Hinduísmo. O Livro das
Religiões. Por Meio do Sacrifício Nós Mantemos a Ordem do Universo. UM MUNDO
RACIONAL. Parte II. Deuses como aspectos de ordem. Com a evolução do Hinduísmo,
os deuses arianos dos Vedas foram ganhando a companhia de outros deuses, sendo,
em muitos casos substituídos por eles. Deuses védicos menores também foram
elevados a posições muito mais destacadas. Escritos hindus mais recentes
apresentam uma enorme lista de deuses e deusas, refletindo a mistura de
diferentes tradições e período da história da religião primordial da Índia. A
dança de Shiva. Representa os ciclos cósmicos de criação e destruição, o
equilíbrio entre vida e morte. Shiva é o destruidor, mas também o
transformador. De todos esses deuses, surgiu um triunvirato dominante,
responsável pela existência, ordem e destruição do universo. Esses três deuses,
trimurti ou trindade – representam diferentes aspectos da realidade. Brahma, o
criador – não confundir com Brahman. Vishnu, o protetor e guardião da
humanidade e Shiva, o destruidor, ou aquele que equilibra as forças da criação
e da destruição. O deus Shiva costuma ser representado em imagens e esculturas
como “Shiva Nataraja”, o senhor da dança. A dança cósmica de Shiva acontece
dentro de um círculo de fogo, que representa o processo contínuo de nascimento
e morte. Shiva possui quatro braços, com um tambor na mão direita superior,
cujo toque promove a criação, e uma chama destrutiva na mão esquerda superior.
Seus braços inferiores expressam o equilíbrio rítmico entre a criação e a
destruição. Tu habitas em todos os seres, és perfeito, onipresente, onipotente
e onisciente. És a Vida em todas as vidas, embora sejas invisível ao olho
humano – trecho de um hino a Vishnu. O pé direito de Shiva está levantado pela
dança, e o esquerdo pisa num demônio, que representa a ignorância. Essa figura
selvagem e exuberante simboliza o perfeito equilíbrio num mundo em constante
mutação. Como o tempo é cíclico, a destruição do universo por Shiva é vista
como algo construtivo, pois prepara o caminho para uma mudança benéfica. O
ordenamento da sociedade. A classificação da sociedade indiana em quatro grupos
principais baseia-se, desde os tempos védicos, no conceito de dharma.
Estendendo a teoria da ordem e estrutura do universo ao correto ordenamento da
vida humana e da sociedade. Historicamente, é provável que, com a invasão dos
arianos de pele clara, tenha se instaurado um contraste entre eles e os
habitantes naturais da Índia, de pele mais escura. Sendo estes tratados como
inferiores – o que levou a um sistema social de quatro classes principais, ou
varnas, que significa “cores”. No hinduísmo, contudo, um relato mitológico da
origem do sistema de classes sobrepõe-se a essa explicação histórica. No Rig
Veda, há um cântico dedicado a Purusha o ser divino – o qual relata que o corpo
de um ser humano primitivo é sacrificado e dividido. Criando as quatro varnas
ou classes brâmanes, xátrias, vaixás e sudras. Os brâmanes são membros da
classe sacerdotal, criados da boca de Purusha. Os xátrias formam a classe
militar ou administrativa, criados dos braços de Purusha, enquanto os vaixás
são membros da classe mercantil. Os sudras constituem a classe dos
trabalhadores comuns, criados dos pés de Purusha. Como todos vêm da única
realidade humana, Purusha, eles são interdependentes e todos têm um papel
essencial a desempenhar no ordenamento da sociedade. Suas funções refletem seu
dharma – seu dever divino. De acordo com a tradição hindu, as quadro varnas ou
classes, originam-se das diversas partes de Purusha, o homem primordial.
Xátrias – guerreiros. Sudras – trabalhadores. Vaixás – comerciantes. Brâmanes –
sacerdotes. Dizem que os membros das três primeiras varnas “nascem novamente”
num ritual conhecido como “fio sagrado”, o upanayana, que marca a aceitação do
hinduísmo por parte do indivíduo. O ritual geralmente é realizado quando a
criança faz oito anos, estabelecendo sua posição social. Abaixo das quatro
varnas encontram-se aqueles que estão totalmente fora do sistema de classes.
Antes chamados de desclassificados, hoje eles são conhecidos como dalits “os
oprimidos”. Distinção de classes. As quatro varnas às vezes são chamadas de
“castas”, mas esse termo não é preciso. O sistema de castas indiano baseia-se
numa antiga forma de classificar a população, geralmente referente à ocupação.
Existe muitas classes, ou jaitis, cada uma com um status social correspondente.
As duas abordagens diferentes parecem ter se misturado a partir do
desenvolvimento da sociedade hindu no último período védico 1000 a.C. e as
diferenças cruciais entre elas tornaram-se indistintas. No sistema de varnas,
todas as diferentes classes sociais são essenciais para o correto ordenamento
do mundo. Como todo mundo vem de um único humano primordial, ”. Bhavishya
Puruna. Indivíduos de castas mais elevadas começaram a temer o contato com
indivíduos de castas inferiores. O sistema de castas promovia a fragmentação
social, com regras que proibiam o relacionamento e o casamento de pessoa de
diferentes castas. Essa divisão foi reconhecida pela Constituição da Índia,
criada em 1948, que proibiu a discriminação contra castas mais baixas. Embora o
preconceito popular tenha demorado muito tempo para ser banido. Abraço. Davi
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