sábado, 4 de maio de 2024

UM MUNDO RACIONAL. Parte III

 

Hinduísmo. Por Meio do Sacrifício Nós Mantemos a Ordem do Universo. UM MUNDO RACIONAL. PARTE III. O Livro das Religiões. Bhavishya Puruna. Indivíduos de castas mais elevadas começaram a temer o contato com indivíduos de castas inferiores. O sistema de castas promovia a fragmentação social, com regras que proibiam o relacionamento e o casamento de pessoa de diferentes castas. Essa divisão foi reconhecida pela Constituição da Índia, criada em 1948, que proibiu a discriminação contra castas mais baixas. Embora o preconceito popular tenha demorado muito tempo para ser banido. Pessoal X Social. No século VI a.C. mestres errantes da Índia, como Buda e Mahavira, passaram a criticar a natureza divisível, formal e estratificada da cultura védica, aceitando seguidores de qualquer classe e tratando a todos da mesma maneira. O que importava era a contribuição pessoal, não um privilégio herdado. Esses mestres errantes também rejeitaram a autoridade dos Vedas, e por isso foram taxados de “heterodoxos”. Mas, por volta de 500 a.C., ocorreu uma mudança definitiva na forma como a religião era vista em toda a sociedade hindu. Em vez de ser considerada um meio para manter a ordem universal, a religião agora prometia ser uma maneira de escapar das limitações da vida material, mediante uma existência puramente espiritual. Em vez de buscar o alinhamento com a ordem estabelecida, o caminho agora era busca a libertação dessa ordem. Nos séculos que se seguiram, a tradição hinduísta adotou a ideia de devoção pessoa, como forma de libertação, e a adoração tornou-se mais uma questão de envolvimento pessoal do que simplesmente a realização correta de sacrifícios. Com o tempo, surgiram formas pessoais de devoção e ritos, a ponto de muita gente ter um local sagrado em casa, sem a necessidade de um brâmane para realizar o ritual. Religião e Sociedade. no período védico, a religião concentrava-se na busca pessoal do indivíduo para encontrar seu lugar no mundo e na sociedade, procurando viver da forma que lhe fora determinada, segundo as varnas. A religião tinha, portanto, um aspecto pessoal e um aspecto social, além de um sistema aparentemente lógico de como o indivíduo e a sociedade deviam interagir. Essa primeira fase do hinduísmo aponta para uma questão presente em todas as religiões: se ela deve basear-se somente no indivíduo ou na sociedade como um todo. Buda disse sobre as Varnas: “Ninguém nasce brâmane ou excluído. Essa classificação depende de suas ações”. As religiões estão integradas na sociedade, e às vezes é difícil distinguir ideias verdadeiramente “religiosas” de crenças e atitudes resultantes do meio político ou cultural no qual a religião se desenvolve. Outra questão a ser discutida e que as doutrinas e as tradições religiosas também podem ser utilizadas por uma elite dominante para manter sua posição. A própria questão referente ao foco da religião – se deve recair sobre o indivíduo ou a sociedade – é delicada, pois sugere que a experiência pessoal da religião vale mais do que a social. O Conceito de Varna. Precisa ser redefinido na Índia do século XXI (2001-2100), onde novas funções e carreiras não tradicionais desafiam as hierarquias existentes. A Literatura Sagrada do Hinduísmo. As escrituras hindus dividem-se em duas categorias: shruti e smriti. O termo shruti, do sânscrito, “aquilo que é ouvido” é usado para descrever a literatura védica, que era “ouvida” por sacerdotes e estudiosos no processo da revelação ou de compreensão da verdade indubitável. Esse conhecimento canônico, então, foi transmitido pela tradição oral de uma geração bramânica para a outra. Existem quatro conjuntos de hinos védicos, compostos ao longo de um período de mil anos. O primeiro, de1200 a.C. aproximadamente, chama-se Rig Veda. Fazem parte desse primeiro conjunto –   do shruti – os Brahmanas, com instruções sobre os rituais védicos, os Aranyakas, com discussões sobre meditação, e os Upanishads, com interpretações filosóficas. A literatura védica shruti é a obra mais importante do hinduísmo. O termo smriti, do sânscrito, “aquilo que é lembrado”, é usado para descrever o resto da literatura hindu, sobretudo os grandes poemas épicos: o Mahabharata e o Ramayana. Apesar de não gozarem do mesmo status da literatura shruti, por não terem tipo inspiração divina, esses textos também são relevantes, pois estão abertos a interpretação. Essa importante vertente da literatura indiana ainda é muito influente, incluindo o Bhagavad-Gita, provavelmente a mais conhecida de todas as obras hindus. Abraço. Davi

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