O Profeta (S) disse: “O jejuador tem duas alegrias, ao quebrar o jejum e ao encontrar-se com Allah, jejuando.” 7. Entre os méritos do jejum é que designou uma porta dentre as portas do Paraíso que só a adentrarão os jejuadores. Os dois compêndios fidedignos citam que Sahl Ibn saad (R) que o Profeta (S) disse: “No Paraíso há uma porta chamada de Rayan. No Dia da Ressurreição será anunciado: ‘Onde estão os jejuadores?’ Quando o último entrar, ela será fechada e ninguém mais entrará por ela.”8. Entre as virtudes do jejum é o fato de que o cheiro da boca do jejuador para Allah no Dia da Ressurreição é mais agradável do que o cheiro do almíscar, porque é o resultado da obediência a Allah. A coisa desagradável para as pessoas é agradável para Allah, o Altíssimo, e vice-versa. O Profeta (S) disse: “Por Aquele em Cujas Mãos está a alma de Mohammad, o cheiro da boca do jejuador, no Dia da Ressurreição para Allah é mais agradável do que o cheiro do almíscar.” (Musslim). 9. Entre os méritos do jejum é que protege o jejuador do Fogo do Inferno no Dia da Ressurreição. Isso acontece se ele comparecer e tiver feito o jejum completo juntamente com os outros rituais, se praticar o que Allah e o Profeta ordenaram fazer, evitar o que Allah e o Profeta proibiram. O Rassulullah (S) disse: “Quando a pessoa jejua por um dia, em prol de Deus, Ele transporta o Inferno para uma distância de setenta anos de viagem (da pessoa).” (narrado por todos os tradicionalistas menos por Abu Karim Daoud). 10. Entre os méritos do jejum é o fato de os jejuadores serem recompensados sem prestarem contas. Os bons atos serão recompensados em dobro, e Allah recompensa a quem deseja, pois Ele é Munificente, Onisciente. Quem tiver paciência quanto as dificuldades do jejum será recompensado completamente. Allah, Ta’ála, disse: “Aos perseverantes, ser-lhes-ão pagas, irrestritamente as suas recompensas!” (39:10). Esses méritos serão dos que jejuam sinceramente a Allah, abstendo-se da comida, da bebida, da relação sexual e dos desejos. Que se abstém de ouvir o ilícito, de olhar para o ilícito, de lucrar o ilícito. Esses méritos serão de quem cuja mão se absteve do ilícito, seus pés se abstiveram do ilícito, seus ouvidos e seus olhos se absterem de ouvir e ver o ilícito. Esses méritos serão de quem cujos órgãos se abstiverem dos pecados, sua língua de mentir e caluniar e pronunciar palavras obscenas, de prestar falso testemunho. Esse é o jejum preceituado que merece ser recompensado de forma extraordinária. O Rassulullah (S) disse: “Quem não abandonar o falso testemunho e o agir de acordo com ele, Allah não necessita que abandone a comida e a bebida.” E disse: “Ai do jejuador cujo jejum não passa de abstinência da comida e da bebida. Ai do praticante da oração voluntária da noite cujo ato não passa de vigília” (Narrado por Ahmad e Ibn Mája) Alguns benefícios do Jejum. 1. Ensina o autodomínio e amaina os desejos, pois se todos os desejos da pessoa forem satisfeitos ela irá cometer excessos para satisfazê-los. Quando a pessoa sente fome, ela se acalma, se aquieta, submete-se e se abstém dos desejos. Abdullah Ibn Mass’ud (R) relatou que o Rassulullah (S) disse: “Ó jovens, quem de vocês tiver meios, que case. Quem não tiver, que jejue, que lhe será proteção (contra a prática do ilícito). ”(hadice de consenso). Isso, porque o jejum estimula no indivíduo os méritos e a sinceridade, a confiança e a paciência quanto às dificuldades e as calamidades. Se o jejuador for encaminhado para se proteger contra o ilícito, contra o que quebra o jejum, essa situação é a causa de se abster do ilícito. O jejum estimula o agradecimento das dádivas de Allah para com o Seu servo, porque ele se abstêm da comida, da bebida e das relações sexuais, e isso é segredo entre o servo e seu Senhor. 2. Entre os benefícios do jejum é que insufla na alma do ser humano a misericórdia e a benevolência para com os pobres, e a bondade para com os necessitados. O ser humano, ao sentir a dor da fome e da sede, lembra-se dos pobres famintos e se apressa em ajudá-los, auxiliando-os no necessário. Essa é a verdadeira situação do muçulmano para com o seu irmão muçulmano. 3. O jejum educa a pessoa na indulgência, na calma, na capacidade de suportar as coisas e não se irritar. Ele educa a pessoa também na paciência e a boa conduta. Isso porque ele ensina o comedimento e o afastamento da irritação e do que causa a irritação na pessoa. Quem conhecer a realidade do jejum se abstêm da cólera e do que a causa. Se alguém o insultar lhe diz que está jejuando, como foi-nos ensinado pelo nosso Profeta (S). 4. Dentre os benefícios do jejum há a auto-educação e a sua purificação da má conduta, acostumando-se à obediência, na prática do bem, pois o jejum é um escudo.5. Dentre os benefícios do jejum é que ele limpa o coração e a mente, afina o coração ao ouvir a recitação do Alcorão, ao ouvir as admoestações. Por meio desse comportamento, consegue decorar o que puder, com a anuência de Allah, do Livro de Allah e da Sunna de Seu Profeta, Mohammad (S).6. Dentre os benefícios do jejum é que ele estreita as vias sanguíneas, que são as vias de Satanás para o filho de Adão. Com o jejum aquietam as tentações de Satanás.7. Dentre os benefícios do jejum é o temor a Allah, exaltado seja. Ele diz: “Ó crentes, está vos preceituado o jejum como foi prescrito aos vossos antepassados, para que temais (a Allah).” Ele não disse, para que se recordem, ou para raciocinais. Portanto, o jejum é um meio para se temer a Allah, exaltado seja. O jejum restringe a alma, freia a sua obstinação pelo ilícito. Por isso, o Rassulullah (S) orientou aqueles jovens que não tem meios para se casar que jejuem pelo que abrange de autodomínio e o estímulo de se afastar do ilícito. 8. Dentre os benefícios do jejum é o ser humano reduzir o consumo da comida e da bebida para que tenha o preparo para praticar as orações voluntárias noturnas, recitar o que puder do Alcorão.9. Dentre os benefícios sociais do jejum é que concilia entre os muçulmanos e os acostuma à organização, reduzindo as controvérsias entre eles e estimulando a misericórdia para que o jejum do servo seja aceito. Os Benefícios Físicos do Jejum Allah, Ta’ála, diz:“Ó crentes, está-vos preceituado o jejum como foi prescrito aos vossos antepassados, para que temais (a Allah).” (2:183). E diz: “Se jejuardes será melhor para vós.” (2:184). Será que a ciência moderna descobriu o segredo das palavras: “Se jejuardes será melhor para vós”? A medicina moderna não considera mais o jejum como mera questão de desejo que o ser humano pode adotá-lo ou não. Depois de estudos e pesquisas precisas a respeito do corpo humano e suas funções fisiológicas comprovou-se que o jejum é um fenômeno natural que o corpo deve praticar para que possa exercer as funções vitais com eficácia. Que o jejum é extremamente necessário para a saúde do ser humano exatamente como o alimento, a respiração, o movimento e o sono. A pessoa sofre e adoce se não dormir ou não se alimentar por longo período. Da mesma forma, será acometido por danos no corpo se deixar de jejuar.Em um hadice narrado pelo Nassá-i, baseado em Abu Umáma que pediu ao Rassulullah (S) que o ordenasse a praticar algo que lhe seria benéfico. O Rassulullah (S) lhe disse: “Deve jejuar, porque nada é igual a ele.” Ele também disse: “Jejum que irão sarar.” A causa da importância do jejum para o corpo é que o ajuda a exercer a sua função de digestão, livrando-se das células antigas bem como das excedentes. O sistema de jejum utilizado pelo Islam que abrange quatorze horas, ao menos de fome e sede, com algumas horas apenas para se alimentar, é o sistema exemplar para fortalecer a função de destruir e construir. Isso é o contrário do que as pessoas imaginavam de que o jejum causa enfraquecimento e emagrecimento, com a condição que o jejum seja na proporção razoável, como é o caso no Islam, Os muçulmanos jejuam durante um mês inteiro por ano. É estabelecido para eles o jejum voluntário de três dias por mês, como vemos na Sunna do Profeta (S), no hadice narrado por Ahmad e Nassá-i, baseados em Abu Zar (R): “Quem jejuar três dias de cada mês é como se jejuasse por toda a vida. Allah corroborou isso no Seu Livro Sagrado: ‘Quem tiver praticado o bem receberá o décuplo pelo mesmo’ (6:160). Cada dia por dez.”Tom Branz, da Escola de Jornalismo de Colômbia, disse: “Considero o jejum uma profunda experiência espiritual, mais do que física. Apesar de ter começado a jejuar por motivos físicos, para perder alguns quilos de peso, porém percebi que o jejum é muito útil para queimar gorduras. Ele ajuda a ver com mais clareza, isso na formação de novos pensamentos e a concentração dos sentidos. Alguns dias depois de começar a jejuar na clínica de saúde de “Polang” comecei a sentir que estava passando por uma intensa experiência espiritual. ”Jejuei até agora várias vezes, por períodos entre um a seis dias. O estímulo no início era o desejo de purificar o meu corpo dos vestígios dos alimentos. Agora, porém, jejuo com a intenção de purificar a alma de tudo que a poluiu durante toda a minha vida, principalmente depois de viajar ao redor do mundo por vários meses e vi a injustiça assustadora em que muitos seres humanos vivem. Sinto que sou responsável de uma forma ou de outra pelo que acontece com aquelas pessoas. Por isso, jejuo para expiar isso. ”Quando jejuo, perco completamente a ansiedade pelo alimento e o meu corpo sente uma tranquilidade enorme, sinto me livrar dos sentimentos negativos como a inveja, a cobiça, do domínio, como me livro de sentimentos medo, preocupação, aborrecimento. Não sento nenhum vestígio disso com o jejum. Sinto uma extraordinária interação com as outras pessoas durante o jejum. Talvez tudo que disse é o que faz os muçulmanos, como observei na Turquia, na Síria e na Terra Santa comemorarem o seu jejum durante um mês inteiro por ano, comemoração atrativa espiritual que não vi igual em qualquer outro lugar no Mundo. ”Prevenção Contra os Tumores: O jejum exerce a função do bisturi cirúrgico que remove as células estropiadas e fracas do corpo. A fome que o jejum impõe ao ser humano move os órgãos internos do corpo para consumirem as células fracas para enfrentar a fome, proporcionando ao corpo a oportunidade de ouro de recuperar a sua vitalidade e vigor. Ele consome, também, os órgãos enfermos e renova as suas células. Dessa forma, o jejum constitui prevenção do corpo contra muitos excessos nocivos como a cólica, os resíduos calcários, os excessos carnais, as bolsas de gordura e também os tumores no início de sua constituição. Previne contra a Diabete. Certamente, é melhor oportunidade para reduzir o teor de açúcar no sangue ao nível mais baixo. Por isso, o jejum fornece ao pâncreas uma excelente oportunidade de descanso. O pâncreas expele a insulina que transforma o açúcar em produto feculento e gorduroso que é armazenado nos tecidos. Se houver excesso de alimento sobre a quantidade de insulina secretada, o pâncreas é acometido de sobrecarga e impotência para, finalmente se tornar incapaz de exercer a sua função, acumulando o açúcar no sangue e aumenta gradativamente a sua medida até aparecer a diabete. Foram criadas várias clínicas em várias partes do mundo para tratar da diabete seguindo o sistema dieta por um período de mais de dez horas e menos de vinte, de acordo com a situação de cada um. Então, o enfermo toma refeições leves por um período não menor de três semanas. Esse método apresentou resultados deslumbrantes no tratamento da diabete sem o uso de quaisquer drogas químicas. Médico de Emagrecimento: Sem exagero, é o melhor médico para emagrecimento e o mais barato. O jejum causa certamente emagrecimento, contanto que o jejuador seja comedido nos alimentos na hora de quebrar o jejum. Do contrário, pode ter indigestão com o excesso de comida e bebida após o jejum. O Rassulullah (S) costumava quebrar o jejum com apenas algumas tâmaras, ou com um pouco de água, então praticava a oração. Esse conselho é o melhor para quem jejua durante várias horas. O açúcar existente na tâmara faz a pessoa sentir satisfação porque é absorvido rapidamente pelo sangue. Ao mesmo tempo, fornece ao corpo a energia necessária para conservar a sua costumeira vitalidade.Se você começar a comer, depois de passar fome, carne, legumes e pães, esses produtos demoram para serem digeridos e uma parte deles se transformar em açúcar que faz a pessoa sentir que está satisfeita, e continua comendo e se empanturrando imaginando que ainda está com fome. Assim, o jejum perde a sua admirável função de recuperar a saúde, o bem-estar e a agilidade, tornando-se maléfico para o ser humano uma vez que aumenta a obesidade e a gordura. Allah, Ta’ála, não deseja isso para os seus servos instituindo o jejum a eles. O mês de Ramadan foi o mês em que foi revelado o Alcorão – orientação para a humanidade e evidência de orientação e Discernimento. Por conseguinte, quem de vós presenciar o novilúnio deste mês deverá jejuar; porém, quem se achar enfermo ou em viagem jejuará, depois, o mesmo número de dias. Allah vos deseja a comodidade e não a dificuldade.” (2:185). As Enfermidades de Pele. O jejum ajuda no tratamento das enfermidades de pele. A causa disso é que ele reduz a proporção da água no sangue, e, consequentemente reduz na pele, o que causa: aumento da imunidade da pele e o combate aos micróbios e as doenças gástricas bacteriológicas. Redução da agudeza das doenças de pele que se espalham em vastas superfícies do corpo como a psoríase. Redução das doenças alérgicas e agudeza dos problemas da epiderme. Com o jejum reduzem as secreções dos intestinos das toxinas e reduz a proporção da fermentação que causam abcessos e frequentes pústulas. A senhora Ilham Hussein, uma dona de casa egípcia: “Quando tinha dez anos de idade, fui acometida por psoríase, aquela doença que aparece com machas vermelhas cobertas por uma casca. Não tinha nenhuma esperança, naquele temo de sarar, depois que vários médicos dermatologistas famosos no Egito dizerem aos meus pais: Vocês devem se acostumar com isso e conviverem e a sua filha com a psoríase, porque é um hóspede pesado e de longa permanência. ”Ao atingir os vinte anos de idade, e aproximando-me da idade de casar, comecei a sentir tristeza e isolamento da sociedade, apertando-me o peito de forma insuportável. Um dia, um amigo religioso de meu pai, acostumado a jejuar, disse-me: Tente jejuar um dia sim um dia não. O jejum tratou de muitas doenças da minha esposa que os médicos desconheciam tratamento para elas. Fique sabendo que Allah é Quem cura, que todas as causas da cura estão em suas Mãos. Pede a Ele a cura de sua doença e então jejue depois disso. ”De fato comecei a jejuar, pois estava à procura de qualquer esperança que me tirasse do inferno que me cercava. Com o passar do tempo, acostumei-me a quebrar o jejum com legumes e frutas apenas. Três horas depois, eu me tomava a minha refeição, deixando de jejuar no dia seguinte. A surpresa assombrosa para todos foi que a doença começou a ceder após dois meses de ter iniciado o jejum. Não acreditava em mim mesmo. Via a doença enfraquecendo dia após dia até no final a minha pele parecia não ter sido acometida por aquela doença em toda minha vida.” Prevenção Contra a Gota. Gota é uma doença originária na reumatologia, inflamatória e metabólica, que cursa com hiperuricemia (elevação dos níveis de ácido úrico no sangue) e é resultante da deposição de cristais de ácido úrico nos tecidos e articulações. É causada pelo consumo excessivo da carne. Isso causa alterações na quantidade das proteínas abundantes nas carnes, principalmente na carne vermelha, no interior do corpo. Isso causa o aumento da formação de ácido úrico nas articulações, principalmente primeira metatarso falangeana “dedão” do pé. Quando a articulação é atingida pela gota ela incha e fica vermelha, com dores extremos. O sal da urina aumenta no sangue e passa para os rins, causando cálculo. A diminuição da quantidade do alimento é o tratamento principal dessa doença que esta proliferando rapidamente. Trombose do Coração e do Cérebro. Muitos professores da pesquisa científica e médica – na maioria não muçulmanos – confirmam que o jejum reduz o nível de gordura no corpo. Assim, reduz o colesterol, que se forma nas paredes das artérias. Com o aumento do colesterol com o aumento da gordura do corpo causa o endurecimento das artérias, como causa trombose nas veias do coração e do cérebro. Por isso, não devemos ficar surpresos quando ouvimos as palavras de Allah, glorificado e exaltado seja:  ) “Mas, se jejuardes, será preferível para vós, se quereis sabê-lo.” (2:184). Milhares de pessoas cujos desejos constantes por comida e bebida, causaram-lhes, inadvertidamente, tanto mal. Se tivessem seguido o método de Allah e da Sunna do Profeta Mohammad, sem exagero na comida e na bebida, jejuando durante três dias a cada mês, teriam eliminado suas dores e doenças, reduzindo o seu peso em dezenas de quilogramas. As dores das articulações (artrites)As dores das articulações é uma doença que se agrava com o passar do tempo. As partes atingidas incham causando dores extremos. As mãos e os pés ficam sujeitos a muitas deformações. Essa doença atinge o ser humano a qualquer época da vida. Porém acontece principalmente entre trinta e cinquenta anos. O problema verdadeiro que a medicina moderna não encontrou um tratamento até agora. Porém, foi confirmado pelos testes científica na Rússia que é possível que o jejum poderia ser um tratamento decisivo para a doença. Concluíram que o jejum livra o corpo das toxinas, com um jejum ininterrupto durante três semanas. Nessa situação, os micróbios que causam a doença farão parte do que o corpo irá se livrar durante o jejum. Experiências feitas com vários pacientes confirmaram resultados extraordinários nesse comenos. Sulaiman Rogers, de Nova Iorque, disse: “Fui acometido, três anos atrás, com graves inflamações articulares. Apesar de ser uma inflamação recente, mas era suficiente para me impedir de fazer longas caminhadas e correr (..). Não conseguia sentar mais de meia hora sem sentir adormecimento das pernas. Tentei tratamento por meios diferentes que foram todos em vão. Foi da vontade de Allah que eu conhecesse um amigo negro que me mostrou o caminho da mesquita e me convocou para o Islam. Eram os dias de Ramadan abençoado. Fiquei maravilhado com a ideia do jejum, mas demorei resolver me converter, apesar de ter-me convencido que o Islam estava mais próximo de meu coração por abranger princípios sublimes e justos, que rejeitam a opressão e a descriminação, os problemas mais perigosos que enfrentamos hoje em dia em nossa vida em Nova Iorque. ”Comecei a jejuar antes de me converter. Costumava quebrar o jejum apenas com verduras, frutas frescas e tâmaras. Só tinha uma refeição principal na hora da suhur (consoada). Agora consigo correr, graças a Allah, com velocidade. Todas as minhas dores desapareceram. O método único que encontrei para agradecer a Allah pelas Suas dádivas, foi ingressar no Islam depois de um convencimento total.”Sulaiman termina dizendo: “Devo muito ao jejum. Se vocês verem como recebo todo ano o mês abençoado de Ramadan a todo ano diriam que sou um jovem otimista e alegre e não um homem com mais de quarenta e cinco anos. ”Será que se pode jejuar por benefícios saudáveis apenas? Apesar dos vários benefícios saudáveis que os cientistas descobriram e dos que não foram descobertos ainda, não é permitido ao muçulmano jejuar apenas com a intenção de auferir benefícios saudáveis. A intenção deve ser para a adoração a Allah, com o desejo de se aproximar d’Ele e de obedecê-Lo, glorificado e exaltado seja, porque Ele é Quem nos criou e sabe o que é benéfico para os nossos espíritos, nossos corpos, nossa religião e nosso mundo. www.islaemlinha.com.br. Abraço. Davi.

sexta-feira, 21 de março de 2025

ACEITAÇÃO DOS IRMÃOS

Cristianismo. Livro Mostra-me o Teu Rosto - O caminho para a intimidade com Deus. Por Inácio Larranaga (1928-2013). ACEITAÇÃO DOS IRMÃOS. Os mesmos muros que separam os irmãos entre si são os que interferem entre a alma e Deus. É loucura sonhar em conseguir uma alta intimidade com o Senhor, se a alma está em pé de guerra contra o irmão. Quando Deus olha para o homem, o primeiro território que o homem sente desafiado é o da fraternidade, com uma surpreendente pergunta: onde está seu irmão? É impossível a união transformadora se o cristão leva víboras escondidas como punhais para as lutas fraternas. A harmonia fraterna é toda tecida por uma constelação de exigências fraternas, como respeitar, comunicar-se, dialogar, acolher, assumir ... Mas há uma condição primeira e imprescindível: perdoar. Precisamos urgentemente da paz. Só na paz consuma-se o encontro com Deus. E só pelo perdão é que a paz pode vir. Quando falamos aqui em aceitar os irmãos, pensamos apenas no sentido do perdão. Perdoar é abandonar o ressentimento contra o irmão. Pelo ato de abandono deposita-se nas mãos do Pai Celestia a resistência ao irmão e a si mesmo, em um único ato de adoração, no qual e pelo qual todos nós somos um. Perdoar é extinguir os sentimentos de hostilidade como quem apaga uma chama, como homenagem de amor oblativo - dádiva, oferta ao Pai Celestial. Existe um perdão intencional. Nesse caso, o cristão perdoa de verdade, com um perdão de vontade. Quer perdoar. Quereria arrancar do coração toda hostilidade e não sentir mais nenhuma malevolência. Perdoa sinceramente. Trata-se, porém, do caso daqueles que dizem: "Perdoo, mas não posso esquecer". Esse perdão é suficiente para aproximar-se dos sacramentos - Mesa Senhor, o Pão e Vinho - Ceia. Contudo, não se cura a ferida. Existe também o perdão emocional. Não depende da vontade, porque a vontade não tem domínio direto sobre o mundo emocional. A hostilidade tem as raízes mergulhadas no fundo vital instintivo. O perdão emocional cura as feridas. há três modos de dar o perdão emocional. O primeiro é em estado de oração com Jesus. Fique em posição de oração. Vá se acalmando devagar. Concentre-se. Evoque, pela fé, a presença de Jesus. Quando tiver entrado em plena intimidade com ele, lembre-se do irmão com quem "está de mal". Lentamente, prolongadamente, durante uns 30 minutos, procurando sentir cada palavra, faça esta oração: Jesus, examina meu interior, até as raízes mais profundas do meu ser. Acalma esse mar de emoções adversas. Jesus, assume meu coração com todas as hostilidades. Arranca-o e substitui pelo teu. Jesus, quero sentir, neste momento, o que tu sentes por esse meu irmão. Leva o perdão para dentro de mim. Perdoa-lhe em mim e por mim. Jesus: quero "sentir" os mesmos sentimentos que tens por esse irmão. Quero perdoá-lo, Jesus, como tu perdoas. Neste momento, quero "ser" tu mesmo. Quero perdoá-lo como tu. Quero perdoá-lo ... Imagine como desaparece a escuridão na presença da luz. Da mesma maneira, sinta como diante da presença de Jesus os rancores se esfumam. Sinta como a paz, como o fresco, entra em sua alma. Imagine-se, neste momento, aproximando-se de seu "inimigo" para abraçá-lo. Quando a ferida fica curada e não volta mais a se abrir, é sinal de que o perdão emocional foi um dom do Espírito, uma gratuidade extraordinária e infusa. Normalmente, entretanto, depois que tiver passado esse momento de intimidade com Jesus, é provável que volte a sentir aversão contra aquele irmão. Embora uma aversão menos intensa. Não se esqueça de que qualquer ferida precisa de muitos curativos para sarar de uma vez. Também pode acontecer outra coisa. Você perdoou. Parece que o rancor se apagou por completo. Todavia, de repente, depois de muito tempo, numa manhã qualquer, sem saber como nem por quê , voltou tudo: levantaram-se de novo, altas e vivas, as chamas da malevolência. Foi tão desagradável sentir outra vez a febre, quando você vivia tão livre e feliz! Não se assuste, nem se impaciente. As emoções não dependem da vontade. Torne a repetir os atos de perdão a intimidade com Jesus e, lentamente, as chagas vão ficar curadas de uma vez. O segundo modo de perdoar emocionalmente é compreendendo. Se entendêssemos não precisaríamos perdoar. Pense em seu "inimigo". Quando sua atenção fixar-se nele, faça as seguintes reflexões: A não ser em casos excepcionais, ninguém neste mundo age com má intenção, ninguém é mau. Se ele me ofendeu, vai saber o que lhe contaram? Quem sabe se estava passando por uma crise grave? O que parece orgulho pode ser timidez. Sua atitude para comigo parece obstinação, mas é outra coisa: necessidade de autoafirmação. O coitado sente-se tão inferiorizado! As vezes, sua conduta me parece agressiva, na realidade, trata-se de uma tentativa de se sentir mais seguro. Se ele é difícil pra mim, deve ser muito mais difícil para ele. Se eu sofro com esse seu modo de agir, ele sofre mais ainda. Se há uma pessoa no mundo que deseja não ser assim, essa pessoa não sou eu, é ele. Gostaria de ser constante e é instável. Gostaria de ser encantador e é antipático. Gostaria de viver em paz com todo mundo e está sempre em conflito com todos. Gostaria de agradar a todos e não consegue. Ele não escolheu esse modo de ser. Depois de tudo isso, será que o "inimigo" é tão culpado? Que adianta irritar-se contra um modo de ser que ele não escolheu? Ele não merece repulsa, mas compreensão. Afinal, não serei eu que estarei enganando e sendo injusto com minha atitude, e não ele? Nós não pedimos todos os dias a misericórdia do Pai Celestial? Se soubesse compreender, o sol da ira declinaria, e a paz, como sombra abençoada, ocuparia o nosso interior. O terceiro modo de perdoar é desligando-se. Trata-se de um ato de domínio mental pelo qual uma pessoa desliga e desvia a atenção. O sentimento de malevolência é uma corrente emocional estabelecida entre a minha atenção e o meu "inimigo". Por minha parte, é uma resistência atencional e emocional lançada contra ele. Perdoar consiste, então, em interromper ou desligar esse vínculo de atenção agressiva, ficando desligado do outro e em paz. Esse modo de perdoar pode ser exercitado a qualquer momento. Não é preciso tomar uma atitude recolhida. Quando perceber que está sendo dominado pela lembrança do outro, faça um ato de controle mental e desligue a atenção. Simplesmente corte o vínculo da atenção. Fique em um vazio interior, suspendendo, por um instante, a atividade mental. Depois comece a pensar em outra coisa e deixe sua mente voar para qualquer direção. Aproveite toda oportunidade para repetir esse exercício de perdão. Logo sentirá que já não está sendo molestado pela lembrança daquela pessoa. Abraço. Davi.


quarta-feira, 19 de março de 2025

OS ANALECTOS - LIVRO XI

Confucionismo. www.https//rt.br. OS ANALECTOS – LIVRO XI. 1. O Mestre disse: “Quanto aos ritos e à música, os primeiros discípulos que vieram até mim eram camponeses, ao passo que aqueles que vieram depois eram cavalheiros. Quando se trata de pôr em uso os ritos e a música, sigo os primeiros”. 2. O Mestre disse: “Nenhum daqueles que estiveram comigo em Ch’en e Ts’ai jamais foram além da minha porta”. [122] 3. Conduta virtuosa: Yen Yüan, Min Tzu-ch’ien, Jan Po-niu e Chung-kung; discurso: Tsai Wo e Tzu-kung; governo: Jan Yu e Chi-lu; cultura e educação: Tzuyu e Tzu-hsia. 4. O Mestre disse: “Hui não me é de nenhuma utilidade. Ele fica satisfeito com tudo o que digo”. 5. O Mestre disse: “Que bom filho é Min Tzu-ch’ien! Ninguém encontra nada de ruim naquilo que seus pais e irmãos têm a dizer sobre ele”. 6. Nan Jung sempre repetia as linhas sobre o cetro de jade branco. [123] Confúcio deu-lhe a filha de seu irmão mais velho em casamento. [124] 7. Chi K’ang Tzu perguntou qual dos seus discípulos tinha sede de aprender. Confúcio respondeu: “Havia um chamado Yen Hui que tinha sede de aprender, mas infelizmente o tempo que lhe foi concedido era curto, e ele morreu. Agora, não há ninguém”. 8. Quando Yen Yüan morreu, Yen Lu [125] pediu que o Mestre lhe desse sua carruagem para pagar um caixão externo para o seu filho. O Mestre disse: “Todos defendem o próprio filho, tenha este talentos ou não. Quando Li [126] morreu, ele tinha um caixão, mas não um caixão externo, eu não fui a pé para fornecer a ele um caixão externo porque não teria sido apropriado que eu fosse a pé, já que assumi um cargo entre os ministros do reino”. 9. Quando Yen Yüan morreu, o Mestre disse: “Ai! O Céu está me destruindo! O Céu está me destruindo!”. 10. Quando Yen Yüan morreu, ao chorar por ele, o Mestre mostrou muita tristeza. Seus seguidores disseram: “Mestre, a tristeza que o senhor está mostrando é excessiva”. “É? Se não por ele, por quem deveria eu mostrar tristeza excessiva?” 11. Quando Yen Yüan morreu, os discípulos quiseram dar-lhe um funeral suntuoso. O Mestre disse: “Não seria apropriado”. Mesmo assim, deram-lhe um funeral suntuoso. O Mestre disse: “Hui me tratava como um pai, e, no entanto, fui impedido de tratá-lo como um filho. Não foi por escolha minha. Foi coisa desses outros”. 12. Chi-lu perguntou como os espíritos dos mortos e os deuses deveriam ser servidos. O Mestre disse: “Você sequer é capaz de servir aos homens. Como poderia servir aos espíritos?”. “Posso perguntar sobre a morte?” “Você sequer entende a vida. Como poderia entender a morte?” 13. Quando na presença do Mestre, Min Tzu parecia respeitoso e digno; Tzu-lu parecia resoluto; Jan Yu e Tzu-kung pareciam afáveis. O Mestre ficava feliz. “Um homem como Yu não morrerá de morte natural.” [127] 14. O povo de Lu estava reconstruindo o tesouro. Min Tzu-ch’ien disse: “Por que não apenas restaurá-lo? Por que ele precisa ser totalmente reconstruído?”. O Mestre disse: “Este homem ou não fala, ou vai direto ao âmago da questão”. 15. O Mestre disse: “O que o alaúde de Yu está fazendo do lado de dentro da minha porta?”. Os discípulos deixaram de tratar Tzu-lu com respeito. O Mestre disse: “Pode ser que Yu não tenha entrado nas dependências íntimas, mas ele subiu até o salão”. 16. Tzu-kung perguntou: “Quem é superior, Shih ou Shang?”. O Mestre disse: “Shih passa do alvo; Shang não chega até ele”. “Isso significa que Shih é, de fato, o melhor?” O Mestre disse: “Tanto aquele que passa do alvo quanto o que não chega até ele não atingem o objetivo”. 17. A riqueza da família Chi era maior do que a do duque de Chou, e mesmo assim Ch’iu ajudou-a a enriquecer ainda mais por meio do recolhimento de impostos. O Mestre disse: “Ele não é discípulo meu. Vocês, meus jovens amigos, podem atacá-lo abertamente ao rufar dos tambores”. [128] 18. O Mestre disse: “Ch’ai é estúpido; Ts’an é devagar; Shih é parcial; Yu é justo”. 19. O Mestre disse: “Talvez Hui seja difícil de se aprimorar; ele constantemente se permite cair em uma pobreza abjeta. Ssu recusa-se a aceitar seu quinhão e se põe a ganhar dinheiro e frequentemente está certo em suas conjecturas”. 20. Tzu-chang perguntou sobre o caminho do homem bom. O Mestre disse: “Tal homem não segue os passos de outras pessoas; tampouco é admitido nas dependências íntimas”. [129] 21. O Mestre disse: “Alguém que simplesmente apoia opiniões tenazes é um cavalheiro? Ou está ele apenas tentando aparentar dignidade?”. 22. Tzu-lu perguntou: “Deve-se imediatamente colocar em prática o que se ouviu?” O Mestre disse: “Como seu pai e irmãos mais velhos ainda estão vivos, dificilmente você estará em posição de colocar imediatamente em prática o que ouviu”. Jan Yu perguntou: “Deve-se imediatamente colocar em prática o que se ouviu?”. O Mestre disse: “Sim. Deve-se”. Kung-hsi Hua disse: “Quando Yu perguntou se se deveria imediatamente colocar em prática o que se ouviu, o senhor apontou que o pai e os irmãos mais velhos dele estavam vivos. E, no entanto, quando Ch’iu perguntou se se deveria imediatamente colocar em prática o que se ouviu, o senhor respondeu que sim. Estou confuso. Pode me iluminar?”. O Mestre disse: “Ch’iu é acanhado. É por essa razão que eu tentei encorajá-lo. Yu tem a energia de dois homens. É por essa razão que tentei refreá-lo”. 23. Quando o Mestre foi emboscado em K’uang, Yen Yüan ficou para trás. O Mestre disse: “Pensei que você tinha encontrado a morte”. “Enquanto o senhor, Mestre, estiver vivo, como eu ousaria morrer?” 24. Chi Tzu-jan perguntou: “Podem Chung Yu e Jan Ch’iu ser considerados grandes ministros?”. O Mestre disse: “Eu esperava uma pergunta um tanto diferente. Nunca me ocorreu que você fosse me perguntar sobre Yu e Ch’iu. O termo ‘grande ministro’ refere-se àqueles que servem ao seu governante de acordo com o Caminho e que, quando isso não mais é possível, demitem-se do cargo. Agora, homens como Yu e Ch’iu pode ser descritos como ministros apontados para preencher vagas”. “Nesse caso, são eles do tipo que sempre fará o que lhes for mandado?” “Não. Não o farão quando se tratar de parricídio ou regicídio.” 25. Na ocasião em que Tzu-lu fez de Tzu-kao prefeito de Pi, o Mestre disse: “Ele está arruinando o filho de outro homem”. Tzu-lu disse: “Há as pessoas comuns e os oficiais, e há os altares para os deuses da terra e dos grãos. Por que seria necessário ler livros para aprender?”. O Mestre disse: “É por essa razão que não gosto de homens de fala astuciosa”. 26. Tzu-lu, Tseng Hsi, Jan Yu e Kung-hsi Hua estavam sentados com o Mestre. Este disse: “Não se sintam constrangidos só porque sou um pouco mais velho do que vocês. Agora vocês têm o hábito de dizer: ‘Minhas habilidades não são apreciadas’, mas se alguém apreciasse suas habilidades, digam-me o que vocês fariam”. Tzu-lu prontamente respondeu: “Se eu fosse administrar um reino de mil carruagens, situado entre poderosos vizinhos, perturbado por invasões armadas e ameaçado constantemente pela fome, eu poderia, ao cabo de três anos, dar coragem ao povo e um senso de dever”. O Mestre sorriu para ele. “Ch’iu, e quanto a você?” “Se eu fosse administrar uma área medindo sessenta ou setenta li quadrados, ou até mesmo cinquenta ou sessenta li quadrados, eu poderia, ao cabo de três anos, fazer a população crescer até um nível adequado. Quanto aos ritos e à música, eu deixaria isso para cavalheiros mais capazes.” “Ch’ih, e quanto a você?” “Não digo que eu já tenha a habilidade, mas estou aprendendo. Em cerimônias, no templo ancestral ou em reuniões diplomáticas, eu gostaria de participar como um pequeno oficial encarregado do protocolo, devidamente vestido com meu gorro e meu traje cerimonial.” “Tien, e você?” Após algumas notas finais, veio a nota derradeira, e então ele colocou o alaúde de lado e se levantou. “Difiro dos outros três em minhas escolhas.” O Mestre disse: “E que mal há nisso? Afinal de contas, cada homem está dizendo aquilo que está no seu coração”. “No final da primavera, uma vez confeccionadas as roupas da estação, eu gostaria de, junto com cinco ou seis adultos ou sete meninos, ir tomar banho no rio Yi e aproveitar a brisa no Altar da Chuva e então voltar para casa entoando poesias.” O Mestre suspirou e disse: “Estou de pleno acordo com Tien”. Quando os três foram embora, Tseng Hsi ficou para trás. Ele disse: “O que acha do que os outros três disseram?”. “Estavam apenas dizendo aquilo que estava em seus corações.” “Por que você sorriu para Yu?” “É por meio dos ritos que um reino é administrado, mas do modo com que ele falou, Yu mostrou falta de modéstia. Foi por isso que sorri para ele.” “No caso de Ch’iu, não estava ele pensando em um reino?” “O que pode justificar que alguém diga que sessenta ou setenta li quadrados de terra ou até mesmo cinquenta ou sessenta li quadrados não merecem o nome de reino?” “No caso de Ch’ih, não estava ele falando de um reino?” “O que são cerimônias no templo ancestral e reuniões diplomáticas senão questões que dizem respeito a governantes de reinos? Se Ch’iu desempenha apenas um pequeno papel, quem seria capaz de desempenhar um papel maior?” www.https//rt.br. Abraço. Davi

segunda-feira, 17 de março de 2025

I. SIGNO ASCENDENTE

Astrologia. Texto de Ricardo Lindemann. I. O SIGNO ASCENDENTE. Capítulo Onze. O Signo Ascendente, como a palavra sugere, está subindo ou nascendo no Horizonte Oriental ou Leste no instante do nascimento. Na verdade, nós poderíamos considerar a imagem da Terra com uma linha horizontal, que seria tangente à superfície da Terra, e que aponta para algum signo do Zodíaco na medida em que a Terra vai girando no seu movimento de rotação, em torno do seu próprio eixo. O que quer dizer que em 24 horas teremos passado pelo Zodíaco inteiro, que a Terra terá dado uma volta completa e, portanto, Os doze signos terão ascendido no Horizonte Oriental. Se olharmos isso no globo, teremos aqui em Brasília – Brasil, por exemplo – quando o globo está girando naquele sentido para o Oriente – a sensação de que o céu está subindo, porque a Terra gira de Oeste para Leste e por isso nós temos uma sensação de que o céu sobe de Leste para Oeste. O signo ascendente é aquele que se encontra no Horizonte Oriental no instante do nascimento e se em 24 horas a linha do Horizonte será cruzada por todos os 12 signos do zodíaco, então cada signo ascendente permanece no horizonte aproximadamente 2 horas em média. Este seria o valor médio quando dividimos 24 por 12, embora surjam algumas pequenas deformações, quanto mais longe nós nos encontramos do Equador, que terão de ser consideradas eventualmente. De modo que essa é uma visão aproximada, nós não sabemos se ela ficará um pouco maior ou um pouco menor para cada signo, dependendo de cada caso. O importante é lembrar que, segundo Plutarco (46-120), o Sol dá aos homens a razão, a Lua as paixões e a Terra o corpo. Então, nós teríamos uma maneira de pensar segundo as tendências das características do signo solar, que é o mais conhecido popularmente como signo do mês em que nós nascemos. O signo solar é o único que costuma ser usado na coluna de Horóscopo dos jornais, porque não exige cálculo personalizado para determinar a sua posição mensal. Por isso Dona Emy sugeria que tal coluna fosse chamada de mesócopo. A posição da Lua, que já exige um cálculo personalizado, vai determinar a tendência de nossa maneira de sentir e chama-se popularmente de signo do dia em que nós nascemos. Na verdade, a Lua dá uma volta no Zodíaco em 27, 32 dias, período conhecido como mês sideral, ficando aproximadamente dois dias e um quarto em cada signo. Dessa forma, já não é exatamente o signo do dia, mas em média, de dois dias e um quarto. Não se deve, porém, confundir o mês sideral com Lunação ou mês sinódico de 29, 53 dias; a Lunação está relacionada às fases da Lua, e envolvendo também a relação da Terra com o Sol, e abrange o período entre duas Luas Novas. Além disso, há o giro da Linha do Horizonte que é a projeção da Terra no céu, e que determina o signo ascendente que seria a nossa característica física, o nosso corpo físico. Quando Leonardo da Vinci (1452-1519), no quadro Última Ceia pintou os doze Apóstolos, simbolizando os doze signos, estava retratando a tendência característica da expressão do rosto dos doze signos ascendentes, ou seja, dos doze tipos físicos pela hora do nosso nascimento. O signo ascendente é muitas vezes chamado o signo da hora do nascimento, embora, na verdade, cada signo ascendente dure aproximadamente duas horas no Horizonte Leste. Daí vem a palavra horóscopo, do grego scopein, que significa observar. horóscopo é a observação da hora, e para confeccionar o horóscopo ou mapa astral natal precisamos saber a hora do nascimento. Tendo em vista que a palavra horóscopo tem sido muito desgastada desde 1930, quando, com a queda da bolsa de valores de Nova Iorque, inventaram nos Estados Unidos uma coluna de jornal para divertir e compensar a frustração geral, que se chamava horóscopo e dava características do que iria acontecer com cada signo para aquele dia, o que na verdade deveria se chamar mesos copo porque só leva em consideração o mês que a pessoa nasceu, e cria uma situação muito difícil, se nós pararmos para pensar. Se ali disser que Áries vai ganhar na loteria, então todas as pessoas do signo de Áries deveriam ganhar na loteria ao mesmo tempo, e o prêmio ficaria muito pequeno, pois aproximadamente 1/12 avos da população deveriam ser vencedores. Devido ao costume já estabelecido, nem sempre é fácil demonstrar para o público leigo que a Astrologia não é somente aquela coluna de jornal, mas que o horóscopo é a observação da hora do nascimento, fato que raramente aquelas colunas de jorna sequer tomam em consideração. Na verdade, não seria possível, no jornal tradicional, pois cada pessoa teria que fazer o cálculo personalizado do seu signo ascendente. Para ter-se uma ideia, de 6 até as 8 da manhã, aproximadamente, teremos o signo do mês coincidindo com o signo da hora, porque o Sol também encontrar-se-á aproximadamente na linha do Horizonte Oriental. Vamos, por exemplo, observar como seria a característica do ascendente é ser mais individualista e impulsivo. Nós podemos verificar que o Áries, representado por Simão na Última Ceia, tem a testa muito larga, as têmporas e as mandíbulas salientes ou demarcadas, o queixo algo pontudo e forte. As têmporas simbolizando inclusive os próprios chifres enroscados do carneiro, que servem meramente como reforço da caixa craniana; portanto, a característica física do signo ascendente de Áries dá um tipo forte e geralmente impulsivo, há uma tendência de espírito mais aventureiro, empreendedor, abre caminhos, corajoso, direto e por isso mesmo, às vezes, com muita energia ou uma certa tendência à impaciência. Ele é geralmente individualista, sendo regido por Marte, o deus da guerra e da conquista. Não é incomum que as pessoas com ascendente em Áries tenham uma pequena cicatriz na testa, pois frequentemente podem vir a bater a cabeça, região em que essa energia se somatiza nesse signo. Às vezes reflete o efeito negativo sobre o signo descendente que é exatamente o oposto do ascendente, se o ascendente se encontra no Horizonte Oriental, o descendente se encontra no poente ou no Horizonte Ocidental enfim, como consequência, eventualmente, pode surgir algum problema nos rins, como pode também afetar a cabeça. No signo ascendente de Touro, que rege a garganta, em geral há uma tendência a acumular mais a matéria no corpo. Temos aqui geralmente uma figura mais arredondada, há uma tendência a engordar. Vale lembrar também a figura da fisionomia de Judas Tadeu pintada por Leonardo da Vinci, como se ele até estivesse tendo um ato de defesa. O signo ascendente em Touro muitas vezes tem habilidade para cantar e justamente ele vai desenvolver essa aptidão, considerando-se o aspecto da beleza que está associado ao cantar. Ele costuma ter um temperamento prático e hábil. É perseverante em seus relacionamentos, dócil, bondoso, afetivo, fidedigno, mais calmo, e isso é justamente, o que a expressão do ascendente está a caracterizar nesse caso. Libra é o oposto, justamente, de Áries. Libra rege mais a parte do relacionamento diplomático, da harmonia e das condições de vida agradáveis, apresentando geralmente uma bela expressão do rosto, como se pode ver em João na Última Ceia. Assim também veremos em Touro uma outra compensação, considerando que o signo de Libra é regido por Vênus, o planeta do amor e da beleza, que é o regente do ascendente em Libra, nele teremos uma expressão bastante doce, meiga, diplomática e bela. O ascendente oposto de Touro é Escorpião. Escorpião já gosta mais de viver perigosamente, tem emoções e sentimentos poderosos, altamente imaginativo e determinado na consecução dos seus objetivos. O ascendente em Escorpião, como também é regido por Marte, apresenta sobrancelhas um pouco mais espessas e um olhar um pouco mais fechado, como se pode ver no mural em Judas Iscariotes. Nesse sentido, como Escorpião rege os órgãos sexuais, é tradicional dizer que o ascendente em Escorpião é mais passional, e às vezes, verificaremos também que o ascendente em Touro pode repercutir pelo descendente, o signo oposto pode ser o ponto fraco, ou vice-versa, frequentemente o ascendente em Escorpião tem problemas na garganta. Nós podemos ver isso também naquela correlação de que os adolescentes geralmente superam os problemas de amigdalites porque ultrapassaram aquela fase da infância, uma vez que as gônadas começam a entrar em atividades, o hormônio sexual então se faz presente, mas na infância geralmente a criança tem problemas de garganta porque o polo oposto que é, justamente, o das gônadas, ou das glândulas sexuais, ainda não entrou em plena atividade. Então, são formas pelas quais a astrologia entende que pode haver uma somatização das energias no corpo. No Homem Celeste nós vemos exatamente essas áreas de correspondência. Gêmeos, por exemplo, rege os braços, como está bem evidente na figura de Mateus na Última Ceia. A expressão do ascendente em Gêmeos, por ele ser um signo de ar, já é uma expressão mais leve, de traços mais finos, mais fluídicos. Gêmeos é muito comunicativo no ascendente, às vezes proporciona dúvidas em decidir o que fazer primeiro, começa as coisas e não termina. Esses são alguns problemas característicos do signo de Gêmeos, mas o ponto forte é a sua flexibilidade, adaptabilidade, versatilidade. Ele tem uma certa facilidade nas línguas, e é divertido na conversa. Sendo um signo de ar é também rápido em seus movimentos. O signo oposto do SIGNO de Gêmeos é o signo de Sagitário, que rege as coxas e os quadris, onde se encontra a faca de Pedro no mural. Então ele já tem uma posição de mais força e determinação, sendo representado por um centauro – seres mitológicos com corpo de cavalo e tronco e cabeça de ser humano. Veja-se que os quadris são a parte do corpo que nos torna bípedes, porque os animais quadrúpedes conseguem erguer-se tanto quanto na condição humana. Por isso se relaciona ao SIGNO de Sagitário, uma vez que o centauro é metade humano metade cavalo, representando a ideia de evolução, porque é um animal que se tornou humano, por reverter-se o quadrúpede em bípede, e aponta sua flecha para o Divino, como Pedro aponto o dedo para Cristo. Sagitta, em latim, quer dizer flecha. Desta forma, o ascendente em Sagitário dá habilidade para a dança, porque rege os quadris e as coxas, local onde é necessária uma certa flexibilidade para que a pessoa tenha movimento de cintura e acompanhe o ritmo. Então, este é o eixo de Gêmeos que rege os pulmões e os braços e o Sagitário que rege exatamente as coxas e os quadris. Nesse sentido, às vezes o ASCENDENTE em Gêmeos pode ter problemas nos pulmões, particularmente também porque a respiração expressa o ritmo da sua emoção. Sagitário pode sofrer de ansiedade, porque é um dos signos mais apressados do Zodíaco, tal qual a flecha que deseja chegar direto ao alvo. O Sagitário normalmente é jovial, otimista, de mente ampla e expressa isso no movimento. Frequentemente tem afinidade com os cavalos e os cachorros, e de um modo geral tem a tendência de viver de forma livre, exploratória, mas às vezes, propensa a um certo exagero e uma certa pressa. Chegamos agora no ascendente em Câncer que rege o estômago. Vejam que pela tradição o ponto de somatização do Câncer é o estômago ou o oposto, Capricórnio, que rege os joelhos. Verificamos que o ascendente em Câncer é regido pela Lua, sendo mais arredondado e mais maternal, veja-se a posição maternal que Felipe assume na Última Ceia. Livro A Ciência da Astrologia e as Escolas de Mistérios. Abraço. Davi.


sábado, 15 de março de 2025

A ESTRELA DE DAVI

Judaísmo. www.morasha.com.br. A ESTRELA DE DAVI. Essa temática tem como objetivo apresentar um dos mais importantes símbolos da tradição judaica que é a estrela de Davi. O texto é da Revista Morasha edição nº 35 de dezembro de 2001. A Estrela de Davi como símbolo exclusivamente judaico é um fato relativamente recente já que, na Antiguidade e mesmo durante a Idade Média, várias civilizações além da nossa usavam o hexagrama – figura representada por uma Estrela de seis pontas e formada por dois triângulos equiláteros iguais e concêntricos, no qual os lados opostos em relação ao centro são paralelos – como símbolo místico ou puramente decorativo. Todavia desde o século XIX a Estrela de Davi tem sido o símbolo mais usado entre os judeus de todas as partes do mundo. Usada por várias comunidades e instituições de todas as tendências, este símbolo pode ser visto em fachadas de sinagogas, assim como em seu interior, sobre o Hechal – Arca Sagrada – no Parochet - cortinas que cobre a Arca – na lápide e inúmeros outros objetos religiosos. Durante uma das épocas mais terríveis da história do povo de Israel, quando praticamente toda a Europa estava sob o jugo nazista, estes obrigaram todos os judeus a usar uma Estrela amarela nas vestes. Queriam transformar a Estrela de Davi em um símbolo de vergonha e de morte, mas para os judeus tornou-se um símbolo de sofrimento e heroísmo e da esperança e da esperança coletiva de todo um povo. A criação do Estado de Israel fez com que o símbolo marcado pelo sofrimento renascesse junto com a Nação Judaica. O Estado de Israel, o primeiro Lar Nacional Judaico após 2.000 anos de diáspora – dispersão dos judeus pelo mundo após a destruição do Templo em Jerusalém no ano 70 pelo Imperador Romano Tito (30-81). Ostenta na parte central de sua bandeira uma Estrela de Davi de cor azul. Para se traçar a origem da Estrela de Davi na história judaica devem-se levar em consideração dois aspectos. Primeiro, a evolução histórica do nome e do símbolo, que como veremos mais adiante, ao que tudo indica, em seus primórdios não tinham ligação entre si. Segundo a interpretação mística do Maguen Davi. Evolução histórica. Desde a Idade do Bronze, utilizaram-se estrelas de cinco e seis pontas com decoração ou como elemento mágico. Sendo encontradas em ruínas de civilizações tão diferentes e tão distantes como a Índia, a Mesopotâmia ou a Grã-Bretanha. Na Índia, por exemplo, algumas datam de cerca de 3.000 anos antes da era comum. Há, ainda, hexagramas em igrejas medievais e bizantinas. No Islã era considerado um símbolo muito importante. A estrela de seis pontas também fazia parte dos emblemas de várias nações e atualmente pode ser vista na bandeira da Irlanda do Norte. Mas antes de analisar sua evolução histórica, devemos ressaltar alguns aspectos importantes. A tradução literal do termo Maguen Davi não é Estrela de Davi, mas sim Escudo de Davi. O termo Escudo ou Maguen é muito usado nas orações e não se refere à estrela de seis pontas, todavia é uma forma poética de referência a D’us, ou seja, à Sua proteção onipotente. No Talmud, D’ us é chamado "Escudo de Davi” – Pessachim 117 b). Ao afirmar que D’us é o Escudo de Davi, nós o reconhecemos como sendo o único Protetor do rei Davi e, consequentemente, também o nosso. Reconhecemos, assim que foi unicamente graças a proteção e benção Divina que o rei Davi conseguiu suas grandes vitórias militares. A cada Shabat – sábado, dia sagrado para os judeus – após a leitura da Haftará, reiteramos este conceito ao dizer "Abençoado sejas Tu, meu D us, Escudo de Davi". Não está muito claro, porém, como o conceito de D’us como Escudo acabou entrelaçando-se com a Estrela de seis pontas. Há inúmeras suposições, entre as quais uma que afirma que o Escudo de Davi era triangular e sobre ele estava gravado o "Grande Nome Divino de 72 Letras" juntamente com as letras hebraicas m, k, b e Y – as letras da palavra Macabi. Outra suposição é que o símbolo tenha surgido na época de Simon Bar Kochba falecido no ano de 135; no período de (132-135) da era comum. Segundo esta teoria, os judeus que lutavam contra as forças romanas adotaram Escudos mais resistentes, em cujo interior foram colocados dois triângulos entrelaçados. Alguns estudiosos, entre os quais Rabi Moses Gaster (1856-1939) grão rabino sefaradita da Inglaterra, de 1887 a 1918, e líder sionista. Acreditavam que havia uma Estrela de seis pontas gravada nas moedas cunhadas na época de Bar Kochba. Ainda no Talmud (Gittin 68 a) está escrito que o rei Salomão possuía um anel no qual estava gravado o "Nome Divino de 72 Letras" e que este anel o protegia contra as forças negativas. Porém, mais uma vez não é dada nenhuma descrição adicional. Muitas vezes o pentagrama – a estrela de cinco pontas – chamado de "Selo de Salomão". Termo usado tanto no islã como em algumas comunidades judaicas, que era usado no lugar do Maguen Davi. A estrela de cinco pontas também era considerada um símbolo de proteção Divina, contudo no meio judaico seu uso acabou sendo abandonado. O mais antigo artefato judaico com um hexagrama de que se tem notícia é um selo encontrado em Sidon – atual Líbano, datado do século VII antes da era comum. Apesar de, na época do Segundo Templo – 516 AC, os símbolos judaicos mais comuns são o Shofar, o Iulav e a Menorá. Neles foram encontrados pentagramas e hexagramas em vários achados arqueológicos. Um exemplo é o friso da sinagoga de Cafarnaum século II ou III, encontrado numa lápide no ano 300, no sul da Itália. Idade Média. O uso ornamental de Estrelas tanto de cinco como de seis pontas estendeu-se durante a Idade Média aos países muçulmanos e cristãos. Entre os muçulmanos o uso do Selo de Salomão, como proteção, era muito difundido. Alguns reis, como o de Navarra – Península Ibérica, usavam a estrela de seis pontas em seu selo. O hexagrama é encontrado em igrejas e catedrais, assim como em sinagogas, como a de Hamein, Alemanha no ano 1280 e a de Budweis – Boêmia, século XIV. Iluminuras de manuscritos hebraicos medievais contêm hexagramas sem que lhes sejam atribuídos qualquer nome. O mais antigo texto que faz menção ao Maguen Davi como o escudo protetor usado pelo rei David pode ser encontrado em um alfabeto místico que remonta ao período gueônico e era utilizado pelos sábios asquenazitas do século XII. Mas, neste caso, acreditava-se que o que estava gravado no escudo era o Grande Nome Sagrado de 72 Letras. O termo Maguen Davi ainda não estava ligado à estrela de seis pontas e não está claro o que teria provocado a substituição do "Grande Nome de 72 Letras" pela figura geométrica. Depois desta época, o uso do MAGUEN DAVI tornou-se difundido em manuscritos medievais como proteção. Também são da Idade Média os primeiros amuletos de proteção em que aparece o hexagrama. Entre os séculos X e XIV, o termo Maguen Davi não tinha ainda um vínculo com a estrela de seis pontas. Já que havia várias hipóteses sobre o que estava gravado no escudo que o rei Davi usava nas batalhas. Por exemplo, segundo a obra de Rabi Issac Ben Moshe Arama (1420-1494), Akedat Itzhak (século XV), o que estava gravado no escudo do rei era o Salmo 67 disposto em forma de Menorá. Mas é no texto cabalístico Sefer Ha Guevul, de autoria de um neto de Nachmânides ou Rebe Moshe Ben Nachman (1194-1270) século XIV, que podemos encontrar o mais antigo testemunho do uso do termo em relação à estrela de seis pontas. O hexagrama aparece duas vezes nesse texto, sendo chamado em ambas de Maguen Davi. Já a partir do século XIII, na Espanha e na Alemanha, são encontrados manuscritos bíblicos nos quais partes da Menorá – Tradição oral – são escritas em micrografia, em forma de hexagrama. E até o século XVI, os sábios cabalistas acreditavam que o Escudo de David não deveria ser desenhado como simples linhas geométricas. Deveria ser composto com determinados Nomes Sagrados e suas combinações, segundo o padrão dos manuscritos bíblicos, nos quais as linhas eram compostas com textos da Menorá. O Uso Ofícial. Foi no século XIV, em Praga – República Tcheca, que o Escudo de Davi foi usado pela primeira vez de forma oficial para representar uma comunidade judaica. No ano 1354, o rei Karel IV concedeu à comunidade judaica o privilégio de ter sua própria bandeira. No fundo vermelho, foi colocado o hexagrama, a Estrela de Davi, em ouro. Documentos referem-se a este símbolo como sendo "Bandeira do rei Davi". Em Praga - atual República Tcheca, a estrela de seis pontas - sempre chamada de Maguen Davi passou a ser usada tanto em sinagogas, como no selo oficial da comunidade e em livros impressos. O símbolo logo se difundiu e, a partir do século XVII, tornou-se o emblema oficial de várias comunidades judaicas e do judaísmo em geral. Em Viena – Áustria, em 1656, foi usado numa pedra que marcava o limite entre os bairros judeus e cristãos, junto com uma cruz. Ao serem expulsos de Viena, os judeus levaram o símbolo para outras localidades para onde se transferiram, a Morávia – atual República Tcheca e Amsterdã – Holanda. Em 1799, a Estrela de Davi foi usada para representar o povo judeu numa gravura antissemita. Em 1822, ao ser agraciada com um título de nobreza pelo imperador austríaco, a família Rothschild a usou em seu brasão. Foi considerada, assim, um símbolo especificamente judaico no decorrer dos séculos XVII e XIX na Europa Central e Oriental. Espalhando-se pelas comunidades judaicas da Europa Ocidental e do Oriente Médio. Quase todas as sinagogas exibiam a Estrela de Davi, algumas em sua fachada; outras instituições, como as sociedades beneficentes, usavam o símbolo em seus documentos. Segundo um dos grandes rabinos deste século o Rabi Moshe Feinstein (1895-1986), o rei David usava o Maguen Davi, o símbolo de seis pontas, para que o Todo Poderoso o protegesse nas batalhas. O movimento sionista a adotou como emblema de sua bandeira e do primeiro número do periódico sionista de Theodor Herzl (1860-1904), Die Welt. Os fundadores de Rishon L Tzion também a colocaram em sua bandeira, em 1855. A Estrela de Davi tornara-se o símbolo de novas esperanças e de um novo futuro para o povo de Israel. Mas foram os nazistas que lhe conferiram uma nova dimensão. Em 1933 Adolf Hitler (1889-1945) ao decidir que os judeus deveriam usar uma marca em suas roupas para que pudessem ser facilmente reconhecidos, escolheu a "Estrela Judaica" como era chamado, em tom pejorativo pelos nazistas, o Maguen Davi. Ao querer fazer deste um distintivo da vergonha que acompanharia milhões em seu caminho para a morte, tornou-o símbolo de um povo. Símbolo de sofrimento e morte, todavia também de esperança. Quando o Estado de Israel escolheu como emblema do novo Estado Judaico a Menorá, manteve o Maguen Davi na bandeira nacional. Atualmente, a Estrela de Davi é o símbolo de uma nação independente. É o símbolo de um lar nacional para todo e qualquer judeu. www.morasha.com.br. abraço. Davi.