Hinduísmo. Por Meio do
Sacrifício Nós Mantemos a Ordem do Universo. UM MUNDO RACIONAL. PARTE III. O
Livro das Religiões. Bhavishya Puruna. Indivíduos de castas mais elevadas
começaram a temer o contato com indivíduos de castas inferiores. O sistema de
castas promovia a fragmentação social, com regras que proibiam o relacionamento
e o casamento de pessoa de diferentes castas. Essa divisão foi reconhecida pela
Constituição da Índia, criada em 1948, que proibiu a discriminação contra
castas mais baixas. Embora o preconceito popular tenha demorado muito tempo
para ser banido. Pessoal X Social. No século VI a.C. mestres errantes da Índia,
como Buda e Mahavira, passaram a criticar a natureza divisível, formal e
estratificada da cultura védica, aceitando seguidores de qualquer classe e
tratando a todos da mesma maneira. O que importava era a contribuição pessoal,
não um privilégio herdado. Esses mestres errantes também rejeitaram a
autoridade dos Vedas, e por isso foram taxados de “heterodoxos”. Mas, por volta
de 500 a.C., ocorreu uma mudança definitiva na forma como a religião era vista
em toda a sociedade hindu. Em vez de ser considerada um meio para manter a
ordem universal, a religião agora prometia ser uma maneira de escapar das
limitações da vida material, mediante uma existência puramente espiritual. Em
vez de buscar o alinhamento com a ordem estabelecida, o caminho agora era busca
a libertação dessa ordem. Nos séculos que se seguiram, a tradição hinduísta
adotou a ideia de devoção pessoa, como forma de libertação, e a adoração
tornou-se mais uma questão de envolvimento pessoal do que simplesmente a
realização correta de sacrifícios. Com o tempo, surgiram formas pessoais de
devoção e ritos, a ponto de muita gente ter um local sagrado em casa, sem a
necessidade de um brâmane para realizar o ritual. Religião e Sociedade. no
período védico, a religião concentrava-se na busca pessoal do indivíduo para
encontrar seu lugar no mundo e na sociedade, procurando viver da forma que lhe
fora determinada, segundo as varnas. A religião tinha, portanto, um aspecto
pessoal e um aspecto social, além de um sistema aparentemente lógico de como o
indivíduo e a sociedade deviam interagir. Essa primeira fase do hinduísmo
aponta para uma questão presente em todas as religiões: se ela deve basear-se
somente no indivíduo ou na sociedade como um todo. Buda disse sobre as Varnas:
“Ninguém nasce brâmane ou excluído. Essa classificação depende de suas ações”.
As religiões estão integradas na sociedade, e às vezes é difícil distinguir
ideias verdadeiramente “religiosas” de crenças e atitudes resultantes do meio
político ou cultural no qual a religião se desenvolve. Outra questão a ser
discutida e que as doutrinas e as tradições religiosas também podem ser
utilizadas por uma elite dominante para manter sua posição. A própria questão
referente ao foco da religião – se deve recair sobre o indivíduo ou a sociedade
– é delicada, pois sugere que a experiência pessoal da religião vale mais do
que a social. O Conceito de Varna. Precisa ser redefinido na Índia do século
XXI (2001-2100), onde novas funções e carreiras não tradicionais desafiam as
hierarquias existentes. A Literatura Sagrada do Hinduísmo. As escrituras hindus
dividem-se em duas categorias: shruti e smriti. O termo shruti, do sânscrito,
“aquilo que é ouvido” é usado para descrever a literatura védica, que era
“ouvida” por sacerdotes e estudiosos no processo da revelação ou de compreensão
da verdade indubitável. Esse conhecimento canônico, então, foi transmitido pela
tradição oral de uma geração bramânica para a outra. Existem quatro conjuntos
de hinos védicos, compostos ao longo de um período de mil anos. O primeiro,
de1200 a.C. aproximadamente, chama-se Rig Veda. Fazem parte desse primeiro
conjunto – do shruti – os Brahmanas,
com instruções sobre os rituais védicos, os Aranyakas, com discussões sobre
meditação, e os Upanishads, com interpretações filosóficas. A literatura védica
shruti é a obra mais importante do hinduísmo. O termo smriti, do sânscrito,
“aquilo que é lembrado”, é usado para descrever o resto da literatura hindu,
sobretudo os grandes poemas épicos: o Mahabharata e o Ramayana. Apesar de não
gozarem do mesmo status da literatura shruti, por não terem tipo inspiração
divina, esses textos também são relevantes, pois estão abertos a interpretação.
Essa importante vertente da literatura indiana ainda é muito influente,
incluindo o Bhagavad-Gita, provavelmente a mais conhecida de todas as obras
hindus. Abraço. Davi
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