Islamismo. Livro Manual para
o Novo Muçulmano. Por Jamaal Zarabozo. A RELIGIÃO DO ISLAM. Parte II. A
mensagem final. Allah enviou numerosos profetas ao longo dos séculos.
Certamente, Ele enviaria o último com uma mensagem derradeira. Este último
seria o mensageiro para toda a humanidade desde seus tempos até o Juízo Final.
Não haveria outras revelações e nenhum outro profeta modificaria aquela última
revelação. Assim, este profeta deveria ser diferente dos anteriores de alguma
forma. Em primeiro lugar, posto que ninguém viria posteriormente para corrigir
supostos erros ou distorções, a revelação recebida pelo último profeta teria
que ser preservada com a máxima pureza. Em segundo lugar, a natureza do “sinal”
do último profeta também deveria ser diferente. Isso se deve ao fato de que
esta mensagem deveria não só afetar aos que viviam à época deste mensageiro,
como aos que viriam depois dele. Em terceiro lugar, este profeta derradeiro não
poderia ser enviado somente para uma comunidade – e que cada uma delas possuía
seu próprio profeta, diferente dos demais. Este profeta deveria ser enviado
para toda a humanidade, pondo um fim à sucessão de profetas e estando apto a
guiar o mundo em sua totalidade. Em quarto lugar, as leis e ensinamentos desta
mensagem deveriam ser fixas para aqueles assuntos que precisam ser fixos para
toda a humanidade até o dia do Juízo. Também deveriam ser uma guia flexível
para aqueles assuntos que necessitam de flexibilidade por estarem sujeitos a
modificações em decorrência de circunstâncias mutáveis. Em todos os aspectos,
pode-se observar que a mensagem do Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de
Allah estejam sobre ele) se ajusta a todos esses critérios. O Qur’an e a sunnah
foram conservados com riqueza de detalhes. Da mesma forma, a natureza de seu
“sinal”, o Qur’an, o milagre final, ainda pode ser vivida. E quanto ao terceiro
tema, o profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele)
foi o único profeta que deixou claro que não foi enviado apenas a um povo em
particular, senão para todos os povos do mundo. Os judeus, por exemplo, consideravam-se
uma raça elegida e sustentam que sua mensagem está dirigida exclusivamente a
eles. Assim, muitos judeus ortodoxos não crêem na difusão de sua fé. O Novo
Testamento também deixa claro que a missão de Jesus estava dirigida às tribos
de Israel. Mateus, 10: 5-6, disse: “Jesus enviou estes doze com as seguintes
instruções: ‘não vão aos gentios e nem entrem em nenhum povoado dos
samaritanos. Vão às ovelhas desgarradas do povo de Israel.’” Os relatores
sustentam que Jesus disse a uma mulher de Canaã, que se aproximou dele para
pedir ajuda: “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas do povo de Israel.”
(Mateus 15:24). Esta missão limitada de Jesus também está confirmada no Qur’an
(61:6). Sem dúvidas, no caso do Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de
Allah estejam sobre ele), Allah disse: “Dize: Ó humanos, sou o Mensageiro de
Deus, para todos vós...” (7: 158). “E não te enviamos, senão como universal
(Mensageiro), alvissareiro e admoestador para os humanos; porém, a maioria dos
humanos o ignora.” (34: 28). Há, inclusive, mais versículos que afirmam a mesma
coisa. O Profeta Muhammad também disse que se diferenciava dos profetas
anteriores em cinco pontos. O último que mencionou foi: “os profetas foram
enviados somente a seus povos, enquanto eu fui enviado a toda a humanidade.”
(Bukhari e Muslim). Allah decretou que seu Profeta Muhammad (que a paz e as
bênçãos de Allah estejam com ele) seria Seu mensageiro final. Disse Allah: “Em
verdade, Muhammad não é o pai de nenhum de vossos homens, mas sim o Mensageiro
de Deus e o prostremos dos profetas; sabei que Deus é Onisciente.” (33:40). O
Profeta Muhammad disse: “Fui enviado para toda a criação e os profetas foram
coroados por mim” (Muslim). Então, disse outra vez: “os filhos de Israel foram
guiados pelos profetas; cada vez que morria um profeta, outro o sucedia. Não
haverá nenhum profeta depois de mim.” (Bukhari e Muslim). Assim, ninguém tem
direito de aceitar a outros profetas rechaçando, por sua vez, Muhammad. Ninguém
tem o direito de dizer que Muhammad era sincero, mas “prefiro continuar
seguindo a Jesus ou Moisés.” Falando logicamente, não se deve esperar que isso
seja aceitável para Allah. Allah enviou Seu último mensageiro para que cressem
nele e o seguissem, retificando ou anulando o que sobrou dos ensinamentos dos
profetas anteriores. No Qur’an, Allah descreve da seguinte maneira dita
atitude: “Quando lhes é dito: Crede no que Deus revelou! Dizem: Cremos no que
nos foi revelado. E rejeitam o que está além disso (Alcorão), embora seja a
verdade corroborante da que já tinham. Dize-lhes: Por que, então, assassinastes
os profetas de Deus, se éreis fiéis?” (2:91). Allah declarou que as pessoas com
estas características são incrédulas. Observe: “Aqueles que não creem em Deus e
em Seus mensageiros, pretendendo cortar os vínculos entre Deus e Seus
mensageiros, e dizem: Cremos em alguns e negamos outros, intentando com isso
achar uma saída, são os verdadeiros incrédulos; porém, preparamos para eles um
castigo ignominioso. Quanto àqueles que crêem em Deus e em Seus mensageiros, e
não fazem distinção entre nenhum deles, Deus lhes concederás as suas devidas
recompensas, porque Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo.” (2:150-152). Disse
o Profeta: “Juro por Allah, Aquele em cujas mãos está minha alma, não haverá
ninguém dentre as pessoas às quais me dirijo, seja judeu ou cristão, que ouça
falar de mim e morra sem crer naquilo que me foi enviado, a menos que se trate
de um dos moradores do Fogo do inferno.” (Muslim). O Profeta, inclusive, disse
a um de seus companheiros: “Se meu irmão Moisés estivesse vivo hoje, não teria
outra opção senão seguir-me.” (Ahmad e al-Daarimi. Segundo al-Albaani, trata-se
de um hadith sahih. al-Albaani, Irwa, vol. 6, p. 34.). A universalidade do
islam e sua característica atemporal O Profeta Muhammad é o último mensageiro
de Allah e é inconcebível pensar que Allah deixaria os seres humanos sem
qualquer guia. Em outras palavras, o que Allah o deu é uma mensagem final que é
adequada para guiar a humanidade a qualquer tempo e em qualquer lugar. O
Profeta deixou clara a essência deste paradigma quando disse: “Deixei-vos duas
coisas que, caso se apeguem a elas, nunca os fará perder o caminho para me
seguir: o Livro de Allah e a Sunnah de Seu Mensageiro.” (Muslim). Aparte o fato
de que o profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) é o
último dos profetas, Allah também disse: “Hoje completei a religião para vós, e
completei Minha graça sobre vós e dispus que o Islam é vossa religião...”
(5:3). Allah também declarou que o Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de
Allah estejam sobre ele) é o profeta para toda a humanidade: “Dize: Ó humanos,
sou o Mensageiro de Deus, para todos vós...” (7:158). O Profeta (que a paz e as
bênçãos de Allah estejam sobre ele) também disse: “Foram-me dado cinco aspectos
que nenhum dos profetas anteriores teve... (um deles é que) cada profeta foi
enviado somente para seu povo, enquanto eu fui enviado para toda a humanidade.”
(Bukhari e Muslim). Assim, a religião é completa e perfeita e não há necessidade
de nenhuma alteração ou mudança. A mensagem chegou e será válida até o dia do
Juízo. O Profeta enviado a todos os povos já havia chegado. Isto implica que os
ensinamentos do Profeta, assim como sua Sunnah, são válidos e obrigatórios para
toda a humanidade. Quer dizer, seu exemplo e ensinamentos não foram
simplesmente para o povo árabe, mas são válidos e importantes para todos e cada
um dos muçulmanos de hoje, que estejam em Nova Iorque ou na Malásia.
Logicamente, alguém poderá perguntar: Como pode esta Lei satisfazer as
necessidades de toda a humanidade até o dia do Juízo? A resposta tem a ver com
a beleza da Lei. Quando se estuda a lei promulgada pelo profeta Muhammad (que a
paz e as bênçãos de Allah estejam com ele), descobre-se que ela engloba
elementos de flexibilidade que permitem a prática hoje, assim como foi nos
tempos do Profeta. Na realidade, a natureza dos seres humanos não muda ao longo
do tempo, em primeiro lugar. A adoração, que é à base do caráter humano, não
precisa mudar. Em segundo lugar, existem alguns assuntos prejudiciais aos seres
humanos e que estes devem evitar. Estes também são proibidos explícita e
permanentemente. Além disso, os seres humanos só necessitam algumas leis
detalhadas e muitos princípios gerais que lhes permitam guiar suas vidas, a
todo o momento e em qualquer lugar. Isso é exatamente o que a Lei Islâmica lhes
dá. Em essência, aqueles que necessitam ser fixos e permanentes, o são graças à
Lei Islâmica. Aqueles que precisam ser flexíveis, para que povos distintos, em
diferentes momentos possam aplicá-los de maneira diferenciada, gozam de
flexibilidade nesta Lei. Portanto, trata-se de uma forma de vida guiada
divinamente que é adequada e prática para todos os seres humanos até o Dia do
juízo. Por exemplo, nas relações comerciais os juros são proibidos
terminantemente, para sempre. Ademais, a esta proibição, acrescem-se pautas
gerais. Sem dúvidas, a norma se desenvolve de tal maneira que quando se
desenvolvem novas formas de relações comerciais, como nos tempos modernos, pode-se
determinar quais são aceitas segundo as pautas islâmicas e quais não são.
Consequentemente, a Lei Islâmica tem demonstrado ser viável há mais de 1400
anos, e segundo as crenças islâmicas, seguirá sendo até o dia do Juízo Final.
Isso significa que a orientação é completa. É tudo que os muçulmanos necessitam
para ter felicidade neste mundo e no próximo. Não pode ser melhorada. Por
conseguinte, não necessita acréscimos, alterações ou anulações. Por esta razão
óbvia, o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) advertiu
severamente sobre as inovações e heresias. Estas não são necessárias, em
absoluto, e não fazem mais que diminuir a beleza e perfeição do Islam. Por
isso, o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) disse: “As piores
ações são as inventadas. E toda inovação significa perder o caminho.” (Muslim).
Também disse: “E afastar-se do caminho é cair no fogo do inferno.” (Nasai)
Disse também: “Todo aquele que introduza algo neste nosso assunto, que não
pertença a ele, será rechaçado.” (Bukhari e Muslim). As fontes da Lei Islâmica
e a orientação A meta do Islam é que o ser humano se converta em um verdadeiro
servo de Allah. Por isso, sua fonte de orientação e as bases de suas ações
devem fundamentar-se na revelação de Deus. A partir deste ponto de vista, os
sábios falam das fontes e da lei no Islam. As autoridades máximas na Lei
Islâmica são o Qur’an e a Sunnah do Profeta. O Qur’an é a palavra de Allah e
uma revelação que chegou diretamente ao Profeta (que a paz e as bênçãos de
Allah estejam com ele) vindo de Allah, através do Anjo Gabriel. O Qur’an foi
revelado parte a parte ao longo de um período de vinte e três anos. Guiou a
primeira comunidade muçulmana em todos os passos que deram. Assim transformou
completamente a comunidade em uma geração piedosa. Deu o exemplo para todas as
comunidades muçulmanas posteriores que enfrentaram as mesmas circunstâncias que
esta primeira geração viveu. Transformou um povo árabe que se encontrava longe
de toda ética aceitável em líderes de uma grande civilização, cuja influência
ainda continua. Quando se lê, compreende e aplica corretamente o Islam, hoje em
dia, também se transforma as pessoas ou a sociedade e as eleva através da
piedade, aproximando-as de Deus. Ao receber as palavras do Qur’an, o Profeta
(que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) as passava a seus seguidores.
Ademais, encarregava-se de que seus escribas registrassem os versículos recém
revelados. O profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele)
disse o seguinte sobre o Qur’an: “Não houve profeta dentre os profetas que não
tenha recebido milagres graças aos quais as pessoas tiveram fé, mas o que me
foi dado é a Revelação Divina que Allah me revelou. Portanto, espero que meus
seguidores sejam mais numerosos que de qualquer outro profeta no Dia da
Ressurreição.” (Bukhari e Muslim). Em outras palavras, o grande sinal e o
milagre do Profeta Muhammad foi o Qur’an. O Qur’an é milagroso de muitas
maneiras. Por exemplo, os árabes do tempo do Profeta eram especialistas em
linguística. Sem dúvidas, ainda que se opondo ao Profeta durante muitos anos,
estavam conscientes de que jamais poderiam se igualar à eloquência literária do
Qur’an. Entretanto, o Qur’an é muito mais que um simples “milagre literário”.
Também é milagroso no que diz respeito ao cumprimento de suas profecias de
sucessos futuros, sua consistência interna (ainda que tenha sido revelado ao
longo de vinte e três anos), sua exatidão científica, sua precisão histórica,
sua conservação intacta, suas leis magnas e sábias, seu efeito – que teve e tem
– em relação às mudanças e reformas nos seres humanos e tantos outros aspectos.
Além do Qur’an estão os ditos e o exemplo do Profeta Muhammad (que a paz e as
bênçãos de Allah estejam com ele), conhecidos como a Sunnah. Também é uma forma
de inspiração Divina ao Profeta. O Profeta disse: “Foi-me dado o Qur’an e algo
similar junto com ele.” A autoridade da Sunnah do Mensageiro de Allah não
significa ou indica que ele foi um semideus. Definitivamente, ele foi um ser humano,
tal como os outros profetas. A autoridade do profeta está relacionada com a
submissão a Allah: é Allah, no Qur’an, quem estabelece a autoridade do Profeta.
Assim, seguir o caminho do Profeta não é mais que atuar com obediência e
submissão a Allah. Allah praticamente disse isso quando mencionou: “Quem
obedecer ao Mensageiro obedecerá a Deus; mas quem se rebelar, saiba que não te
enviamos para lhes seres guardião.” (2:80). No Qur’an, Allah deixa claro que se
alguém ama a Allah e deseja que Allah lhe devolva esse amor, a chave está em
seguir o caminho do Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Allah estejam
com ele). Disse Allah: Continuar na página 24. Abraço. Davi
Nenhum comentário:
Postar um comentário