sábado, 20 de julho de 2024

DIVINDADES. Parte II

 

Religião Afro-brasileira. Umbanda. Livro Código de Umbanda. Por Rubens Saraceni (1951-2015). Capítulo VII. DIVINDADES. Parte II. Esse temor só se justifica pela ignorância, pois, se eles acreditavam na divindade de Jesus Cristo, não precisavam temer o poder das divindades alheias. Porém, não só desconheciam as divindades alheias e suas atribuições divinas, mas também lhes interessava dominar a mente das pessoas. Assim, nada melhor do que negar qualquer divindade ou ícone de outras religiões e lançar lhes a pecha de “deuses pagãos”. Isso se repete periodicamente na história religiosa da humanidade, e toda doutrina nascente se escuda na negação da divindade da religião que está chegando ao seu ocaso. Esse obscurantismo religioso se instala porque só assim a nova doutrina alcança seu objetivo: dominar pela fé a mente das pessoas. Por conseguinte, a doutrina de Umbanda não proíbe os seus adeptos de estudar doutrinas alheias. Ele entende que as pessoas precisam comparar os conhecimentos colocados a disposição de tantos quantos se interessarem pelo assunto. Hoje, temos umbandistas que estudam Teosofia, Gnose, Maçonaria, Budismo, Hinduísmo, Lamaísmo, Cristianismo, Islamismo, Espiritismo, Xintoísmo, Confucionismo, Xamanismo etc. Com isso, enriquecem ainda mais o Ritual de Umbanda Sagrada, dessa maneira, estão dotando-o com o que de melhor possuem estas outras doutrinas religiosas. Uma Umbanda esclarecida e escudada em conceitos universais é a melhor garantia de que um líder obscurantista não empolgará esta religião nascente ou que um “papa” não criará seu trono particular. Do qual ditará dogmas que assegurarão o domínio da fé e da mente de muitas pessoas. Afinal, ou uma divindade conquista seus fiéis pelas afinidades, ou não os auxiliará de fato, porque o tempo se encarregará de lançá-la no esquecimento religioso. O Ritual de Umbanda Sagrada é pródigo em divindades naturais. No seu panteão estão assentadas todas as divindades existentes, ainda que não se manifestem com os nomes pelos quais ficaram conhecidas no passado. Já que seus mistérios se manifestam ocultados nos nomes simbólicos das linhas de trabalho de Umbanda. A linha de Fé, por exemplo, constituiu tantas sublinhas quantas lhes foram solicitadas pelas divindades. E se sob a regência de Oxalá todos os mistérios da Fé se manifestam, no entanto, eles assumem características próprias e realizam suas missões por meio das linhas de ação e dos trabalhos pontificadas por espíritos já ascensionados. Formando as há séculos ou milênios sob a irradiação das divindades regentes dos mistérios da Fé. Citemos só um exemplo de antiguidade das divindades que manifestam seus mistérios de Fé por intermédio de uma linha de ação e trabalhos de Umbanda Sagrada: a linha de caboclos Arco-Íris. O Arco-íris divino é um símbolo religioso cultuado pelos antigos magos caldeus, que o receberam como herança religiosa da antiga civilização veda. Que os receberam de outra civilização ainda mais antiga e que remonta à era da mitologia Atlântida. Civilização esta que deixou seus símbolos religiosos espalhados por toda a face da Terra. Até o famoso castiçal de sete braços foi-nos legado por ela, que colocava nele sete velas coloridas, cada uma de uma cor. Como o tempo a tudo renova, eis que entre os Orixás encontramos o símbolo arco-íris Sagrado guardado pelo mito do Orixá Oxumaré, e que é representado pela Serpente do Arco-íris. Mas uma ordem religiosa astral conservou todos os fundamentos e conhecimentos da religião que tinha como símbolo máximo o arco-íris e que cultuava uma divindade planetária que se renovou em solo africano como Oxumaré. Renovando-se no Ritual de Umbanda Sagrada, deslocando para o ritual nascente uma de suas hierarquias, assumindo o expressivo nome de “linha de caboclos Arco-íris”, presentes já nas primeiras manifestações umbandistas. O Orixá Oxumaré possui as mesmas qualidades, atributos e atribuições do divino “lá-ór-me-ri-iim-de-re-yê, cujo nome é um mantra invocador da divindade regente de Fé durante a era Atlântida, quando era simbolizada por um arco-íris que se projetava para o alto e para o infinito. A divindade da Atlântida é o mesmo Oxumaré africano, que se renovou na linha de caboclos Arco-íris, estando recolhendo seus afins remanescentes por meio do Ritual de Umbanda e reconduzindo-os as esferas luminosas. Integrando-se as hierarquias naturais regidas pela divindade da fé, regente de um mistério que até os velhos babalaôs africanos desconheciam. Por isso não os ensinavam aos seus herdeiros religiosos. O divino Oxumaré é uma divindade tripolar, pois atua no alto, no meio e no embaixo, ou seja, tem hierarquias que atuam na Luz, tem as que atuam junto aos encarnados e tem as que atuam nas Trevas. Suas hierarquias são tão numerosas, que se espalham por todas as religiões atualmente existentes. E não há sequer uma que não manifeste o mistério da Fé regido pelo divino “lá-ór-me-ri-iim-de-re-ye, ou nosso amado pai Oxumaré, renovado na Serpente do Arco-íris. Todo Caboclo Arco-íris é um semeador da fé e saúda o divino Oxalá, sendo por meio do mistério da Fé que ele se manifesta dentro do Ritual de Umbanda Sagrada. Oxumaré é um Oxalá? Não. Oxumaré é o quê? É um mistério divino que rege a renovação dos seres por intermédio do amor divino, simbolizado por um coração, que por sua vez simboliza uma das Oxuns intermediárias harmonizando-se com “Ísis”, a deusa egípcia ainda muito conhecida, igual a toda Oxum, é uma divindade maternal e amorosa. Viram como o conhecimento religioso abstrato desconhece completamente as hierarquias divinas, como Deus procede e quem são realmente as divindades naturais? O mentalismo abstrato acerca das  coisas divinas foi o único meio de o obscurantismo religioso impor-se e dominar, precisando aprisionar os espíritos rebelados contra a rigidez das hierarquias espirituais estabelecidas no astral desde eras remotas e desconhecidas da atual civilização. O Cristianismo apagou o conhecimento guardado pelos mystas e o Islamismo apagou o conhecimento que os magos guardavam com muito zelo. Por isso, as culturas religiosas cristã, judaica e islâmica negam as divindades naturais e canalizam a fé unicamente para Deus. Os espíritos rebelados contra a rigidez das divindades naturais só deixariam conduzir se fosse  por meio de doutrinas adaptadas as suas necessidades mais imediatas, que é o retorno ao rebando divino, do qual se haviam afastado e relutavam em retornar. Deus Pai, em sua infinita bondade e misericórdia, criou novas religiões e dotou-as com doutrinas obscurantistas que tem acolhido milhões de espíritos rebelados contra a rigidez das hierarquias espirituais pelas divindades naturais. Se duvidam do que aqui afirmamos, deem uma rápida olhada no que acontece atualmente dentro da recente Umbanda. Espíritos encarnados chamados para religarem-se com os Orixás, que são as divindades naturais, não aceitando submissamente a rigidez das hierarquias. Simplesmente viraram-lhe as costas e abrigaram-se no espaço religioso da mais obscurantista das seitas cristãs. Escudados em uma religiosidade que beira ao fanatismo, chafurdam a Umbanda e os Orixás com epítetos próprios de suas consciências maculadas pelo desrespeito aos mistérios de Deus. Mas Deus, generoso como sempre, está dando a eles uma doutrina obscurantista. Assim, não confundirão nem a si nem aos seus semelhantes, pois não aceitaram a rigidez das hierarquias espirituais regidas pelos sagrados Orixás. Muitos daqueles que hoje ocupam púlpitos e esbravejam contra a Umbanda, ontem frequentaram os terreiros, onde só sabiam pedir por bens materiais, tais como: carro novo, nova namorada, afastar do caminho um concorrente etc. Mas como viram neles meros mercadores da fé, as hierarquias os afastaram e só restou a eles a desinformação das seitas neo cristãs. Sendo que, nem o Catolicismo de antes não atendia aos seus anseios imediatistas e materialistas. Deus Pai, em sua infinita bondade e tolerância, os encaminhou e encaminhará sempre a outra doutrina, que, além de ser obscurantista, é muito mais rígida que a Umbanda. Por isso, o Ritual de Umbanda Sagrada respeita todas as doutrinas religiosas, e a doutrina de Umbanda respeita e aceita todas as divindades. Afinal, o aguerrido Orixá Ogum, divindade aplicadora da Lei Maior, concede muito mais liberdade de pensamento aos seus fiéis que o sereno Jesus Cristo, quando comparamos um fiel da Umbanda com um fiel evangélico, já que a este último muitas coisas são proibidas. A doutrina de Umbanda estimula os umbandistas a estudarem as religiões e as divindades, mas sob a ótica comparativa. Com certeza, encontrarão respostas a muitos problemas sociais da atualidade se estudarem as recomendações das divindades aos seus fiéis. A postura dos religiosos enquanto intermediadores dos fiéis junto à divindades e os procedimentos dos fiéis diante da divindade e da doutrina que fundamenta sua religião. 1º Descobrirão que as divindades exigem dos seus fiéis que sejam generosos, amorosos, humildes, obedientes, submissos, caridosos etc. 2º Descobrirão que os religiosos ensinam estas virtudes aos fiéis. 3º Descobrirão que, apesar de todo esse esforço, os fiéis têm muita dificuldade em proceder como exige a divindade e coo recomendam os religiosos. Nó nunca devemos julgar uma divindade pelo comportamento dos seus fiéis, pois estes não são um espelho vivo refletindo as qualidades excelsas de seu regente divino. Em Jesus Cristo, temos tudo o que um ser precisa para ascender aos céus, e, no entanto, o inferno está coalhado de cristãos. Em Oxum, temos amor suficiente para conquistar o coração divino, ainda assim, as trevas estão coalhadas de filhos e filhas da Mãe do Amor. Por que isso? Porque as divindades, que são mistérios de Deus, semeiam doutrinas virtuosas e os religiosos apregoam que só os virtuosos ascendem aos céus. Mas o espírito encarnado, avessos a hierarquias, sendo que, esta implica obediência e renúncia pessoal. Preferem a autossatisfação e uma liberdade religiosa que beira a libertinagem consciencial. A doutrina de Umbanda recomenda aos seus adeptos o respeito e a reverência a todas as divindades. Assim como aos seus hierarcas humanos, encarnados ou não, mas que externem as qualidades ordenadoras e excelsas de seu regente divino. Mesmo tendo tantas divindades e tantos instrutores encarnados, ainda assim as pessoas continuam desencarnando ... e indo estacionar nas faixas vibratórias negativas. Logo, a existência do inferno ou trevas não se deve a esta ou aquela divindade, porém à rebeldia natural dos espíritos e à pouca atenção que dão ao que deles esperam as divindades. Abraço. Davi

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