Teosofia. Livro Introdução a
Teosofia. Por Charles Webster Leadbeater (1854-1934). Capítulo II. PRINCÍPIOS
GERAIS. É meu desejo tornar esta explicação sobre a Teosofia tão clara e
prontamente compreensível quanto possível. Por esta razão, a cada momento,
darei apenas preceitos gerais, remetendo aqueles que desejam informações mais
detalhadas a livros mais específicos. Apresento, ao final de cada capítulo, uma
lista de tais livros. Devendo ser consultados por aqueles que desejam
aprofundar-se nesse sistema tão fascinante. Começarei com uma declaração das
mais surpreendentes dos princípios gerais que emergem como resultado do estudo
teosófico. Alguns poderão encontrar aqui assuntos que considerarão incríveis.
Ou então completamente contrários a suas ideias preconcebidas. Se assim for,
gostaria de lembrá-los que eu não estou apresentando isso com teoria, como
especulação metafísica ou uma piedosa opinião. Mas como fato científico
definido, provado e examinado muitas e muitas vezes, não apenas por mim mesmo,
porém por muitos outros. Além disso, afirmo que é um fato que pode ser verificado
em primeira mão por qualquer pessoa que esteja desejosa de devotar tempo e
trabalho necessários para capacitar-se a essa investigação. Não estou
oferecendo ao leitor um credo, para ser engolido como uma pílula. Estou
tentando colocar diante dele um sistema para estudo, e acima de tudo uma vida
para viver. Não lhe peço fé cega. Apenas lhe sugiro consideração do ensinamento
teosófico como uma hipótese, embora para mim não seja contingência e sim um
fato visto. Se ele achar esse sistema mais satisfatório do que outros que lhe
forem apresentados, se ele lhe parecer resolver muitos dos problemas da vida e
responder muitas interrogações que inevitavelmente surgem para o homem
pensante. Então levará esses estudos adiante, e encontrará neles, eu espero e acredito,
cada vez mais, a mesma satisfação e alegria que eu próprio encontrei. Se, por
outro lado, achar possível algum outro sistema, nenhum mal foi causado. Ele
simplesmente aprendeu algo dos princípios de um grupo de pessoas com as quais
ainda é incapaz de concordar. Eu mesmo tenho bastante fé nesses princípios pra
acreditar que, mais cedo ou mais tarde,
chegará o tempo em que ele concordará, quando também conhecer o que nós
conhecemos. As Três Grandes Verdades. Num dos nossos primeiros livros
teosóficos está escrito que existem três verdades absolutas, que não podem ser
perdidas. Que, todavia, podem permanecer no silêncio por falta de quem as
pronuncie. São tão grandes quanto a própria vida. Apesar disso, tão simples
quanto a mente do mais simples dos homens. Posso apenas parafrasear essas
verdades, como os maiores dos meus princípios gerais. Oferecerei então alguns
corolários que naturalmente derivam dessas verdades. Alguns dos mais
importantes entre os vantajosos resultados que necessariamente acompanham esse
conhecimento definido. Tendo assim organizado o esquema, eu o tomarei ponto por
ponto, buscando oferecer explanações tão elementares quanto possível, dentro do
escopo deste livro introdutório. 1. Deus existe, e Ele é bom. Ele é o grande
doador de vida que reside dentro e fora de nós. É imortal e eternamente
beneficente. Não pode ser ouvido, nem visto, nem tocado, e ainda assim pode ser
percebido pelo homem que o desejar. 2. O homem é imortal e o seu futuro é tal
que sua glória e esplendor não tem limites. 3. Uma lei divina de justiça
absoluta governa o mundo, de modo que cada homem é na verdade seu próprio juiz.
O dispensador de glória ou tristeza para si próprio. O decretador de sua vida,
sua recompensa, sua punição. Corolários – consequência. Ligados a cada uma
dessas três grandes verdades estão algumas outras, subsidiárias e
explanatórias. Da primeira delas segue: 1. Que o verdadeiro homem é a alma, e
que este corpo é apenas um apanágio. 2. Ele deve, portanto, considerar cada
coisa do ponto de vista da alma, e que toda vez que uma luta interna ocorrer.
Ele deve reconhecer sua identidade com o mais elevado e não com o mais
inferior. 3.Aquilo a que comumente chamamos sua vida e apenas um dia de sua
vida verdadeira e mais ampla. 4. A morte é um assunto de muito menor
importância do que geralmente se supõe. Já que não é de modo algum o fim da
vida, mas meramente a passagem de um estágio para outro. 5. O homem tem uma
enorme evolução atrás de si, cujo estudo é extremamente fascinante,
interessante e instrutivo. 6. Ele tem também uma esplêndida evolução diante de
si, cujo estudo será ainda mais instigante e instrutivo. 7. Há uma certeza da realização
final para toda alma humana, não importando o quão distante ela possa parecer
ter-se desviado do caminho da salvação. Da terceira grande verdade segue: 1.
Que cada pensamento, palavra ou ação produz seu resultado definido, não uma
recompensa ou punição imposta de fora. Contudo um resultado inerente à própria
ação, definitivamente conectado com esta na relação de causa e efeito. Sendo
estes na realidade nada mais que duas partes inseparáveis de um todo. 2. É
tanto dever quanto interesse do homem estudar essa lei divina com o máximo de
atenção, para que possa ser capaz de adaptar-se a ela e usá-la como usamos
outras grandes leis da natureza. 3. Necessário se faz para o homem obter
controle perfeito sobre si mesmo, para que possa guiar sua vida inteligentemente
de acordo com essa lei. Vantagens obtidas com esse conhecimento. Quando esse
conhecimento é completamente assimilado, muda o aspecto de vida tão
integralmente que seria impossível computar todas as vantagens que dele fluem.
Posso apenas mencionar umas poucas linhas principais ao longo das quais essa
mudança é produzida. O pensamento do próprio leitor, irá, sem dúvida, suprir
algumas das intermináveis ramificações que são sua consequência necessária. Mas
deve-se compreender que nenhum conhecimento vago será suficiente. Tal crença,
já que a maioria dos homens estão acordes com as afirmações de suas religiões.
Será totalmente inútil, já que não produz qualquer efeito prático em suas
vidas. Mas se acreditarmos nessas verdades como reconhecemos as leis da
natureza. Como aceitamos que o fogo queima e que a água afoga. Então o efeito
que produzem em nossas vidas será enorme. Pois a nossa crença nas leis da
natureza é suficientemente real para nos induzir a ordenar as nossas vidas de
acordo com ela. Cremos que o fogo queima, tomamos toda precaução para evitar o
fogo. Acreditamos que a água afoga, evitamos entrar em águas profundas demais
para nós, a não ser que saibamos nadar. Ora, essas crenças são tão definidas e
reais que para nós porque estão fundamentadas no conhecimento e ilustradas pela
experiência diária. AS crenças do estudante teosófico são igualmente reais e
definidas para ele exatamente pelas mesmas razões. É por isso que descobrimos a
partir delas os resultados a serem agora descritos: 1. Nós conseguimos uma
compreensão racional da vida, sabemos como devemos viver e por quê. Aprendemos
que a vida vale a pena ser vivida quando apropriadamente entendida. 2.
Treinamos a governar a nós mesmo, portanto, com desenvolver a nós mesmos. 3,
Desempenhamos como melhor ajudar aqueles a quem amamos, como nos tornar úteis a
todos com quem entramos em contato e por fim a toda a raça humana. 4.
Exercitamos a visualizar tudo a partir do ponto de vista filosófico mais amplo.
Jamais do lado mesquinho e puramente pessoal. Consequentemente: 5. Os problemas
da vida já não parecem mais tão grandes. 6. Não temos qualquer senso de
injustiça em relação ao nosso derredor ou com o nosso destino. 7. Estamos
totalmente libertos do temor da morte. 8. A nossa dor em relação a morte
daqueles a quem amamos é grandemente diminuída. 9. Ganhamos uma visão diferente
da vida após a morte e compreendemos o seu lugar na nossa evolução. 10. Estamos
totalmente livres das preocupações ou temores religiosos, ou por nós mesmos ou
por nossos amigos. Temores quanto a salvação da alma, por exemplo. 11. Não
estamos mais preocupados por incertezas quanto ao nosso destino futuro. Vivemos
em perfeita serenidade e sem temor algum. Agora tomemos esses pontos em
detalhes e nos esforcemos para explaná-los resumidamente. Abraço. Davi
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