quinta-feira, 2 de maio de 2024

UM MUNDO RACIONAL. Parte II

 

Hinduísmo. O Livro das Religiões. Por Meio do Sacrifício Nós Mantemos a Ordem do Universo. UM MUNDO RACIONAL. Parte II. Deuses como aspectos de ordem. Com a evolução do Hinduísmo, os deuses arianos dos Vedas foram ganhando a companhia de outros deuses, sendo, em muitos casos substituídos por eles. Deuses védicos menores também foram elevados a posições muito mais destacadas. Escritos hindus mais recentes apresentam uma enorme lista de deuses e deusas, refletindo a mistura de diferentes tradições e período da história da religião primordial da Índia. A dança de Shiva. Representa os ciclos cósmicos de criação e destruição, o equilíbrio entre vida e morte. Shiva é o destruidor, mas também o transformador. De todos esses deuses, surgiu um triunvirato dominante, responsável pela existência, ordem e destruição do universo. Esses três deuses, trimurti ou trindade – representam diferentes aspectos da realidade. Brahma, o criador – não confundir com Brahman. Vishnu, o protetor e guardião da humanidade e Shiva, o destruidor, ou aquele que equilibra as forças da criação e da destruição. O deus Shiva costuma ser representado em imagens e esculturas como “Shiva Nataraja”, o senhor da dança. A dança cósmica de Shiva acontece dentro de um círculo de fogo, que representa o processo contínuo de nascimento e morte. Shiva possui quatro braços, com um tambor na mão direita superior, cujo toque promove a criação, e uma chama destrutiva na mão esquerda superior. Seus braços inferiores expressam o equilíbrio rítmico entre a criação e a destruição. Tu habitas em todos os seres, és perfeito, onipresente, onipotente e onisciente. És a Vida em todas as vidas, embora sejas invisível ao olho humano – trecho de um hino a Vishnu. O pé direito de Shiva está levantado pela dança, e o esquerdo pisa num demônio, que representa a ignorância. Essa figura selvagem e exuberante simboliza o perfeito equilíbrio num mundo em constante mutação. Como o tempo é cíclico, a destruição do universo por Shiva é vista como algo construtivo, pois prepara o caminho para uma mudança benéfica. O ordenamento da sociedade. A classificação da sociedade indiana em quatro grupos principais baseia-se, desde os tempos védicos, no conceito de dharma. Estendendo a teoria da ordem e estrutura do universo ao correto ordenamento da vida humana e da sociedade. Historicamente, é provável que, com a invasão dos arianos de pele clara, tenha se instaurado um contraste entre eles e os habitantes naturais da Índia, de pele mais escura. Sendo estes tratados como inferiores – o que levou a um sistema social de quatro classes principais, ou varnas, que significa “cores”. No hinduísmo, contudo, um relato mitológico da origem do sistema de classes sobrepõe-se a essa explicação histórica. No Rig Veda, há um cântico dedicado a Purusha o ser divino – o qual relata que o corpo de um ser humano primitivo é sacrificado e dividido. Criando as quatro varnas ou classes brâmanes, xátrias, vaixás e sudras. Os brâmanes são membros da classe sacerdotal, criados da boca de Purusha. Os xátrias formam a classe militar ou administrativa, criados dos braços de Purusha, enquanto os vaixás são membros da classe mercantil. Os sudras constituem a classe dos trabalhadores comuns, criados dos pés de Purusha. Como todos vêm da única realidade humana, Purusha, eles são interdependentes e todos têm um papel essencial a desempenhar no ordenamento da sociedade. Suas funções refletem seu dharma – seu dever divino. De acordo com a tradição hindu, as quadro varnas ou classes, originam-se das diversas partes de Purusha, o homem primordial. Xátrias – guerreiros. Sudras – trabalhadores. Vaixás – comerciantes. Brâmanes – sacerdotes. Dizem que os membros das três primeiras varnas “nascem novamente” num ritual conhecido como “fio sagrado”, o upanayana, que marca a aceitação do hinduísmo por parte do indivíduo. O ritual geralmente é realizado quando a criança faz oito anos, estabelecendo sua posição social. Abaixo das quatro varnas encontram-se aqueles que estão totalmente fora do sistema de classes. Antes chamados de desclassificados, hoje eles são conhecidos como dalits “os oprimidos”. Distinção de classes. As quatro varnas às vezes são chamadas de “castas”, mas esse termo não é preciso. O sistema de castas indiano baseia-se numa antiga forma de classificar a população, geralmente referente à ocupação. Existe muitas classes, ou jaitis, cada uma com um status social correspondente. As duas abordagens diferentes parecem ter se misturado a partir do desenvolvimento da sociedade hindu no último período védico 1000 a.C. e as diferenças cruciais entre elas tornaram-se indistintas. No sistema de varnas, todas as diferentes classes sociais são essenciais para o correto ordenamento do mundo. Como todo mundo vem de um único humano primordial, ”. Bhavishya Puruna. Indivíduos de castas mais elevadas começaram a temer o contato com indivíduos de castas inferiores. O sistema de castas promovia a fragmentação social, com regras que proibiam o relacionamento e o casamento de pessoa de diferentes castas. Essa divisão foi reconhecida pela Constituição da Índia, criada em 1948, que proibiu a discriminação contra castas mais baixas. Embora o preconceito popular tenha demorado muito tempo para ser banido. Abraço. Davi

Nenhum comentário:

Postar um comentário