Judaísmo. Livro Uma Guia para a Sabedoria Oculta da Cabalá. CABALA - MITOS E VERDADES. Parte III. Conferindo a Realidade. Pontos Principais. A realidade não é o que os olhos veem. Os limites da nossa percepção subjetiva. Somos feitos de quatro fatores (camadas) e podemos mudar uma, para mudar todas as livre-escolhas. O livre-arbítrio não é realmente livre com a exceção da escolha do ambiente. Agora que temos uma compreensão básica de como a Cabala se desenvolveu e o que ela é. Chegou a hora de dar uma olhada mais profunda no que ela faz para você. Esse capítulo 2, para mostrar como os Cabalistas entendem o Criador e o que o Criador deseja para você. Esse capítulo também explora de forma mais completa a natureza da realidade e o que você percebe ou não sobre ela. Você também aprende o poder da livre escolha e como concentrar sua mente sobre aquilo que lhe ajuda a mudar sua vida para melhor. Isso é tudo que existe? Olhe em sua volta. O que vê? O que ouve? Você já se perguntou se tem algo aí fora que pode ser detectado pelos seus cinco sentidos. Talvez existam outras criaturas dentro do espaço que você não percebe - mundos que são transparentes e irreconhecíveis segundo nosso ponto de vista? Para um Cabalista, nós vivemos na escuridão, incapazes de ver a maior realidade, mesmo ela estando aí. Ignorando a outra, tomamos essa visão do mundo como a única possível realidade. Mas pense na Cabala como uma maneira de o todo da realidade de forma a poder vê-la. Uma vez que isso acontece e que nós aceitamos, nossa percepção da realidade muda. Não podemos mais agir da mesma maneira como antes, quando estávamos ainda na escuridão. Isso é para nosso benefício mútuo e dos demais. Além dos cinco sentidos. Você jamais se sentiu estranho porque sua mão tem apenas 5 dedos? Provavelmente não. Apesar de podermos expandir o alcance que nossos cinco sentidos percebem, não podemos realmente imaginar quais são as percepções que nos faltam. É impossível reconhecer a verdadeira realidade porque não é algo do qual sentimos falta do mesmo jeito que a falta de um sexto sentido. Visto que a imaginação é um produto de nossos cinco sentidos, nunca poderemos ver um objeto ou criatura que não nos seja familiar. Pense no mais criativo dos ilustradores de livros infantis ou na maioria dos artistas abstratos que você conhece. Será que seus desenhos se parecem com coisas que existem no mundo físico? Experimente imaginar a coisa mais esquisita, mesmo assim, você terá criado algo já conhecido. Ou algo que você subtraiu da sua realidade quotidiana. Ir além dos cinco sentidos não acontece literalmente. É mais uma maneira de descrever um sentido de percepção superior. Onde entendemos a interconexão de tudo e o nosso lugar nessa realidade interconectada. É possível que você e eu recebamos mutas sensações de objetos externos. Mas porque os nossos sentidos não têm as mesmas qualidades daqueles objetos, não os percebemos. Percebemos somente a parte do objeto que lembra qualidades que já possuímos. Para uma percepção completa de qualquer coisa, precisamos antes estar interiormente completos. Em outras palavras, precisamos estar conscientes de todas as formas de realidade que existem em nós. Então, a nossa imagem da realidade será completa. Como, então, alcançar o sexto sentido que aumenta a nossa percepção além da realidade convencional? De fato, ele existe em todos, mas está oculto. Lembra da intenção no capítulo anterior? Com ela, podemos ativar esse sentido adormecido e torná-lo ativo. Com persistência e estudo, começamos a adquirir a percepção do mundo Criador - o mundo da doação. Na Cabala, esse mundo é chamado de "O Mundo Superior". Com estudo e o desenvolvimento do sexto sentido, nós começamos gradualmente a sentir e a entender o Mundo Superior. Do outro lado da barreira. Nossa percepção do Mundo Superior varia dependendo do nosso estado espiritual. No início, não podemos perceber o Mundo Superior porque nossas qualidades são opostas as do Criador. Em tal estado, podemos somente perceber o mundo material no qual vivemos. Tudo aquilo que imaginamos ser o mundo espiritual é apenas invenção da nossa imaginação. Mas, a partir do momento que adquirimos a primeira qualidade espiritual, o primeiro bocado de altruísmo, adquirimos também a habilidade de ver o mundo espiritual tal como é realmente. Os cabalistas o chamam "atravessar a barreira". Uma vez que atravessamos a barreira, podemos progredir até sem professor. Porque nesse estado estaremos sob a orientação do Criador. Ainda, na maioria dos casos, os Cabalistas continuam estudando com um professor até após atravessarem a barreira. Todavia seu relacionamento os seus professores mudam drasticamente. Não precisam mais conduzir um cego pela mão. Porém, os dois andam juntos lado a lado num caminho encantado de descobertas. Além da barreira, a pessoa aprende de sua própria alma, observando-a e à sua relação com o Criador. Além da barreira, a pessoa aprende de sua própria alma, observando-a e à sua relação com o Criador. Para compreender esse processo de aprendizagem, pense em como escutamos. O mecanismo da escuta reage a uma certa pressão de fora trabalhando da mesma maneira como a pressão, mas em direção oposta, pressionando de dentro. Dessa maneira, ele se mantém em equilíbrio, permitindo-nos medir. Nese caso, o volume e o grau de som. Mas aí está o obstáculo. Para que ocorra esse tipo de pressão, tem que haver um elemento de união entre aquele que percebe e o objeto de percepção. No caso da nossa escuta, é o tímpano. Mas, qual é a força de união que pode ligar à nossa percepção ao Criador? Talvez o que precisamos seja um "tímpano espiritual", que teria a mesma qualidade daquela dada pelo Criador? Bem, tal "tímpano" existe, é a intenção introduzida no Capítulo 2. Qualquer coisa que você faça com a intenção de doar é considerado "doação" na espiritualidade. O problema é saber onde está a sua intenção de receber e transformá-la em intenção de doar. Mas detalhes serão dados a respeito no capítulo 12. Tornando-se um aluno da Cabala. A única realidade está dentro de nós. Nossa compreensão está baseada nos genes que herdamos, na nossa experiência, nossa socialização e o que já aprendemos. É tudo totalmente subjetivo. Independentemente do que os nossos sentidos captam o que eventualmente entendemos e como agimos em consequência, é muito pessoal. Por exemplo se fossemos surdos, deixariam de existir sons a nossa volta? Não teria música e o som de aviões a jato rugindo sobre nossas cabeças? Será que os passarinhos deixariam de cantar só porque não podemos ouvi-los? Para nós, sim. Não há como descrever para um surdo o som de um rouxinol. Outrossim, não há duas pessoas que ao ouvir o mesmo som tenham a mesma experiência. Tudo aquilo que você e eu acreditamos existir fora de nós. São na realidade, experiências que sentimos dentro de nós. Não temos meios de dizer como elas realmente são por dentro ou por fora. Então, quando pensamos na realidade, nós de fato estamos pensando naquilo que vemos como objetivo através das lentes de nossa própria percepção. Na procura da liberdade. Comecemos esta parte com uma alegoria do Baal HaSulam: Era uma vez um rei que queria saber quem dos seus súditos lhe era fiel. Ele anunciou que qualquer pessoa que quisesse vir trabalhar para ele seria recompensada por uma refeição festiva, digna de rei. Quando as pessoas chegaram não havia ninguém nos portões, apenas um cartaz indicando para onde se dirigir e o que fazer. Mas sem guardar sem guardas para vigiar as chegadas. Aqueles que trabalharam nas áreas designadas estavam expostos a um pó mágico, e aqueles que se dirigiram a outro lugar, não o foram. De noite quando todos se sentaram à mesa, aqueles que trabalharam segundo a indicação do cartaz. Gostaram muito da refeição, mas para aqueles que não seguiram o cartaz, a comida era a pior que eles jamais haviam provado. Assim sendo, somente aqueles que escolheram seguir o rei foram recompensados em sentir o mesmo prazer que o rei sentiu. Já foi dito, há muito tempo, que as pessoas são realmente felizes se eles estão livres de escravidão, de opressão, e livres para tomar suas próprias decisões. Da mesma maneira, as pessoas se perguntam como reconciliar o conceito de livre escolha com a existência de um poder maior. No caso dos Cabalistas - o Criador. O único desejo do Criador é para que você e eu nos sintamos realizados e felizes. Esse estado só pode ocorrer quando chegarmos ao estado do Criador, ao seu nível. Isso somente pode ocorrer quando o nosso desejo se igualar ao desejo do Criador de dar prazer. Se isso parece redundante, pois assim: é a reciprocidade que mais nos aproxima da perfeição e do desejo do Criador para conosco. Então, como podemos reconciliar essa ideia de livre arbítrio com aquilo que o Criador deseja para nós. Aqui está, passo a passo, a lógica do Cabalista: 1. O Criador é absolutamente benevolente. 2. Assim sendo, ele quer nos dar prazer absoluto. 3. Prazer absoluto significa estar no estado dele: Onisciente, onipotente e benevolente. 4. Nós, então teremos que chegar a sentir que seu estado é o estado de absoluta bondade. Em outras palavras, temos que fazer essa escolha de nossa própria vontade. 5. O livre arbítrio só pode acontecer com a condição de que o Criador não nos force. Para que possamos ser independentes Dele. 6. Por isso Ele está oculto e nos deu a existência nesse mundo, onde não sentimos o Criador de maneira vivida e tangível como os objetos físicos. 7. Sem senti-lo nem como sendo terrível ou bondoso, mas a partir de um estado completamente "neutro", podemos decidir que ser como Ele é a bondade absoluta. Falsa liberdade. A Cabala nos ensina que mesmo o Criador querendo se relacionar com sua criação, Ele se ocultou de nós dar-nos a impressão de libre arbítrio. Nossas condições, parece que podemos agir, pensar e escolher completamente independentes da presença do Criador. Nossas escolhas parecem ter sido feitas do nosso próprio querer e vontade. Não vemos ou detectamos uma mão invisível conduzindo nossas ações e podemos até dizer que nossas escolhas são realmente livres. Pense nisso dessa maneira: O Criador planejou toda sua vida, até detalhes como o que você vai almoçar hoje. Mas se o Criador planeja de antemão todas as nossas decisões e movimentos, será que o livre arbítrio é realmente livre? A resposta é que as nossas escolhas são livres quando vistas da nossa perspectiva. O fato de que o Criador sabe aquilo que decidiremos não significa nada para nós. Enquanto ainda não sabemos o que escolheremos. O princípio do prazer e da dor. Como acabamos de explicar, o único desejo do Criador é que nós nos sintamos plenos de alegria. Reconhecer essa verdade é essencial ao nosso caminho da perfeição. Não é nenhum segredo que todos nós desejamos ter prazer e que para isso fazemos de tudo para achá-lo. Mas, se a intenção do Criador é para que possamos buscar e experimentar o prazer, onde a dor encaixa nessa equação? Você e eu não tomamos nenhuma ação a menos que acreditemos que, de alguma maneira, nos fará sentir bem ou, pelo menos, melhor. Cada uma de nossas ações é o resultado de um cálculo de que elas aumentarão a nossa felicidade. Desse jeito, você e eu nos colocamos, de maneira consciente em situações dolorosas para gozar de mais prazer. Certas situações dolorosas nos levam a reavaliar o que nós acreditamos serem as causas de nossa felicidade e os gradua de acordo com a sua importância. Digamos que você tem um relógio Rolex, e o fato de lhe pertencer lhe causa grande prazer. O que ele representa como realização, o que ele mostra a respeito de seu status, e quem sabe o que mais, algum dia um ladrão aponte uma arma para seu peito lhe pedindo seu amado relógio, ou até ... A maioria das pessoas sãs aceitariam um ato doloroso. Nesse caso entregar um item que lhe é caro. Para evitar um ato ainda mais doloroso. Uma espécie de ferimento ou pior. Pense nisso como se fosse uma espécie de sistema de gradação. As pessoas podem calcular que qualquer desconforto no presente vale ter prazer no futuro... Em outros termos, a presente dor é válida para obter algum prazer no futuro. Quatro fatores, camadas, de nosso faz de conta. A Cabala afirma que 4 fatores determinam o estado da pessoa a todo momento: 1. Fonte: Isso é um ponto de partida, o bolo espiritual de genes. Mas não é uma tela um branco. Pense nisso como sendo uma parede que foi pintada e repintada muitas vezes. As camadas prévias de tinta estão debaixo da superfície. Talvez elas não possam ser vistas ou distinguidas. Todavia elas fazem parte da composição da parede, sempre o ponto de início pra o próximo, como quando pintamos uma parede, a camada atual é sempre a subcamada para a próxima demão. 2. Vias de desenvolvimento que não mudam sob a influência de fatores externos. Esse fator lida com a maneira que evoluímos como resultado de nossos genes. Essas vias podem se referir a coisas que temos tendências a gostar ou desgostar, a nossos talentos e outros traços hereditários. 3. Vias de desenvolvimento que mudam sob a influência de fatores externos. Digamos que você recebeu uma crítica ruim de seu chefe no trabalho. Você pode ficar transtornado e zangado, e sentir que o feedback não é justo. Ou você pode decidir que o seu chefe se importa com você e lhe diz o que você tem que fazer para vencer. De qualquer maneira, o evento externo da crítica do seu chefe o afetará com certeza e o mudará. 4. Vias de desenvolvimento dos próprios fatores externos. O quarto fator é o ambiente externo e sua contínua evolução. Para continuar o exemplo anterior. Se optar por trocar o seu patrão - talvez, trocando de trabalho - isto o exporia a um novo conjunto de influências. Mas estas seriam influências que você escolheu. Como mostram os quatro fatores, a confluência da origem de uma pessoa, sua natureza interna, e as forças imutáveis e mutáveis, todas contribuem para a nossa construção interior. No entanto, de todos os quatro elementos, o único que podemos modificar é o quarto, o nosso ambiente. Mas, porque os elementos se afetam mutuamente, ao mudar o nosso ambiente, podemos moldar em última instância, todos os outros elementos dentro de nós. Em resumo: Aquilo que percebemos como nosso mundo é uma imagem subjetiva do que o Criador nos deu. O Criador quer somente lhe outorgar, e quando você recebe, você vai querer ser como o Criador e lhe doar em retorno. Quatro fatores determinam o nosso estado a qualquer momento: Fonte, vias de desenvolvimento que não mudam e que derivam da natureza da pessoa, vias de desenvolvimento que mudam sob a influência de fatores externos e vias de desenvolvimento dos fatores externos em si. Se quiser mudar seus desejos e direção na vida, você deve assumir o controle do ambiente no qual vive. Abraço. Davi
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